O solo de David Gilmour que mostrou a Myles Kennedy como técnica não é tudo

Frontman do Alter Bridge e The Conspirators teve uma experiência na adolescência que mudou sua percepção

Por mais que a técnica de David Gilmour seja digna de todos os elogios, é justamente na simplicidade perceptível em seu senso melódico que está seu maior trunfo. Nem precisa ser um grande conhecedor da guitarra para se deslumbrar com as criações do músico, especialmente no auge do Pink Floyd.

Myles Kennedy foi um desses “convertidos”. Em artigo para a revista Guitar World, o frontman do Alter Bridge e da banda solo de Slash destacou uma canção em especial que rendeu profundo impacto.

“Lembro-me de estar no acampamento de verão quando criança e, enquanto eu estava lá, alguém tocava ‘The Wall’ na íntegra. Aquilo me surpreendeu. Não tenho ideia de por que o álbum estava sendo tocado naquele ambiente, mas quando ouvi o solo de ‘Comfortably Numb’ como um garoto de 14 anos, cara, isso trouxe lágrimas aos meus olhos. Era tão bonito e livre, e tinha uma alma profunda enquanto ainda era extremamente melódico.”

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A experiência fez com que o jovem Myles compreendesse que havia um mundo à parte dos shredders.

“Adoro a forma como David toca – durante aquele solo, ele tocou todas as notas certas. Então, para mim, como guitarrista, foi um ponto crucial. Foi aí que percebi que, embora ouvisse muito Eddie Van Halen e Yngwie Malmsteen, a técnica não era tudo. Era sobre evocar emoções através das notas e ser lírico. David é tão vocal em sua abordagem. Ele fala com as pessoas. Eu amo isso.”

Pink Floyd e “Comfortably Numb”

Além dos quatro membros do Pink Floyd à época, “Comfortably Numb” contou com orquestrações de Michael Kamen e violão do guitarrista de jazz Lee Ritenour. Lançada como single, ganhou disco de platina no Reino Unido, tendo “Hey You” como lado B.

Também foi a última música tocada na derradeira apresentação oficial da banda, ocorrida durante o evento beneficente Live 8, realizado em 2 de junho de 2005. O quarteto se apresentou em Londres, no Hyde Park.

Sobre David Gilmour

Nascido em Cambridge, Inglaterra, David Jon Gilmour se interessou por música desde a infância. Incentivado pelos pais, aprendeu a tocar guitarra com ajuda de um livro e seus discos.

Paralelamente aos primeiros passos com a banda Jokers Wild, realizou alguns trabalhos como modelo para se sustentar.

Em 1967 foi convidado a se juntar ao Pink Floyd, inicialmente ajudando a cobrir os lapsos de Syd Barrett ao vivo. Acabou substituindo o amigo de infância. A partir da metade dos anos 1980 se tornou o líder do grupo, posição sustentada até o final.

Lançou discos solo, além de participar de trabalhos com Paul McCartney, Kate Bush, The Who, B.B. King, Paul Rodgers e Elton John, entre vários outros.

Integrante do Labour Party, posicionou-se defensor da causa palestina e se declarou socialista em entrevista à Mojo Magazine no ano de 2008.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

2 COMENTÁRIOS

  1. Sou suspeito para Falar de Pink Floyd !!! Minha Banda preferida . Pra mim , maior até que os Beatles … Escuto Floyd desde os 15 anos . Já estou com 44 anos … Os Solos do David Gilmour são Mágicos … Em especial nas músicas ; Mother , Confortably Numb , Take it Back , A Great Day for Freedom , Etc . Etc . Etc …rsss

  2. Para mim técnica nunca foi diferencial; Malmsteen e Eddie foram esses. Malmsteen só fritaçåo e nada para se recordar; Eddie quando falam dele só mostram Eruption; Van Hallen um grupo pop e mt ruim. Slash que é dito não ter boa técnica tem solos mt bons e riffs inesquecíveis ( November Rain ); Blackmore; Eagles em Hotel Califórnia; mas Gilmore é apoteótico… Confortably Numb foi o solo mais entorpecente que ouvi.

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