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Repetente Records celebra 1 ano de existência em grande estilo

Selo independente reuniu todas as suas bandas e convidados, além de anunciar um novo grupo para o coletivo

Na última quarta-feira (31), a Repetente Records comemorou seu primeiro aniversário de fundação. Em evento no Fabrique Club, o selo comandado por Badauí, Phil Fargnoli e Ali Zaher Jr (todos do CPM 22) juntamente com Rick Lion contou com a presença das bandas que o compõem: Anônimos Anônimos, Faca Preta, Fibonattis, Escombro, Statues on Fire e Magüerbes, que entregaram performances enérgicas e provaram como o underground ainda respira.

Além disso, como prometido, a Repetente anunciou sua mais nova banda: o Bayside Kings, grupo de hardcore de Santos. Os pocket shows contaram também com participações mais do que especiais de alguns de seus idealizadores: Phil Fargnoli e Badauí, respectivamente guitarrista e vocalista do CPM 22, subiram ao palco em momentos diferentes da noite.

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*Texto por Murillo Bonfim

Anônimos Anônimos

Pouco depois do horário de início do evento, o Anônimos Anônimos deu início aos trabalhos. Apesar do set curto, a banda, integrada por Flávio Particelli (vocais e guitarra), Lipe Rodrigues (guitarra), Roberto Bezerra (baixo) e Marcelo Sabino (bateria) executou com maestria o single “Feliz Dia das Mães”, esquentando o público. Apesar do hardcore agressivo e acelerado, a banda encaixa boas melodias em determinadas seções de suas canções, dando um tom dinâmico às suas faixas.

Logo após, a banda convidou Phil Fargnoli, que tocou guitarra e fez vocais de apoio na satírica “Esse Cara Não Sou Eu”, do EP “Baita Astral”. O AA fechou sua participação com um cover de “California Über Alles”, entregando uma versão fiel à original do clássico do Dead Kennedys.

*Fotos de Gabriel Ramos / @gabrieluizramos. Role para o lado para ver todas. Caso as imagens apareçam pequenas, atualize a página.

Faca Preta

Segunda banda da noite, o Faca Preta teve um desfalque importante: o vocalista Fabiano Santos não pôde comparecer. Por isso, o então quarteto formado por Anderson Boscari (guitarra), Dudu Elado (guitarra), Adriano Parussulo (baixo) e Marcelo Sabino (bateria) contou com a ajuda de convidados para se apresentar.

Apesar do contratempo, os substitutos se mostraram entrosados com a banda, que executaram com perfeição suas faixas. Júnior, do Fibonattis, e Flávio Particelli, do AA, assumiram os vocais nas primeiras canções. Badauí e Fernando Lamb, do Não Há Mais Volta, comandaram o microfone nas músicas seguintes.

O ponto alto da apresentação se deu em “Lutando de Braços Cruzados”, um punk acelerado que fez a plateia cantar junto. A participação do público também se deu na melódica “Cães de Rua”, reforçando o coro nos refrões. A banda se despediu do palco com “53rd & 3rd”, do Ramones, finalizando o segundo show do evento.

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Fibonattis

O quarteto de Franco da Rocha, região metropolitana de São Paulo, entregou o show mais longo da noite e mostrou uma dinâmica diferente das bandas anteriores. O grupo não possui um, mas dois vocalistas principais: Junior Punkids e Marlon Henris. A divisão e harmonia dos vocais ditaram o ritmo da apresentação, que contagiou o público.

Abrindo com o ótimo single “Vidas”, presente em “Cidade Mórbida”, de 2022, os Fibonattis passearam também pelo álbum homônimo, de 2016. A saideira veio com “Because You’re Young”, cover da banda punk inglesa Cock Sparrer.

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Setlist:

  1. Vidas
  2. Sempre estarão
  3. Velhos trapos
  4. Nossa hora
  5. Pra quê viemos
  6. Because You’re Young (Cock Sparrer cover)

Escombro

O quarto show da noite ficou por conta do Escombro, grupo mais distinto em meio ao elenco da Repetente. Os riffs e breakdowns agressivos, tocados em afinações mais baixas, fizeram com que o público iniciasse um mosh à frente do palco. Em dado momento, até mesmo um fã da plateia ajudou nos vocais em um refrão.

O som pesado (e preciso) do Escombro é acompanhado de letras que abordam temas sociais, bem como questões pessoais – como retratado em “Cicatrizes”, escrita durante a pandemia, que fala sobre saúde mental. Milton Aguiar, vocalista do Bayside Kings, participa na faixa em estúdio e subiu ao palco para a execução dela.

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Setlist:

  1. Mundo cão
  2. Rasgando o verbo
  3. Cicatrizes (part. Milton Aguiar)
  4. Recomeço
  5. Entre lobos

Statues on Fire

Em seguida, o Statues on Fire deu início ao seu set. Cantando em inglês, sendo os únicos a fazê-lo, o grupo de Santo André, região metropolitana de São Paulo, apresentou uma faixa de cada álbum lançado.

Iniciando com a frenética “Failure Misunderstand”, o Statues presenteou o público com a ainda não lançada “I Hate You And Your God”, a qual o vocalista André Alves “carinhosamente” dedicou ao deputado e pastor Marco Feliciano e à senadora Damares Alves. A dinâmica e recheada de harmonias “Flying Boats”, canção presente em “Phoenix”, álbum de estreia da banda, foi a escolhida para encerrar a exibição do quarteto.

*Fotos de Gabriel Ramos / @gabrieluizramos. Role para o lado para ver todas. Caso as imagens apareçam pequenas, atualize a página.

Setlist:

  1. Failure Misunderstand
  2. No Tomorrow
  3. I Hate Your God And You
  4. Flying Boats

Magüerbes

Para (até então) finalizar as apresentações, o Magüerbes tomou conta do palco do Fabrique. Fazendo os últimos ajustes técnicos antes de começar a tocar, o vocalista Haroldo Paranhos exaltou e agradeceu o trabalho da Repetente:

“Um selo é um carimbo de qualidade em cima de pessoas que sabem correr, que sabem lutar. Eu agradeço à Repetente por ‘dar um zoom’, conseguir conectar com outras coisas, com outros lugares que a gente esqueceu.”

Após a fala, o quinteto completo por Ricardo Franciscangelis (bateria), Julio Ramos (baixo), Fabrizio Martinelli e Fabio Capelo (guitarras) deu início ao show executando seus singles lançados neste ano. Apesar de hardcore, o som da banda é um pouco mais lento, destacando bem as duas guitarras e seus efeitos.

“Saudade” e “Coreto” foram tocadas com a entrega total de todos os músicos, em especial de Haroldo, que correu por toda a plateia, dividindo o microfone com fãs e interagindo com o público. A apresentação ainda contou com duas canções do último álbum lançado pela banda: “Futuro”, de 2015.

*Fotos de Gabriel Ramos / @gabrieluizramos. Role para o lado para ver todas. Caso as imagens apareçam pequenas, atualize a página.

Setlist:

  1. Saudade
  2. Coreto
  3. Futuro
  4. Obrigado Vida

Anúncio e apresentação de nova banda

Como prometido, o anúncio surpreso veio após as apresentações de todos os artistas do selo. Em seguida, Badauí e Phil retornaram ao palco, desta vez acompanhados de Rodrigo Ratto, da Ditto Music, parceira exclusiva da Repetente e que está à frente da distribuição do selo. O vocalista agradeceu aos presentes, às bandas e à Ditto e, em seguida, o Bayside Kings foi chamado ao palco.

Dona de um som punk composto por riffs rápidos e vocais rasgados, a banda sacudiu o público com canções curtas e agressivas, provando ser uma grande adição ao selo. O grupo da Baixada Santista apresentou um discurso afiado, além da performance da inédita de “(Des)Obedecer”.

Setlist:

  1. A Consequência da Verdade
  2. Ronin
  3. O Que Você Procura Aqui?
  4. (Des)Obedecer
  5. Todos Os Olhos Em Mim
  6. Miragem
  7. Existência

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