As melhores versões de “Something”, dos Beatles, segundo George Harrison

Música foi regravada por Frank Sinatra, que a considerava “a maior canção de amor de todos os tempos”

Presente no álbum “Abbey Road” (1969), “Something” é o único single dos Beatles com autoria de George Harrison a alcançar o número 1 das paradas. Ela foi lançada no formato de compacto em lado A duplo junto a “Come Together”.

Como vários outros hinos do Fab Four, ela ganhou versões de artistas de diferentes estilos. A mais famosa é a de Frank Sinatra, que chegou a citar a composição como “a maior canção de amor de todos os tempos”.

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Porém, curiosamente, George não ficou tão empolgado com esse cover em específico, como confessou ao livro “Anthology”, em resgate do site Far Out Magazine.

“Fico mais emocionado hoje do que naquela época. Eu não gostava muito de Frank – ele era de uma geração antes da minha.”

Outras duas regravações entusiasmaram muito mais o autor.

“Fiquei muito mais interessado quando Smokey Robinson e James Brown a gravaram. Mas hoje fico muito satisfeito com quem quer que tenha feito isso. Percebo que o sinal de uma boa música é quando ela tem muitos covers.”

Quando George Harrison mostrou “Something” aos Beatles

Em entrevista ao Music Radar em 2014, Geoff Emerick, engenheiro de som falecido em 2018 que trabalhou em alguns discos dos Beatles (incluindo “Abbey Road”), relembrou o momento em que George Harrison apresentou “Something” pela primeira vez aos colegas.

“George estava presunçoso quando nos mostrou essa. E com razão: ele sabia que a música era brilhante. E pela primeira vez, John e Paul viram que George havia subido ao nível deles. George estava em seu melhor enquanto guitarrista. Tocou um solo, mas alguns dias depois quis refazê-lo. Só havia uma pista de gravação disponível e era para overdubs orquestrais, então, George gravou um novo solo ao vivo com a orquestra. Foi uma aposta, mas ele fez em apenas um take e foi lindo.”

O engenheiro de som ainda contou como Harrison se impôs durante a gravação da linha de baixo da música.

“Paul começou a tocar uma linha de baixo elaborada e George disse: ‘não, quero que seja simples’. Paul concordou. Não houve discordância, mas nos anos anteriores eu nunca pensaria que algo assim aconteceria. George dizendo a Paul como tocar o baixo? Impensável! Mas aquela música era o bebê de George e todos sabiam de cara que era um clássico instantâneo.”

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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