Desde a vitória no Eurovision em 2021, o Måneskin viu sua relevância aumentar exponencialmente. Com o sucesso estrondoso do cover “Beggin’”, canção viral no TikTok, a banda italiana chegou ao mainstream e de quebra conquistou o mercado americano. E é justamente a essência desta transição mercadológica que marca o som de “Rush!”, terceiro e mais recente álbum da banda, lançado na nesta sexta-feira (20).
Produzido majoritariamente em Los Angeles por Max Martin — lembrado por colaborações com grandes nomes do pop como Britney Spears, Katy Perry e Backstreet Boys —, “Rush!” se afasta da sonoridade mais pesada de seu antecessor, “Teatro d’ira: Vol. I” (2021). Aqui, a ideia é apresentar um pop rock mais flexível ao mercado internacional.
Altos e baixos
A abertura fica a cargo das enérgicas “Own My Mind” e “Gossip” (com participação de Tom Morello), que têm potencial para entrar nos repertórios de shows. A balada “Timezone” dá continuidade, mas se mostra um pop genérico quando comparada à grandeza de músicas mais antigas como “Coraline” e “Torna Casa”, também lentas e que ocupam a mesma posição nas tracklists dos álbuns anteriores.
Bebendo da fonte do punk rock britânico, “Bla Bla Bla” soa deslocada não apenas no lado A do trabalho, mas em toda a obra do Måneskin. Em meio a brilhantes composições do vocalista Damiano David, esta parece ter sido escrita por um adolecente transgressor para sua banda de garagem. A faixa é sustentada por um instrumental interessante, com destaque para o baixo.
Já na segunda etapa da tracklist, as tão pedidas canções italianas foram reduzidas a coadjuvantes em um amontoado de faixas, o que matou o sentimento de unidade na obra. Soa como reflexo da forte influência do mercado estadunidense, onde o grupo busca se consolidar ainda mais.
Como ponto positivo, a baixista Victoria De Angelis se destaca em absoluto durante toda a audição. As músicas ganham em preenchimento e energia com suas linhas de baixo potentes e cheias de fraseados. Não daria nem para arriscar uma ausência de Victoria ao estilo “…And Justice for All”, álbum do Metallica onde praticamente não se ouve o instrumento.
Rock podado em prol do pop
Descrito por Damiano David como um trabalho eclético, “Rush!” é pop rock com pop gasto e rock cheio de referências. O resultado final foi prejudicado na falta de cuidado na organização da tracklist, que transmite a sensação de que não se trata de um álbum, mas de um compilado de singles dançantes – o melhor exemplo desse problema está no encerramento com a balada “The Loneliest”, que fecha a experiência em energia incompatível com a mantida durante o decorrer do material.
Aqui, o Måneskin prova seu potencial comercial, mas com um preço a ser pago. Neste caso, percebe-se como a chegada no mercado internacional podou o lado mais pesado do grupo.
Ouça “Rush!” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.
O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!
Måneskin – “Rush!”
- Own My Mind
- Gossip (feat. Tom Morello)
- Timezone
- Bla Bla Bla
- Baby Said
- Gasoline
- Feel
- Don’t Wanna Sleep
- Kool Kids
- If Not For You
- Read Your Diary
- Mark Chapman
- LA Fine
- Il Dono della Vita
- Mammamia
- Supermodel
- The Loneliest
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