De acordo com estimativas recentes, “Back in Black” se tornou o segundo disco mais vendido de todos os tempos, atingindo 50 milhões de cópias comercializadas. O trabalho resgatou o AC/DC do buraco, após o inesperado falecimento do vocalista Bon Scott.
Em entrevista de 2020 à revista Vulture, o guitarrista Angus Young refletiu sobre o impacto do álbum. Não apenas em termos artísticos, mas na própria função de ter conseguido gerar algo de positivo em meio ao caos em que foi criado.
“‘Back in Black’ foi um álbum único que saiu em um momento muito específico. Muitas vezes penso em como atribuir seu sucesso a isso. Colocamos tudo que sentíamos nas próprias músicas. Você tem sorte se lançar um álbum que tenha músicas muito fortes, para começo de conversa. Além disso, saiu após a morte de Bon. Muitas pessoas pensaram que estávamos acabados como uma banda, então foi surpreendente que ele tenha surgido. Quando estávamos o gravando, era um esforço de vida ou morte. A ideia era que, se fosse o nosso último álbum, que ficasse muito bom.”
Young aponta que nem mesmo a gravadora, Atlantic, ficou receosa.
“Lembro-me da gravadora dizendo: ‘A situação já está ruim o suficiente e vocês ainda querem um álbum de capa preta?’ Foi nosso sinal de luto por Bon – era uma homenagem a ele. E é claro que tínhamos ‘Hells Bells’, também em sua homenagem. No começo, as pessoas apenas olhavam para os títulos das músicas e diziam ‘acho que não’. Mas assim que ouviam aquilo crescia neles. Não foi um sucesso instantâneo, aconteceu aos poucos.”
Sucesso inimaginável
No final das contas, o sucesso expôs o AC/DC de uma forma que os próprios jamais desejaram.
“Desde o início como banda, nunca procuramos atenção. Na época, a imprensa não dava tanta atenção ao rock. Especialmente por sermos da Austrália. Nunca buscamos prêmios ou reconhecimentos da indústria. Se você me perguntasse quando tinha 20 e poucos anos, sempre pensei nessas pessoas como nada legais. Era um mundo chato. Meu ponto de vista era que se algo chegava à televisão, estava acabado. Sempre gostei de ser o azarão. Até nossa gravadora nem se incomodou em mencionar que trabalhávamos com eles.”
Por fim, Angus destacou:
“Acho que a primeira vez que a Rolling Stone nos elogiou foi 30 anos depois de começarmos. Eles realmente confirmaram que o AC/DC existe, nos colocaram na capa em 2008. Malcolm sempre dizia: ‘nós realmente queremos estar nisso?’ Foi a mesma coisa com a indução ao Rock and Roll Hall of Fame, em 2003. Malcolm disse que teria preferido que eles simplesmente nos ignorassem. Teria ficado mais feliz com isso. Esse nunca foi o nosso papel. É mais um tipo de coisa de Hollywood – as celebridades. Nós nos apresentamos e continuamos a nos apresentar para os pequeninos. E posso dizer isso porque tenho 1,57m de altura.”
AC/DC e “Back in Black”
Sétimo álbum de estúdio do AC/DC (sexto na discografia internacional), “Back in Black” marcou a estreia do vocalista Brian Johnson. A arte de capa toda preta e o título eram sinais de luto em tributo a Bon Scott.
As gravações duraram sete semanas e ocorreram em Nassau, Bahamas. A produção ficou a cargo de John “Mutt” Lange, com quem o grupo já havia trabalhado no disco anterior, “Highway to Hell” (1979).
Quatro faixas foram lançadas como singles: “You Shook Me All Night Long”, “Hells Bells”, “Back In Black” e “Rock And Roll Ain’t Noise Pollution”. Outras duas também ganharam videoclipes: “Let Me Put My Love Into You” e “Shoot To Thrill”.
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