Engenheiro de som no lendário “The Dark Side of the Moon” (1973), Alan Parsons pôde conferir de perto toda a capacidade do Pink Floyd em seu esplendor criativo. Por conta disso, o produtor e multi-instrumentista possui autoridade suficiente para realizar algumas análises mais concretas em relação às capacidades individuais dos membros da banda.
Em entrevista de 1978 à revista Circus (resgatada pelo Far Out Magazine), o britânico não se esquivou quando questionado sobre qual seria o mais técnico entre os quatro integrantes do grupo.
“Acho que David Gilmour é o mais técnico dos quatro. Ele sabe o que está acontecendo tecnicamente dentro da sala de controle e frequentemente apresenta suas próprias ideias para a produção de uma faixa.”
Um detalhe de uma das músicas mais clássicas “Dark Side…” foi destacado pelo profissional.
“Um exemplo foram os sons da caixa registradora em ‘Money’. Originalmente, estávamos cronometrando as batidas com uma faixa de clique (uma série gravada de estalos de dedos usada para definir o medidor de uma música). Mas não estávamos acertando. David teve a ideia de realmente medir pedaços de fita com uma régua. Ele foi uma força atuante na produção do disco.”
David Gilmour discorda?
Curiosamente, David Gilmour não concorda muito com essa classificação. Em uma entrevista de 1983 à revista Guitar Heroes (resgatada pelo Rock Celebrities), o guitarrista reconheceu ser tecnicamente limitado e falou sobre como usou isso a seu favor, desenvolvendo um estilo todo particular.
“Minha técnica é risível às vezes. Eu desenvolvi um estilo próprio, que se arrasta por aí. Não preciso ter muita técnica para isso. Desenvolvi as partes que são úteis para mim. Eu nunca serei um guitarrista muito rápido. Não sei o que dizer sobre meu estilo. Há sempre uma intenção melódica lá.”
Já o produtor Bob Ezrin, que trabalhou com o Pink Floyd em álbuns como “The Wall” (1979), exaltou a habilidade do artista em entrevista à Total Guitar, transcrita pela Guitar World.
“Ele tem uma musicalidade inata que é formada pelo blues. Então, ele é incrivelmente lírico e melódico. Todas as suas estruturas melódicas são construídas sobre uma base de blues. E isso o torna realmente cheio de alma. Além disso, ele tem uma majestade de tom, e isso vem da combinação de seu vibrato lento e sua palhetada realmente precisa e quão forte segura as cordas para que as notas soem por muito, muito tempo. […] Tive o privilégio de trabalhar com alguns guitarristas ótimos em minha carreira, mas devo dizer que David Gilmour é meu favorito de todos eles, e tenho certeza de que não estou sozinho nisso.”
Alan Parsons com e sem o Pink Floyd
Fora “The Dark Side of the Moon”, Alan Parsons também foi engenheiro de som em “Atom Heart Mother” (1970). Ainda exerceu a função em “Abbey Road” (1969), dos Beatles. Voltaria a trabalhar com Paul McCartney em dois discos do Wings: “Wild Life” (1971) e “Red Rose Speedway” (1973).
Como artista solo, seu trabalho mais recente é “From the New World”, disponibilizado ano passado através do selo italiano Frontiers Music.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Threads | Facebook | YouTube.
David Gilmour em pleno show muitas vezes tinha que afinar o baixo de Waters que sempre saia do tom,em um video de Cymbaline da pra ver isso,e isso foram inumeras vezes,realmente Gilmour é bem técnico,quando eramos jovens achavamos que Waters coordenava tudo e hoje com a midia e tecnologia de acesso sentimos o quanto não sabiamos,Gilmour fez muito pelo Floyd sim.