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O álbum dos Beatles que George Martin definia como “decepção”

Saudoso produtor acreditava que disco em questão, lançado em 1968, trazia faixas banais que poderiam ter sido cortadas

George Martin atuou como um elemento importante nas gravações dos Beatles. Considerado por muitos o “quinto integrante”, o produtor esteve por trás de quase toda a discografia do quarteto, dando vida às ideias de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr e, em algumas faixas, contribuindo até ao tocar certos instrumentos.

Diante desse vasto contexto, o saudoso profissional tinha seus trabalhos preferidos. Segundo o jornal The Telegraph, “Rubber Soul” (1965), “Revolver” (1966) e principalmente “Abbey Road” (1969), por ter sido o último que gravaram, eram os materiais de que mais gostava.

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Da mesma forma, o produtor considerava um álbum específico do Fab Four uma “decepção”. Ele não era um grande fã do disco homônimo de 1968, popularmente conhecido como “White Album”.

O motivo reside na quantidade e qualidade das músicas presentes no trabalho, como explicou em entrevista (via Far Out Magazine):

“O ‘White Album’ foi a decepção a que me referi. Eu queria juntar as duas partes e lançar um único álbum com as melhores faixas. Mas eles insistiram em colocar todas as músicas que queriam. Algumas das faixas eu achei bem banais e outras achei muito boas, então se a gente reduzisse, a gente poderia ter um super álbum.”

Ao todo, o projeto contém 30 músicas, marcadas pela individualidade dos integrantes, que desenvolveram suas próprias criações sozinhos. Justamente pela falta de “senso coletivo” durante o processo que Paul McCartney também não curtiu o resultado final, de acordo com John Lennon:

“Paul queria que fosse mais um trabalho em grupo, o que na verdade significaria uma participação maior dele. Então ele nunca gostou desse álbum. Já eu sempre preferi o ‘White Album’ a todos os outros, porque acho que a música é muito superior.”

Sobre o “White Album”

Lançado em 1968, o álbum homônimo dos Beatles (também chamado como “White Album”) chegou depois do conceitual “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” (1967). Entre suas 30 faixas, estão clássicos como “Revolution”, “Ob-La-Di, Ob-La-Da”, “Back in the U.S.S.R.”, “While My Guitar Gently Weeps” (com participação de Eric Clapton), “Helter Skelter”, “Blackbird”, entre outras.

Apesar de literalmente ser uma imagem em branco, a capa do “White Album” é uma das mais famosas e reconhecidas na história da música. Outros artistas foram inspirados por esse conceito nos anos seguintes, com destaque ao disco homônimo do Metallica, de 1991, referido como “Black Album”.

George Martin e os Beatles

George Martin morreu em 2016, aos 90 anos. Além dos Beatles, trabalhou com Elton John, Jeff Beck, Cheap Trick, America, Little River Band e UFO no contexto popular. Também contribuiu com trilhas sonoras e peças clássicas, trabalhando para o conglomerado midiático BBC e a gravadora EMI.

O produtor acompanhou John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr em quase toda a carreira. Revolucionou a música pop com criações técnicas e tecnológicas que servem como referências atemporais.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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