O álbum do Metallica que fez Max Cavalera raspar a cabeça

Músico ganhou o disco de presente de um primo, mas teve que aderir ao modo careca temporariamente

Embora hoje seja visto com outros olhos pelos headbangers mais radicais, o Metallica foi responsável pela iniciação de muita gente pelos caminhos mais extremos nos anos 1980. Que o diga Max Cavalera, que junto com seu irmão Iggor se inspirou muito nos americanos durante os primórdios do Sepultura.

Em entrevista à rádio 96.7 KCAL-FM (transcrita pelo Blabbermouth), o músico brasileiro foi questionado sobre qual música dos chefões do Big Four conseguia se ver fazendo uma versão.

“Adoraria regravar ‘Ride the Lightning’. É uma música doentia. Os riffs e a letra são incríveis. Amo a sonoridade old school deles. Se um dia tiver a chance, é uma ótima opção a se considerar para um cover.”

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A seguir, Max lembrou uma história ocorrida na adolescência que fez com que ganhasse o disco.

“Eu tinha um primo que estava tentando me ‘endireitar’. Um dia ele disse: ‘Você tem que cortar esse cabelo comprido. Eu vou te dar o que você quiser. Vou comprar um disco importado para você’. Sabia que o cabelo ia crescer de novo, então raspei. Pela cópia de “Ride The Lightning” valia a pena.”

Metallica e “Ride the Lightning”

Segundo álbum do Metallica, “Ride the Lightning” (1984) foi gravado em três semanas no Sweet Silence Studios em Copenhague, Dinamarca, com o produtor Flemming Rasmussen. Foi o último a contar com contribuições creditadas a Dave Mustaine nas composições, assim como o primeiro a ter colaborações de seu substituto, Kirk Hammett.

A sonoridade já contava com maior sofisticação em comparação à crueza do disco de estreia, “Kill ‘Em All” (1983). O mesmo pode ser dito do conteúdo lírico, com citações a escritores como Stephen King, Ernest Hemingway e H.P. Lovecraft.

“Ride the Lightning” vendeu mais de 6 milhões de cópias só nos Estados Unidos. A turnê contou com a primeira aparição no festival inglês Monsters Of Rock, em Donington, tocando entre Ratt e Bon Jovi – o que despertou a ira de James Hetfield, com direito a discurso inflamado em pleno palco.

Para quem os critica por terem “se vendido” nos anos 1990, Lars Ulrich sempre lembra que a banda já enfrentava críticas dos die-hard esta época por ter feito uma balada – “Fade to Black” – e outra canção mais acessível para os padrões do metal – “Escape”.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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