“The Last of Us”: as diferenças entre a nova série e o game

Produção da HBO adapta uma das franquias de jogos mais populares e queridas dos últimos anos

Uma das séries de TV mais aguardadas de 2023 acaba de fazer sua estreia na HBO: “The Last of Us”, adaptação televisiva de uma das franquias de games mais populares dos últimos anos. Seus fãs, agora, poderão ver a cativante jornada de Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsay) em um mundo pós-apocalíptico de outra maneira.

Os primeiros episódios do show adaptarão os eventos do primeiro game, lançado pela produtora Naughty Dog em 2013. Mas como acontece em qualquer adaptação, o show, por mais que tente ser o mais fiel possível ao original, também tem suas diferenças em relação ao jogo.

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E quais são essas mudanças do primeiro capítulo da série em relação ao material de origem? É o que vamos abordar a seguir. As informações são dos sites Eurogamer, National World, Games Radar, Collider, Omelete, Screen Rant e Polygon.

“The Last of Us”: as diferenças entre série e game

Série se passa alguns anos antes do game

Quem jogou “The Last of Us” e prestou atenção aos primeiros momentos do game, viu que surto do fungo do tipo Cordyceps começou em setembro de 2013. Após o prólogo, o jogo dá um pulo no tempo de 20 anos, o que significa que seus eventos se passam no ano de 2033.

Já a série de uma pequena alterada na época em que o enredo se passa. Sim, ainda existe esse mesmo intervalo de 20 anos, mas o surto começou em setembro de 2003 – e por consequência, os eventos se desenrolam justamente em 2023, ano da estreia do show.

O Cordyceps se espalha de maneira diferente

Ao longo do game original, o jogador descobre que existem duas maneiras de uma pessoa ser infectada pelo Cordyceps: pela mordida de um infectado e pelos esporos que são liberados no ar pelo fungo. Tanto que o uso de máscaras para proteção é comum em algumas partes do jogo.

Já para a série da HBO, a infecção ocorre de uma maneira distinta: os infectados liberam gavinhas (aquelas estruturas preênsis presentes em plantas trepadeiras) de suas bocas para transmitir o fungo a outros hospedeiros.

Em entrevista para o Comicbook, Craig Mazin, um dos criadores da adaptação para TV de “The Last of Us”, explicou o motivo da mudança:

“Neste mundo que nós recriamos, se tivéssemos colocado esporos no ar, ficaria claro que (o surto) se espalharia para todos os lugares, todos teriam de usar máscaras o tempo todo e, provavelmente, todos já estariam infectados.”

Já para a Collider, Mazin também citou outro motivo para a mudança: ser o mais realista possível – especialmente por conta da pandemia da covid-19.

“Bem, queríamos basear este show o máximo possível na ciência. O Cordyceps é um conceito fascinante e absolutamente real. Queríamos ir um pouco além. Queríamos o máximo de realismo possível porque quanto mais real, mais conseguiríamos nos conectar com os personagens que estão naquele espaço.”

Prólogo maior na adaptação

Outra mudança feita pela série em relação ao jogo é a respeito do seu prólogo. Na obra original, o jogador inicia a jornada controlando Sarah (Nico Parker), a filha de Joel, mas logo passa a controlar o protagonista durante o caos causado pelo início do surto.

Já a série preferiu dar um pouco mais de tempo para o público conhecer melhor Sarah. A personagem é vista preparando e tomando café com Joel, na escola, consertando o relógio de pulso do pai como presente de aniversário, assando biscoitos com uma vizinha, entre outras coisas.

Infelizmente, o desfecho é o mesmo do game, com Sarah morrendo após ser baleada por um soldado durante o caos instalado pelo surto do Cordyceps.

Um ponto que também vale ser citado rapidamente tem relação com este relógio que Sarah entrega a Joel, algo fiel ao game. No show, a garota também entrega ao pai um DVD de seu filme de ação favorito. O diálogo durante o momento também é retratado com fidelidade.

As mudanças em Tommy

Outro personagem importante da franquia “The Last of Us” é Tommy (Gabriel Luna), o irmão mais novo de Joel. Para o show da HBO, o personagem também passou por algumas mudanças.

Por exemplo, na primeira meia hora do episódio de estreia, Tommy se junta ao irmão e a sobrinha no café da manhã. Em outro momento, Joel precisa tirá-lo da cadeia por conta de uma briga em um bar – provavelmente causada por uma pessoa demonstrado os primeiros sinais da infecção.

Após o pulo de 20 anos no tempo, também vimos que Joel e Tommy sempre tentaram manter contato um com o outro, mesmo morando distantes. No entanto, ao notar que não conseguia mais falar como irmão, o protagonista decide arrumar um carro para procurá-lo.

Já no game, nenhum destes acontecimentos do prólogo foi abordado. Além disso, o jogador descobre que Joel e Tommy brigaram (algo que a série também dá a entender que aconteceu) e ficaram anos sem manter contato. Os dois só se encontram graças a jornada do protagonista, que tinha de levar Ellie para os Vagalumes.

A relação de Joel e Tess

Também não poderíamos nos esquecer de Tess (Anna Torv), personagem de destaque na primeira parte do “The Last of Us” original. No game, vimos que ela era parceira de Joel em seu negócio de contrabando de armas, mas ficamos sem saber se eles eram apenas parceiros de trabalho ou mais que isso.

Já o show deixou no ar a possibilidade de Joel e Tess serem realmente um casal. Em uma rápida cena, os dois são vistos dormindo juntos – apesar de a possibilidade de ser apenas um sonho do personagem. Em outra, o protagonista mostra um certo cuidado e carinho ao cuidar de alguns ferimentos da parceira – além de não ter gostado do que viu e perguntar quem havia a machucado.

De qualquer forma, esta ambiguidade criada pelo jogo ainda está presente na série e manteve esse mistério no ar. Os demais episódios de “The Last of Us” podem tirar de vez essa dúvida do público.

Menos violência

Quem jogou “The Last of Us” sabe que o game mistura elementos de stealth – quando é preciso passar despercebido pelos inimigos – com vários momentos de ação, seja com armas de fogo, armas brancas ou luta corpo a corpo.

Já na adaptação televisiva, as coisas são um pouco diferentes: a produção optou por reduzir bastante a violência.

Neil Druckmann, criador de “The Last of Us” que também desenvolveu e até dirigiu alguns episódios do show, já justificou o motivo para essa mudança. À Games Radar, afirmou:

“(No game) Precisamos de uma certa quantidade de ação ou violência, uma mecânica para você se conectar com Joel. Desta forma, você se sentia realmente ligado a ele e via o mundo com seus olhos. Só que isso não existe em uma mídia passiva. Uma das coisas que gostei de escutar de Craig Mazin e da HBO, ainda no início, foi: ‘vamos tirar toda a violência, com a exceção do que for essencial’. Isso permitiu que a violência tivesse um impacto maior do que no game, por que quando você está assistindo uma ameaça e a reação das pessoas a ela, faz tudo ficar mais assustador.”

Um Joel diferente

O próprio Joel de Pedro Pascal também tem suas diferenças em relação ao original do game.

Uma dessas mudanças tem relação com a parte física de Joel. No game, era comum o protagonista passar muito tempo agachado para passar despercebido pelos inimigos, algo que ele não faz com frequência no show. Desta forma, ele interage de forma diferente com o ambiente na adaptação televisiva.

Para a Polygon, Craig Mazin afirmou o seguinte:

“Caras de 55 anos não conseguem andar agachados por mais de três minutos! Logo logo a coluna deles não aguenta.”

A personalidade de Joel também é um pouco distinta no show da HBO. A produção preferiu deixá-lo um pouco menos “durão” para mostrar que o protagonista também tinha de lidar com os traumas do passado.

Para o mesmo portal, Neil Druckmann disse:

“É por isso que nós escolhemos Pedro Pascal para ser Joel. Estávamos olhando menos para um ator que interpretasse um cara durão e mais para alguém que pudesse mostrar que ele tem uma alma torturada.”

Por fim, o passado do personagem também foi modificado. O game dá a entender que antes do surto, Joel trabalhava na área de construção civil. Já o show, apesar de deixar claro que a versão de Pedro Pascal trabalha no mesmo ramo, também dá pistas de que o personagem foi soldado do exército americano, por conta de um adesivo em seu carro e uma fotografia em sua casa.

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Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

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