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“CAN and Me” oferece belo retrato de uma das bandas mais influentes do rock

Filme mostra um dos grupos experimentais mais importantes sob a ótica de seu tecladista e fundador, Irmin Schmidt

O alemão Irmin Schmidt era o melhor maestro jovem na Europa. Pupilo do compositor Karlheinz Stockhausen, na metade dos anos 1960, ele estava com o caminho ideal diante de si para se tornar um dos principais nomes da música clássica europeia.

Bastou uma viagem para Nova York, onde conheceu Steve Reich, Terry Riley e La Monte Young, para ele decidir chutar o balde e formar um grupo de rock com seu colega Holger Czukay (baixo e eletrônicos), Jaki Liebezeit (bateria), Michael Karoli (guitarra) e Malcolm Mooney (voz), este último americano.

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“CAN and Me”, que será exibido no festival In-Edit Brasil 2023, conta a história do CAN, um dos grupos mais influentes da história da música ocidental. Eram capazes de ser adorados pela turma progressiva, punks, roqueiros e até mesmo a galera da eletrônica. Tudo isso sob a ótica de Schmidt, antes, durante e depois da existência da banda.

Schmidt se descreve no filme como sortudo, capaz de conhecer o amor de sua vida aos 19 anos de idade – ele e sua esposa, Hildegard, estão casados há mais de 60 anos – e encontrar no CAN um ambiente colaborativo total onde sua música se desenvolveu além de seus sonhos mais loucos.

E colaboração é algo ressaltado no filme sobre o CAN. Não haviam líderes. Todos dividiam tudo no grupo, ninguém tinha uma voz mais forte, e o fim veio quando perceberam estarem se tornando “profissionais” demais, no sentido mais mercenário da palavra.

Ao longo do documentário, somos apresentados a histórias de bastidores, desde como encontraram o vocalista Damo Suzuki entrando num café em Munique tocando violão e pedindo dinheiro até o trabalho feito pelo grupo em trilhas sonoras. 

A melhor sequência, inclusive, intercala Schmidt em entrevista e o cineasta Wim Wenders cada um seu ponto de vista sobre a trilha sonora feita pelo CAN para “Alice nas Cidades”, clássico do diretor alemão, gravada em apenas uma noite, sem que a banda tivesse sequer visto algum corte do filme.

A estrutura temporal do documentário por vezes é confusa – os cineastas Michael P. Aust e Tessa Knapp optam por separar a narrativa em blocos relacionados a aspectos diferentes da carreira de Schmidt –, mas o produto final serve para ilustrar um dos artistas mais importantes da história do rock e que muitos fãs nem sabem direito quem é.

Serviço – “CAN and Me” e In-Edit Brasil 2023

“CAN and Me” será exibido no In-Edit Brasil 2023, em São Paulo, como parte da mostra Panorama Mundial. Clique aqui para mais informações. Confira abaixo as datas de exibição.

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    Pedro Hollanda
    Pedro Hollanda
    Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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