Em “Foregone”, In Flames retoma características pesadas sem esquecer discos recentes

Trabalho resgata alguns aspectos sonoros dos primórdios da banda, mas ao mesmo tempo não deve ser encarado como mera “volta às raízes”

Já há algum tempo que os álbuns do In Flames despertam sentimentos extremados por parte dos fãs. Os mais antigos, que acompanhavam a banda desde seus primórdios, desaprovam os experimentos e novos caminhos buscados. Ao mesmo tempo, há todo um contingente de novos adeptos que cresce a cada lançamento.

O fato é que, se formos analisar de maneira fria a discografia, veremos que o grupo nunca quis se repetir. Mesmo nos trabalhos iniciais, é possível identificar mudanças e evoluções. Talvez o que mais pegue os “das antigas” é o fato de que os suecos chegaram o mais próximo possível do mainstream para os padrões de uma atração do melodic death metal.

- Advertisement -

“Foregone” é o 14ª componente dessa história. O disco tem como novidade a presença do guitarrista Chris Broderick (Act of Defiance, ex-Megadeth e Jag Panzer), substituindo Niclas Engelin. A transição, que já vinha ocorrendo nos últimos anos, foi tão sutil que sequer houve anúncio oficial da efetivação do novo integrante, que atuava como convidado. Também é o primeiro em que o baterista Tanner Wayne grava todas as faixas.

O single inaugural “State of Slow Decay”, já havia saído em junho do ano passado. A música deixou o público empolgado por resgatar características dos momentos mais pesados do quinteto. E se justifica, já que se trata de uma ótima faixa. A impressão inicial se confirma em boa parte do tracklist. É um play com maior ênfase heavy em comparação a seus antecessores diretos. Ao mesmo tempo, não se distancia tanto assim do momento atual em termos de estruturas e arranjos.

Outro destaque vai para a envolvente “Meet Your Maker”, com Anders Fridén exibindo toda sua versatilidade vocal. A pancada com traços melancólicos de “Foregone Pt. 1” mostra como o entrosamento de Broderick com Björn Gelotte nas guitarras flui perfeitamente. A sequência, “Foregone Pt. 2”, se sobressai pelas belas mudanças de andamento, conduzidas com maestria por Tanner.

Quem aprecia os fraseados guitarrísticos oitentistas aliados ao Gothenburg Sound precisa conferir “The Great Deceiver”. Os melhores riffs do play surgem logo a seguir, na soturna “In the Dark”. Ela abre espaço para a dobradinha “A Dialogue in b Flat Minor” e “Cynosure”, duas faixas que dialogam mais abertamente com a obra atual do grupo.

Em linhas gerais, “Foregone” reúne qualidades suficientes para agradar quem acompanha o In Flames em suas diversas eras. Com certeza não é o que de melhor o grupo já fez, mas garante a continuidade de uma carreira que pode até ser criticada em alguns momentos, mas jamais ser vista sem levarmos em conta o aspecto corajoso de verdadeiros aventureiros musicais. Algo muito difícil, especialmente levando em consideração o contexto metálico.

Ouça “Foregone” nas plataformas digitais.

In Flames – “Foregone”

  1. The Beginning Of All Things That Will End
  2. State Of Slow Decay
  3. Meet Your Maker
  4. Bleeding Out
  5. Foregone Pt. 1
  6. Foregone Pt. 2
  7. Pure Light Of Mind
  8. The Great Deceiver
  9. In The Dark
  10. A Dialogue In B Flat Minor
  11. Cynosure
  12. End The Transmission

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Facebook | YouTube.

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioLançamentosEm “Foregone”, In Flames retoma características pesadas sem esquecer discos recentes
João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui


Últimas notícias

Curiosidades