Quando o Def Leppard dividiu o palco com Taylor Swift

Embora já reconhecida, artista ainda não era a megaestrela atual quando colaborou com a banda para programa da CMT

Em 2008, Taylor Swift era uma estrela ascendente do country pop, já reconhecida, porém longe da megaestrela que se tornaria. Foi quando ela decidiu chamar uma de suas bandas preferidas, o Def Leppard, para uma colaboração no programa “Crossroads”, da Country Music Television (CMT).

À época, o grupo de hard rock estava envolto com o lançamento do álbum “Songs from the Sparkle Lounge”. Curiosamente, o disco trazia uma parceria com outro artista ligado ao country: Tim McGraw, que participou do single “Nine Lives”, o que ajudou o trabalho a chegar ao 5º lugar na parada americana. O músico também dá nome ao primeiro hit da cantora, lançado em 2006.

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Sobre Taylor, o vocalista Joe Elliott destacou, em entrevista ao The Irish Times resgatada pela Classic Rock:

“O álbum que Taylor Swift lançou em 2014 se chama ‘1989’ porque foi o ano em que ela nasceu. Ao longo de 1988 ela ouviu nossa música no ventre de sua mãe, sem parar. Os pais dela são grandes fãs do Def Leppard.”

Quanto à parceria televisiva, o frontman recordou em bate-papo de 2018 com a Rolling Stone:

“Sempre fomos o tipo de banda que fica de nariz empinado. Adorei a ideia de algo que iria irritar as pessoas por ser diferente. Se for para fazer colaborações, não vejo sentido em cantarmos uma música com o Bon Jovi, por exemplo, que é mais próximo de nós sonoramente falando.”

Sendo assim, a equipe do Def Leppard entrou em contato com a de Taylor Swift – algo facilitado pelo fato de que o irmão do baterista Rick Allen, Robert, era tour manager da cantora na época. Alguns meses depois, eles estavam ensaiando juntos.

Como Swift sequer havia completo 20 anos de idade, alguns pequenos ajustes líricos foram necessários, principalmente em “Pour Some Sugar On Me”. Joe comenta:

“Eu e Taylor nos sentamos e ela disse: ‘não posso cantar esse verso’, porque era um pouco ousada demais. Então, fomos ajustando. Assim como eu cantei do ponto de vista masculino em algumas de suas músicas, como ‘Love Story’.”

Def Leppard e Taylor Swift

A apresentação foi gravada em dois shows no Acuff Theatre, em Nashville, Estados Unidos, no início de outubro de 2008. O episódio final foi transmitido pela CMT em 8 de novembro, três dias antes do lançamento do segundo álbum de Taylor Swift, “Fearless”.

O show começou com Swift e Elliott fazendo um dueto em “Photograph”. O resto do set foi dividido entre as canções dos dois artistas:

  • “Picture to Burn”, “Love Story”, “Teardrops On My Guitar”, “Should’ve Said No” e “Our Song”, de Taylor;
  • “Hysteria”, “When Love and Hate Collide”, “Pour Some Sugar On Me”, “Love” e “Two Steps Behind”, do Def Leppard.

Sucesso e nova dose

O programa alcançou 4,5 milhões de telespectadores em suas exibições iniciais. Em ascensão, Swift ainda foi exposta ao público do rock, enquanto o Def Leppard foi apresentado a muitos que não o conheciam, ou vários que não os escutasse desde o fim dos anos 1980.

Falando à Classic Rock em 2019, o guitarrista Phil Collen, reconheceu o bônus, afirmando:

“A parceria com Taylor Swift provavelmente expandiu nosso público. Foi ótimo misturar esses gêneros de música.”

A dobradinha foi repetida no ano seguinte para fechar o CMT Music Awards 2009 com “Pour Some Sugar On Me”.

No ano atual, Joe reflete à mesma Classic Rock:

“As pessoas estavam olhando para nós como se tivéssemos três cabeças quando anunciamos que gravaríamos este programa de TV com Taylor Swift. O objetivo era fazer com que dois artistas extremamente opostos se apresentassem juntos. Nós apenas vimos como uma oportunidade de realizar algo diferente. E foi uma diversão fenomenal.”

*Foto: Krista Lee

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

1 COMENTÁRIO

  1. Pelos últimos 4 álbuns de inéditas e pelos discos clássicos regravados, considero a TS mais rock do que qualquer outro gênero, pois ela está transitando pelo new wave, synth pop, indie, alternative… e diga-se de passagem, com muita competência.

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