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As três coisas que representam o legado de Eric Clapton, segundo o próprio

Guitarrista acredita que, além da música, deixará para o futuro outros dois pilares importantes

Eric Clapton tem uma extensa carreira. Na ativa desde a década de 1960, o guitarrista integrou bandas como Yardbirds e Cream, além de ter comandado o Derek and the Dominos e sua própria carreira solo, entre outros projetos.

Diante da vasta experiência, o músico considera que deixará uma marca própria na música, mas não apenas isso. Há outros dois pilares importantes que representam seu legado: a família e o centro de reabilitação Crossroads – fundado por ele em 1998. Por meio de um vídeo no YouTube (via Rock Celebrities), explicou:

“Minha vida é composta por dois elementos além da minha família, que é muito preciosa para mim. Tenho minha carreira na música, minha descoberta, pesquisa e amor pela música e também pelo centro Crossroads. Então, minha família, o centro de tratamento e a música são meu legado. Está tudo interligado, porque minha esposa também está envolvida com o projeto ‘Turn Up For Recovery’ [de recuperação de vícios].”

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Localizado na ilha de Antígua, no Caribe, o Crossroads ajuda alcoólatras e outros dependentes químicos. De acordo com o músico, o tratamento prestado é o mesmo que o libertou do vício em álcool e drogas, iniciado nos anos 1970.

“O tratamento é executado nos moldes antigos. Não é um spa. Não é uma academia de ginástica. É um centro de tratamento com 12 etapas. É o sistema que me manteve sóbrio por 35 anos.”

Desde 1999, Clapton promove o Crossroads Guitar Festival com o intuito de arrecadar fundos para o centro mencionado. A próxima edição acontecerá nos dias 24 e 25 de setembro, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Entre as 41 atrações do lineup, estão Sheryl Crow, Santana, Robbie Robertson, Buddy Guy, ZZ Top e, claro, o criador do evento.

Sobre o centro de reabilitação Crossroads

Em seu site oficial, o centro de reabilitação Crossroads declara:

Fundado pela lenda da música Eric Clapton, o Crossroads Center Antigua oferece um ambiente terapêutico, solidário e seguro, longe da confusão da vida no vício, na bela ilha de Antígua.

Ajudamos nossos clientes a iniciar uma jornada em direção a uma vida livre dos efeitos devastadores do álcool e outras dependências de drogas.

Desde 1998, temos o compromisso de fornecer tratamento da mais alta qualidade e acessível a todos. Nossos programas são baseados no modelo de tratamento de 12 passos, apoiando a dignidade dos indivíduos e suas famílias que sofreram os efeitos do álcool e outras drogas.

Enxergamos o vício como uma dependência compulsiva de álcool, substâncias, pessoas ou comportamentos, apesar das consequências prejudiciais. A dependência é uma condição progressiva, a menos que seja tratada adequadamente, e nosso modelo de tratamento é um método comprovado que funciona. Acreditamos que existem dois objetivos principais necessários para o sucesso:

  • Um compromisso com a abstinência de álcool, drogas e comportamentos autodestrutivos.
  • Uma mudança no estilo de vida que apoie a abstinência e promova o crescimento pessoal na recuperação.

Sobre Eric Clapton

Em 30 de março de 1945 nasceu Eric Clapton, um dos maiores guitarristas de todos os tempos. Com uma carreira longa e variada, o músico fez história no meio do caminho entre o blues e o rock.

Sua primeira banda com alguma notoriedade foi o Yardbirds. Foi nessa época que ganhou o apelido “Slowhand”. O motivo? Sempre que arrebentava alguma corda da guitarra durante o show, ele parava para trocá-la, pacientemente, ainda no palco. A plateia aguardava batendo palmas lentamente, daí a origem do nome.

Clapton saiu dos Yardbirds em 1965 e teve sua vaga ocupada por Jeff Beck e depois por Jimmy Page. Ficou por pouco tempo com John Mayall & The Bluesbreakers enquanto trabalhava em alguns outros projetos. Em 1966, passou a integrar o Cream junto de Ginger Baker (bateria) e dividindo vocais com Jack Bruce (baixo). O trio, um dos primeiros supergrupos da história, fez com que Clapton ganhasse também o mercado americano.

O Cream durou pouco, encerrando as atividades em 1968. Clapton terminou a década migrando entre projetos como o Blind Faith e o Derek and the Dominos – com este último, lançou um de seus grandes sucessos, a música “Layla”. Nos anos 70, ele se dedicou à carreira solo e lidou com os vícios em drogas e álcool, o que perdurou até a década de 80.

No início dos anos 90, uma tragédia abalou a vida do guitarrista. Seu filho, Conor Clapton, de apenas 4 anos, caiu do 53º de um prédio em Nova York. O fato inspirou a música “Tears in Heaven”, presente no álbum “Unplugged”, gravado no quadro da MTV. Tanto o disco quanto a canção foram premiados no Grammy seguinte, além de baterem recordes de vendas.

Nos anos 2000, Clapton focou em colaborações com músicos como J.J. Cale, Billy Preston e muitos outros, além de uma breve reunião do Cream em 2005. Participou de shows especiais para caridade e dirigiu o concerto em homenagem a seu amigo, George Harrison, falecido em 2001. Criou ainda o Crossroads Guitar Festival em 1999, com várias edições ao longo das décadas seguintes.

Nos últimos anos, passou a enfrentar problemas de saúde e estampou manchetes mais pelo negacionismo em relação às vacinas contra a covid-19 do que pela música, embora tenha continuado a lançar discos e fazer colaborações.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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