Um dos maiores proponentes de tecnologia analógica no cinema, Christopher Nolan declarou que os perigos inerentes ao uso de inteligência artificial eram visíveis há anos. Para o cineasta, a questão só se tornou popular com a disseminação do ChatGPT.
O assunto foi abordado pelo diretor em entrevista à Wired. Na ocasião, ele não poupou críticas à falta de cobertura ao assunto na imprensa até agora.
“O crescimento de inteligência artificial em termos de sistemas bélicos e os problemas que vem com isso tem sido aparentes há muitos anos. Poucos jornalistas se deram ao trabalho de escrever sobre isso. Agora que tem chatbot capaz de escrever matérias para jornais locais, de repente virou crise.”
De acordo com Nolan, a questão é bem simples: empresas usam a tecnologia para evitar responsabilidade por suas ações. Ele disse:
“Se apoiarmos a ideia de que IA é onipotente, estamos apoiando a ideia de que pode aliviar a responsabilidade de pessoas por suas ações – num contexto militar, socioeconômico, o que seja. O maior perigo de IA é se atribuirmos essas características divinas a isso e tirar o nosso da reta.”
O diretor de “Interstellar” ainda aproveitou para falar sobre a questão em termos mais filosóficos e religiosos:
“Eu não sei as origens mitológicas disso, mas através da história existe essa tendência de seres humanos criarem falsos ídolos, moldar algo em nossa imagem e então declarar que eles humanos tem poderes divinos por terem feito isso.”
Christopher Nolan e inteligência artificial
Christopher Nolan, que está prestes a lançar o filme “Oppenheimer”, sobre a criação da bomba atômica, fechou o assunto falando sobre um caminho positivo a se seguir com relação a IA:
“Eu acho que IA ainda pode ser uma ferramenta bem poderosa pra nós. Eu sou otimista quanto a isso. Eu sou mesmo. Mas precisamos encarar como uma ferramenta. A pessoa que a maneja ainda tem responsabilidade por usar a ferramenta. Se dermos IA o status de ser humano, como fizemos em um certo ponto com corporações, então aí sim teremos problemas enormes.”
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