Roger Waters foi às redes sociais e se manifestou sobre a notícia de que a polícia alemã abriu investigação por conta do recente uso de uma indumentária que remete ao nazismo durante os shows da atual turnê, “This is Not a Drill”, no país.
“Minha recente apresentação em Berlim atraiu ataques de má-fé daqueles que querem me caluniar e me silenciar porque discordam de minhas opiniões políticas e princípios morais.
Os elementos de minha performance que foram questionados são claramente uma declaração em oposição ao fascismo, injustiça e fanatismo em todas as suas formas. As tentativas de retratar esses elementos como algo diferente são dissimuladas e politicamente motivadas. A representação de um demagogo fascista desequilibrado tem sido uma característica dos meus shows desde ‘The Wall’, do Pink Floyd, em 1980.
Passei minha vida inteira falando contra o autoritarismo e a opressão onde quer que os veja. Quando eu era criança, depois da guerra, o nome de Anne Frank era frequentemente falado em nossa casa. Ela se tornou um lembrete permanente do que acontece quando o fascismo não é controlado. Meus pais lutaram contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial, com meu pai pagando o preço definitivo com sua vida.
Independentemente das consequências dos ataques contra mim, continuarei a condenar a injustiça e todos aqueles que a cometem.”
Vale citar que, entre os vários momentos que o músico usou o personagem caricato esteve o espetáculo “The Wall Live in Berlin”, de 1990, que celebrou a queda do muro que separava as Alemanhas Ocidental e Oriental.
A passagem de Roger Waters pelo país veio acompanhada de polêmicas, já que o cantor foi acusado de antissemitismo e chegou a ter shows cancelados em Frankfurt e Munique. Apesar de ter conseguido na Justiça o direito de se apresentar, as controvérsias em relação aos eventos continuam.
Ainda que o músico faça isso como crítica ou sátira, é proibido fazer alusão a imagens, símbolos e gestos nazistas na Alemanha, independentemente do contexto. Por isso, as autoridades alemãs iniciaram uma investigação criminal sob a justificativa de incitação ao ódio público. Martin Halweg, chefe da polícia de Berlim, declarou:
“O contexto da roupa usada é entendido como suscetível a aprovar, glorificar ou justificar o governo violento e arbitrário do regime nazista, de forma a violar a dignidade das vítimas e perturbar a paz pública. Após a conclusão da investigação, o caso será encaminhado ao Ministério Público de Berlim para avaliação jurídica.”
Roger Waters no Brasil
O próximo (e último) show de Roger em território alemão acontece neste domingo (28), em Frankfurt. Depois, a excursão “This is Not a Drill” chega ao Reino Unido no próximo dia 31 de maio. O Brasil tem 6 datas confirmadas a partir de outubro. São elas:
24/10 – Brasília – Arena BRB Mané Garrincha
28/10 – Rio de Janeiro – Estádio Nilton Santos / Engenhão
01/11 – Porto Alegre – Estádio Beira Rio
04/11 – Curitiba – Arena da Baixada
08/11 – Belo Horizonte – Mineirão
11/11 – São Paulo – Allianz Parque
O cara faz isso desde 80 e sempre foi a favor da queda do muro. Acredito que indiretamente ajudou o país nisso.
Triste essa mudança de mentalidade Mundial que estamos vivendo. Tantos valores , direitos de liberdade que lutamos por tantas décadas. Tudo sendo jogado por água abaixo a favor do : mínimo