Lançado em 2004, o filme “Some Kind of Monster” expôs ao público as divisões e crises do Metallica de uma forma que jamais uma banda permitiu anteriormente. Da saída do baixista Jason Newsted aos problemas com o álcool de James Hetfield, passando pelas brigas e desencontros durante a criação do álbum “St. Anger”, tudo foi exposto de forma nua e crua.
O resultado dividiu os fãs. De um lado, aqueles que se decepcionaram vendo a mística quase heroica por trás dos músicos apagada quase ao ponto de causar constrangimento. De outro, os que se identificaram com a humanização de personagens que pareciam maiores que a própria vida, levando-os ao ponto da identificação com o cidadão comum e suas dificuldades mundanas.
Em entrevista à Rolling Stone, o guitarrista Kirk Hammett comentou sobre como a atitude interna se modificou desde aqueles tempos.
“Estamos muito mais abertos. Ouvimos uns aos outros. Somos muito mais atenciosos. Isso não é um assunto sobre o qual todos sentamos e conversamos, estou julgando apenas pelo comportamento atual da banda. Nós meio que sentimos as coisas instintivamente. Às vezes falamos sobre elas, às vezes não. Isso nos levou a entrar em todas essas situações estranhas no passado. Somos seres humanos. Não somos perfeitos como pessoas. Cometemos erros em nossas vidas pessoais a torto e a direito.”
Metallica, “St. Anger” e “Some Kind of Monster”
Lançado em 5 de junho de 2003, “St. Anger” foi o oitavo álbum de estúdio do Metallica. O produtor Bob Rock assumiu o baixo durante as gravações, com Robert Trujillo sendo efetivado para a turnê. A sonoridade foi altamente contestada, especialmente pela sonoridade de lata da caixa da bateria e o fato de os solos de guitarra terem sido totalmente excluídos das composições.
Mesmo assim, a repercussão comercial foi positiva. O trabalho chegou ao primeiro lugar em várias paradas mundiais e as vendas superaram a casa de 8 milhões de cópias. No Brasil, ganhou disco de ouro.
“Some Kind of Monster” foi dirigido por Joe Berlinger e Bruce Sinofsky. A obra ganhou o Independent Spirit Awards em 2005 na categoria Melhor Documentário. Atualmente, está disponível na Netflix.
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