Extreme retorna em grande estilo com seu novo álbum, “Six”

Trabalho responsável por romper hiato de 15 anos sem material inédito da banda é cheio de pontos altos

99,9999% das pessoas que conhecem o Extreme chegaram até o grupo por conta de “More Than Words”. A maioria esmagadora, inclusive, ficou nela e sequer sabe qual a banda tocando aquela baladinha de voz e violão.

Não há nada de errado nisso, cada um faz o que bem entender da própria vida. Porém, o fato é que quem o faz deixa de conhecer uma banda para lá de criativa.

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Nem sempre eles acertaram no alvo, é verdade. Mas quando o fizeram, momentos dignos de reconhecimento se criaram. É o caso de “Six”, trabalho que rompe um hiato de 15 anos sem material inédito do quarteto.

O álbum já havia gerado um buzz online após a divulgação do primeiro single, “Rise”. A faixa de abertura vem sendo exaltada pelo fantástico solo de guitarra de Nuno Bettencourt. Mas ela vai além, com um peso acima da média para o grupo, além de uma melodia marcante.

O trabalho coletivo se destaca em “#Rebel”, com o baixista Pat Badger e o baterista Kevin Figueiredo segurando o ritmo com total consistência. Os riffs de “Banshee” levam o ouvinte a uma viagem classic rock, enquanto “Other Side of the Rainbow” ocupa o lugar do hit radiofônico – que não se concretizará, já que os tempos são outros. Mesmo assim, ela é digna de várias escutadas, já que o resultado é delicioso.

O clima segue suave com “Small Town Beautiful” e seu arranjo guiado por um bonito violão, além do jogo de vozes entre Gary Cherone e Nuno. O português assume o microfone principal em “The Mask”, com intervenções do titular da função, gerando um dos momentos mais próximo de seus primórdios. Já “Thicker Than Blood” possui uma abordagem que explicita o lado mais experimental, com uso de elementos eletrônicos. Pode até dar um susto em alguém desavisado.

O peso moderado de “Save Me” passa sem maiores efeitos e abre espaço para outra passagem de Bettencourt e Cherone alternando a cantoria na suave “Hurricane”, que tem até certa influência de Beatles em sua estrutura. “X Out” retoma os experimentos eletrônicos, mas consegue ser mais dinâmica e variada, com Gary mostrando toda sua versatilidade em uma das melhores exibições de toda a carreira – não, não é exagero, preste atenção e comprovará.

Quando “Beautiful Girls” começa, você chega a pensar que alguém mudou o álbum sem prévio aviso. O clima praieiro, meio latino meio reggae toma conta. Quem acompanha a discografia do grupo, sabe que eles sempre gostaram de colocar algum registro mais “brincalhão”. Depois de um tempo acostuma, especialmente por testemunharmos o David Lee Roth que há dentro de Gary – algo que ele não teve a chance de mostrar no próprio Van Halen. “Here’s to the Losers” fecha o repertório como um discurso de coaching ao contrário – o que é muito melhor, convenhamos.

O destaque individual dado para Nuno desde o lançamento de “Rise” é justificável durante toda a audição do play. O português é, definitivamente, um dos melhores no que faz. E não apenas de sua geração.

Porém, isso acaba criando uma injustiça indireta para com o restante dos membros, que também oferecem grandes performances durante todo o tracklist. É raro uma banda com longo tempo de estrada produzir um de seus melhores trabalhos a essa altura da carreira, mas o Extreme conseguiu em “Six”.

Ouça “Six” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.

O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!

Extreme – “Six”

  1. Rise
  2. #Rebel
  3. Banshee
  4. Other Side of the Rainbow
  5. Small Town Beautiful
  6. The Mask
  7. Thicker Than Blood
  8. Save Me
  9. Hurricane
  10. X Out
  11. Beautiful Girls
  12. Here’s to the Losers

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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