Pop não tem gatekeepers como rock e metal, diz Nita Strauss

Guitarrista relembrou trabalho recente em turnê com Demi Lovato e disse que popstar tem mais liberdade e apoio dos fãs para mudanças

Nita Strauss fez muito headbanger torcer o nariz ao deixar sua posição na banda de Alice Cooper para acompanhar Demi Lovato em turnê. Agora, a guitarrista tem compartilhado relatos interessantes sobre a experiência.

Em entrevista ao Full Metal Jackie, a musicista se abriu sobre a experiência de tocar com a popstar. Inicialmente, ela destacou como Demi buscou mudar sua abordagem sonora nos últimos tempos.

“Foi uma experiência incrível trabalhar com Demi. Obviamente eu venho do mundo do rock, hard rock e metal e estou acostumada com fãs ficando furiosos sempre que algo muda. A coisa legal foi que Demi mudou o estilo dela inteiro. Mudou as roupas, o estilo musical, e ela rearranjou todos os hits. Ela tem uma canção chamada ‘Cool for the Summer’ que tem bilhões de plays no Spotify e ela fez uma versão rock pauleira com um pouquinho de Metallica no meio.”

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Diante de tal mudança, Strauss imaginou que a cantora enfrentaria críticas. Porém, segundo ela, a plateia apoiou.

“Os fãs adoraram. Os fãs a apoiavam e se esgoelavam até o fim de cada show. Não houve reação negativa. Não teve nenhum, ‘Não é assim que você deveria soar. Não foi isso que a gente queria. A gente quer a Demi de antes’, nada do gatekeeping que a gente vê no estilo musical com o qual estamos acostumados.”

Gatekeeping, vale contextualizar, é o nome dado ao ato de filtrar informações, que popularmente pode ser visto como aqueles admiradores “das antigas” que não reconhecem o público novo com respeito, fazendo interrogatórios e julgamentos com os recém-chegados. O termo pode ser usado em outros contextos, como no caso desta entrevista, em que Nita se refere aos fãs como possíveis gatekeepers do próprio artista, dizendo o que ele pode ou não fazer.

A diferença entre os trabalhos

Em entrevista ao Metal Injection – transcrita pelo Ultimate Guitar –, Nita Strauss tentou explicar as diferenças entre trabalhar com Alice Cooper e Demi Lovato.

“Uma das características de um músico contratado é ser capaz de se adaptar aos diferentes estilos de qualquer show em que você esteja, mantendo sua personalidade e energia. Havia tantas coisas que eram novas para mim. Fazia 15 anos, talvez até mais, que não era a única guitarrista em uma banda. Sendo assim, precisei trabalhar a mão direita, que corresponde ao aspecto rítmico. Muitas das escolhas de notas nos riffs, as partes limpas que estão nesses arranjos de música mais pop e pop punk são coisas que eu realmente não faço no rock e no metal.”

Porém, Nita garante que o novo trabalho lhe dá várias oportunidades de brilho individual.

“Há muitos solos no show, grandes pontos de destaque onde posso ir para a frente do palco e me exibir. E isso também é um ajuste, encontrar como posso me encaixar neste formato.”

A situação a levou a recuperar aspectos deixados de lado em um cenário mais classic rock.

“Com Alice, eu definitivamente recuperei muito o lado mais moderno do meu jeito de tocar. Tentei realmente me inclinar mais ao estilo de rock clássico que eu sei fazer. Com Demi tenho a oportunidade de voltar para as coisas que eu gosto – mais sweeps, mais tapping, coisas mais chamativas que vão simplesmente impressionar as pessoas que podem não ter visto um grande solo de guitarra em um ambiente pop.”

Nita Strauss de volta com Alice Cooper

Quanto ao futuro, agora que a turnê com Demi Lovato acabou, Nita Strauss vai retornar ao seu posto na banda de Alice Cooper. A guitarrista também deve lançar um novo álbum solo, seu segundo, até o fim do ano.

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Intitulada “Too Close for Comfort”, a nova turnê norte-americana do mestre do shock rock terá shows próprios e participações como atração de abertura de algumas apresentações conjuntas do Def Leppard e do Mötley Crüe. Ao final do verão no hemisfério norte, acontecerá a “Freaks on Parade”, em parceria com Rob Zombie.

Além de acompanhar Alice e Demi, Nita já tocou com Femme Fatale, The Iron Maidens e Lia-Fail. Também participou de discos de Kane Roberts, Jamie Christopherson, Critical Hit, Docker’s Guild, FB1964, Metal Allegiance e We Start Wars, entre outros. 

Demi Lovato, rock e metal extremo

Demi Lovato não é uma estranha para o rock, nem mesmo para os lados mais extremos do heavy metal. Em 2009, ela já havia revelado à MTV ser uma metalhead. Entre suas bandas preferidas à época estavam Dimmu Borgir, Maylene and the Sons of Disaster, Abigail Williams, Lamb of God, The Devil Wears Prada e Dr. Acula.

“É um estilo completamente diferente de todo o resto. Há vocais que não consigo reproduzir, bumbo duplo, solos de guitarras incríveis… A musicalidade é mais complexa que as de bandas comuns de rock. Gostaria de fazer algo assim um dia.”

Em setembro do ano passado, Nita respondeu um tuíte do Lambgoat que questionava sobre celebridades que ouvem música pesada que as pessoas não desconfiariam. Ela disse:

“Demi cita Job For a Cowboy e Abigail Williams como duas de suas bandas favoritas. Surpreendeu-me quando ouvi pela primeira vez (não me surpreende agora haha).”

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

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