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Os 10 discos que mudaram a vida de Gene Simmons

Baixista e vocalista do Kiss optou por lista diversificada e que reflete sua personalidade megalômana

A revista Goldmine pediu que Gene Simmons escolhesse seus 10 álbuns preferidos de todos os tempos. O linguarudo – em todos os sentidos – baixista e vocalista do Kiss apresentou uma lista diversificada.

Eis os favoritos:

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Ray Charles – Greatest Hits: “Não há nada melhor do que ‘Hit the Road Jack’. Tem uma linha de baixo descendente e repetitiva. Não tem ponte, não tem refrão. É só aquele riff que continua voltando uma e outra vez. No topo de tudo está uma melodia assombrosa com um dar e receber no fundo. Simplesmente um clássico.”

The Beatles – The Beatles (The White Album): “É um dos meus favoritos porque você percebe o tumulto interno da maior banda que já existiu, onde cada membro era uma estrela. Mas você podia ouvir o sentido desconexo desse álbum, embora claramente as músicas brilhassem, a execução e a produção fossem fantásticas. É interessante que ‘Abbey Road’ talvez tenha sido o melhor álbum dos Beatles e eles estavam se separando naquele ponto. Mas, de alguma forma, tinha uma coisa mais unificada. Porém, só pela música maluca, tem que ser o ‘The White Album’.”

Jeff Beck Group – “Truth” / “Beck-Ola”: “Houve um lançamento emparelhando ‘Truth’ e ‘Beck-Ola’ que comprei mais de uma vez. Antes do Led Zeppelin, havia uma banda chamada Jeff Beck Group. Jimmy Page ouviu o que Jeff estava fazendo e disse: ‘Tenho que montar uma banda’, e formou o Led Zeppelin. Para mim, entre os dois primeiros discos do Led Zeppelin ou os dois primeiros discos do Jeff Beck Group, é o Jeff Beck Group, sem dúvida.”

Dave Clark Five – “Greatest Hits”: “O DC5 foi subestimado e espetacular. É interessante: eles foram, de fato, maiores que os Beatles por um curto período. Lançaram um filme, ‘Catch Us If You Can’, enquanto os Beatles tiveram ‘A Hard Day’s Night’. Os Beatles tinham o som de Liverpool e o DC5 tinha o som de Tottenham. Quando ouvi a música deles pela primeira vez adorei. Tinha uma bateria meio implacável, que, é claro, eram músicos de estúdio secretamente, mas uma produção incrível, ótimos cantores. Eu sempre pensei que o vocalista deles, Mike Smith, pertencia aos Beatles. Tocava teclado e tinha uma voz espetacular. Dave Clark me chamou para participar de um documentário, pois sempre gostou das palavras gentis que eu dizia sobre a banda. Quando o Kiss tocou em Wembley, em Londres, sentei e comecei a relembrar o que aquele grupo significava para mim, ainfal a música é sempre mais do que música. É a trilha sonora da sua vida, com quem você estava, o que estava acontecendo e tudo mais.”

Patsy Cline – “Greatest Hits”: “A música dela me atingiu como um caminhão. Quanto mais leio sobre ela, mais fascinado fico. Tinha uma música chamada ‘Crazy’ e na cultura country e ocidental, você não podia dizer a palavra louco. Era para ser vulgar. E aqui estava esse zelador chamado Willie Nelson, que escreveu ‘Crazy’. A propósito, canções clássicas como ‘Yesterday’ ou ‘Michelle’, mesmo a canção escrita por Charlie Chaplin, ‘Smile’, começam com o nome da música. A mesma coisa com ‘Crazy’. Esse é o sinal de ótima, não apenas boa, mas ótima composição. Quando ouvi pela primeira vez, aliado ao fato de ter saído do country & western, me surpreendeu. E então eu ouvi todas as outras faixas. Você não pode apreciar a música sem realmente apreciá-la. Sim, há os riffs e a guitarra de Jeff Beck, o bombástico Led Zeppelin, mas você não pode deixar Patsy Cline de lado.”

ABBA – “Greatest Hits”: “Sim, nós gostamos de death metal, e sim, eu gosto de The Killers e gosto de Tame Impala – gosto de todos os tipos de coisas. Mas o que se eleva a um nível de grandeza, não importa o gênero musical, é a capacidade de criar canções que duram para sempre. Eu ia dizer The Bee Gees, mas irrita muita gente, embora as músicas sejam inegáveis. Então, se estou andando no meu carro e a música do ABBA começa, eu aumento o volume e isso é sinal de grandeza. Composições incríveis. Você simplesmente não pode alcançar. É por isso que eu tenho que escolher o ABBA.”

Led Zeppelin – “Led Zeppelin I”: “Quando ouvi pela primeira vez ‘Communication Breakdown’, pensei: ‘Oh, meu Deus, isso soa como o inferno sobre quatro rodas.’ Eu pensei que era uma cantora, não sabia que era um cara. Nunca tinha ouvido falar de Robert Plant. Foi a mesma coisa que aconteceu comigo quando ouvi os Beatles pela primeira vez. O que é esse som estridente, o que é isso? Você quer aumentá-lo! O fato de a banda ter um guitarrista, um baixista e uma bateria e poder soar assim ao vivo, diz muito. E eles foram capazes de reproduzir aquilo ao vivo, o que os Beatles não conseguiriam com ‘Sgt. Peppers’.”

James Brown – “20 All-Time Greatest Hits!”: “James Brown surgiu do nada nos pântanos da Geórgia. De alguma forma se criou, educou-se e aprendeu o ofício sem ir a uma escola de dança ou escola de música. É importante notar que houve um filme-concerto chamado ‘The T.A.M.I. Show’. Tinha Jan e Dean, The Rolling Stones e James Brown. Sugiro que todos assistam. James Brown vinha logo antes dos Stones e tomou conta do palco como ninguém. Há um close revelador de Mick Jagger fora do palco, observando James Brown e roendo as unhas nervosamente. Quando chegou a vez dos Stones, você vê Mick Jagger tentando nervosamente imitar James Brown. E toda aquela dança estranha que Jagger tem feito desde então é totalmente a versão branca e sem alma do que James Brown fazia.”

The Who – “Tommy”: “Álbuns são declarações completas. A maioria das bandas lança coleções de músicas. ‘Tommy’ é um grande exemplo. Ainda resiste ao teste do tempo. Não apenas foi transformado em filme, mas essas músicas e a performance são claramente extraordinárias. Acredite, eu sei do que estou falando. Tentamos fazer ‘The Elder’, mas não conseguíamos engraxar os sapatos. ‘Tommy’ é um álbum autônomo, não apenas conceitual, mas uma coleção de músicas que se encaixam, peças do mesmo quebra-cabeça.”

Kiss – “Destroyer”: “É um álbum semiconceitual. Algumas dessas canções sobreviveram ao teste do tempo. Foi um período estranho. Foi o começo do fim, na verdade. A banda começou a desmoronar em 1976.”

Sobre Gene Simmons

Atualmente com 73 anos, Chaim Witz nasceu em Tirat Carmel, Israel. Sua mãe sobreviveu a um campo de concentração nazista. De toda família, apenas ela e um irmão escaparam do Holocausto.

Paralelamente aos primeiros trabalhos musicais, foi professor infantil e trabalhou na redação da conceituada revista Vogue.

Junto a Paul Stanley, fundou o Kiss. A banda virou um fenômeno, influenciando todas as gerações posteriores e se tornando o grupo americano com maior número de discos de ouro e platina em todo o mundo.

Também participou de diversos segmentos artísticos. Atuou, produziu e financiou projetos em todo o mundo do entretenimento.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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