Morreu aos 64 anos o tecladista Luiz Schiavon, conhecido especialmente pelo trabalho com o RPM. A informação foi confirmada pela família por meio de uma nota, divulgada pelo jornalista Sérgio Martins nas redes sociais.
De acordo com o comunicado, Schiavon lutava há 4 anos contra uma doença autoimune. Ele não resistiu a complicações da cirurgia mais recente, realizada para tratamento do problema de saúde.
Leia a nota na íntegra a seguir.
“É com pesar que a família comunica o falecimento de Luiz Schiavon. Ele vinha lutando bravamente contra uma doença autoimune há 4 anos mas, infelizmente, ele teve complicações na última cirurgia de tratamento e não resistiu.
Luiz era, na sua figura pública, maestro, compositor, fundador e tecladista do RPM, mas acima de tudo isso, um bom filho, sobrinho, marido, pai e amigo. Portanto, a família decidiu que a cerimônia de despedida será reservada para familiares e amigos próximos e pede, encarecidamente, que os fãs e a imprensa compreendam e respeitem essa decisão.
Esperamos que lembrem-se dele com a maestria e a energia da sua música, um legado que ele nos deixou de presente e que continuará vivo em nossos corações. Despeçam-se, ouvindo seus acordes, fazendo homenagens nas redes sociais, revistas e jornais, ou simplesmente lembrando dele com carinho, o mesmo carinho que ele sempre teve com todos aqueles que conviveram com ele.”
Luiz Schiavon e RPM
Nascido em São Paulo no dia 5 de outubro de 1958, Luiz Schiavon foi o compositor melódico da maioria das músicas do RPM. O grupo, completo em sua formação clássica por Paulo Ricardo (voz e baixo), Fernando Deluqui (guitarra) e Paulo “P.A.” Pagni (bateria), tornou-se um fenômeno de popularidade nos anos 80 ao vender milhões de cópias com os álbuns “Revoluções por Minuto” (1985) e “Rádio Pirata Ao Vivo” (1986).
O quarteto se separou por duas vezes ainda na década de 80: rompeu em 1987, desfrutando do auge do sucesso, para voltar novamente no mesmo ano, lançar o álbum “Quatro Coiotes” em 1988 e acabar em 1989. Um retorno entre 1993 e 1994 para o disco “Paulo Ricardo & RPM” não contou com Schiavon, à época envolvido com projetos de dance music.
Já no século 21, o RPM clássico se reuniu em duas ocasiões: entre 2001 e 2003, gerando o álbum ao vivo “MTV RPM 2002”, e em 2011, o que rendeu o disco “Elektra” (2012). Um trabalho intitulado “Deus ex Machina”, com produção de Lucas Silveira (Fresno), chegou a ser gravado entre 2014 e 2015. No entanto, o projeto foi descartado e Paulo Ricardo voltou a se dedicar à carreira solo, saindo em 2017 e tendo na sequência uma batalha judicial contra os ex-integrantes, em relação ao uso do nome do grupo.
Desde então, o RPM se manteve ativo com Dioy Pallone nos vocais e baixo e lançou uma série de singles – o mais recente, “Promessas”, saiu na última semana. Com a morte de P.A. Pagni em 2019, Kiko Zara assumiu a bateria. No último ano, Luiz Schiavon esteve ausente das atividades na estrada, sendo substituído por tecladistas como Luis “Gus” Martins, Jo Borges e Tato Andreatta. Chegou a chorar no palco durante a apresentação que marcou seu retorno, em novembro último, na cidade de São Carlos.
Além da banda que o consagrou, Schiavon desenvolveu diversas trilhas sonoras para novelas da TV Globo no período entre 1996 e 2002. Dirigiu ainda a banda do programa “Domingão do Faustão” de 2004 até 2010. Outros de seus trabalhos podem ser conhecidos em seu site oficial.
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