Mark Lanegan teria ajudado Kurt Cobain a escrever a letra de “Something in the Way”, faixa que fecha “Nevermind”, lendário disco do Nirvana. Porém, o vocalista do Screaming Trees, falecido em 2022, nunca quis crédito.
A informação vem do livro “Lanegan”, uma biografia sobre o cantor, em forma de história oral, escrita por Greg Prato. Em um depoimento para a obra (via Consequence), Nick Olivieri, com quem Mark trabalhou no Queens of the Stone Age, falou:
“Mark disse que escreveu algumas partes da letra em ‘Something in the Way’ com Kurt em ‘Nevermind’. Mas Kurt havia tocado em algumas coisas solo do Mark, ‘The Winding Sheet’. Então, ao invés de ser pago, eles apenas fizeram esse negócio onde: ‘ei, cara, eu te dei uma letra aqui e você me deu uma letra ali, estamos quites, o que quer que aconteça, aconteceu’. Mark não sabia, mas se ele tivesse autoria em ‘Something in the Way’ no ‘Nevermind’, ele teria muito dinheiro. Eu lembro dele xingando a si mesmo um pouco por isso: ‘se eu tivesse aquela autoria em ‘Something in the Way’…”
A relação de Lanegan e Cobain era bastante próxima, fato evidenciado pelo livro de memórias escrito pelo próprio vocalista do Screaming Trees, “Sing Backwards and Weep: A Memoir”.
“You Know You’re Right” ao Screaming Trees
A nova biografia também aproveita para contar um episódio onde Courtney Love ofereceu ao Screaming Trees a oportunidade de gravar “You Know You’re Right” após a morte de Cobain. Segundo Gary Lee Conner, guitarrista da banda:
“Quando estávamos trabalhando nas composições de ‘Dust’, naquela época, Mark veio tipo: ‘Courtney quer que a gente faça uma música’. E era aquela canção – ‘You Know You’re Right’ [música do Nirvana então inédita]. Então, eu peguei uma fita dela e a gente aprendeu a tocar. A gente nunca gravou. A gente aprendeu ela sem o Mark, e ele veio cantar… e não conseguia. Ele mudou de ideia. E esse foi o fim da história.”
“You Know You’re Right” finalmente foi lançada em 2002 e naturalmente foi um hit. Conner, assim como seu ex-companheiro de banda, demonstra certo arrependimento e bom-humor por ter deixado a oportunidade passar:
“Quem sabe? A gente poderia ter tido um baita hit com a música do Kurt. [Risos] Eu imagino que teria sido algo bem importante – lançar um cover de uma música inédita do Nirvana em 1995 ou 1996. Sei lá. Essa era a ideia. Mas eu não sei se era a ideia de capitalizar em cima do Kurt… embora a gente precisasse da grana.”
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