Graham Bonnet diz entender cantores antigos que usam vocais pré-gravados ao vivo

Músico também fez questão de ressaltar que não percebe tantas reações negativas da parte do público para com a prática

A polêmica dos artistas que usam bases pré-gravadas nunca terá fim – na verdade, a tendência é que as novas tecnologias venham para ampliar a discussão. A coisa fica ainda mais divisiva quando se trata de cantores, já que a expressão da voz acaba sendo a mais natural e identitária dentro de uma banda.

Nos últimos anos, vocalistas famosos estão em um fogo cruzado após terem sido pegos se valendo de uma “ajudinha” para manter suas performances ao vivo. As críticas são constantes, embora nem sempre reflitam nas vendas de ingressos.

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Em entrevista ao podcast “Rock of Nations with Dave Kinchen and Shane McEachern” (transcrita pelo Blabbermouth), Graham Bonnet falou sobre o tema. E ao contrário de muita gente, ofereceu uma visão mais ponderada sobre a situação.

“Muitos caras da minha idade, especialmente os envolvidos nessa coisa de rock pesado, perderam suas vozes. Eles estão por aí, pré-gravando e dublando… Precisam manter suas imagens. A música deles tem que ser boa toda vez que se apresentam, tem que ser o melhor possível. E eles não podem decepcionar o público. Então eu entendo quando as pessoas fazem dublagem… É assim que as coisas são.”

A seguir, o ex-frontman do Rainbow usou um exemplo fora do circuito hard/heavy para justificar.

“Anos atrás, fui a um show do Duran Duran no Japão. Um dos caras da equipe me chamou: ‘Você quer ir embaixo do palco e ver o que realmente acontece?’ Eu não podia acreditar no equipamento que estava lá. Havia uma máquina inteira. Isso foi anos atrás; não estou dizendo que eles fazem isso agora. Mas eu simplesmente não conseguia acreditar. E esse cara perguntou: ‘Você não faz isso, Graham?’ Eu disse: ‘Não. Como poderia?’ Eu vi. Não acho que façam mais isso, porque as pessoas estão sendo descobertas agora. Mas também não acho que as pessoas realmente se importem, para ser honesto com você.”

Graham encerrou a explanação citando outras duas atrações britânicas.

“Lembro-me do meu irmão. Ele foi ver a Electric Light Orchestra, sua banda favorita. E disse: ‘Eles são tão bons ao vivo quanto nos discos.’ Claro, tudo era falso. Mas Jeff Lynne é ótimo no que faz. Você consegue imaginar o Queen, por exemplo, subindo no palco sem as harmonias vocais?”

Graham Bonnet hoje

Atualmente com 75 anos, Graham Bonnet mantém a Graham Bonnet Band na ativa. “Day Out in Nowhere”, álbum de estúdio mais recente do grupo, foi lançado em maio do ano passado, via Frontiers Music.

Paralelamente, o cantor está preparando material para o primeiro lançamento da sua versão do Alcatrazz, após o rompimento com os outros músicos da mais recente formação – que seguiram em frente com outro ex-Rainbow assumindo o microfone, Doogie White.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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