De acordo com o jornalista José Norberto Flesch, Roger Waters voltará ao Brasil para shows em 2023. O músico traz a turnê “This is Not a Drill”, que começou este ano na América do Norte e já tem datas agendadas para a Europa.
A turnê deve acontecer entre o final de novembro e início de dezembro. Os locais ainda não estão confirmados, mas Flesch destaca:
“Ele gosta de fazer turnês longas quando vem para cá.”
Será a primeira passagem do eterno líder do Pink Floyd em sua fase mais bem-sucedida desde os polêmicos shows de 2018. À época, o país passava pelas eleições que conduziram Jair Bolsonaro à presidência do país. O político foi citado por Waters como um dos representantes do neofascismo mundial, o que gerou polêmicas no público, especialmente por quem nunca havia lido sobre a obra do britânico e sua banda.
Roger Waters e “The Lockdown Sessions”
No último final de semana, Roger Waters lançou o mini álbum “The Lockdown Sessions”. Como o título deixa claro, o registro foi gravado em seu estúdio caseiro, durante o bloqueio causado pela pandemia de Covid-19, entre 2020 e 2021.
O tracklist apresenta regravações de canções do tempo de Waters no Pink Floyd e obras solo. “Mother” e “Vera” são oriundas do álbum “The Wall” (1979), enquanto “Two Suns in the Sunset” e “The Gunner’s Dream” vêm do último disco de Roger com seu ex-grupo, “The Final Cut” (1983). Fecham a conta “The Bravery of Being Out Of Range”, do registro solo “Amused to Death” (1992), e “Comfortably Numb 2022”, no arranjo que vem sendo executado durante a atual turnê.
Como é a “This is Not a Drill”
Tendo circulado pela América do Norte entre julho e outubro deste ano, a turnê “This is Not a Drill” traz, como de costume, uma experiência altamente tecnológica e repleta de mensagens políticas.
De fato, o espetáculo já começa com um sonoro aviso aos mais desavisados, que não gostam da “mistura” de música com política. No telão, após um pedido para que celulares sejam desligados, um texto é exibido até para evitar desapontamentos, como o que aconteceu na última passagem do músico pelo Brasil, em 2018, quando muitos fãs descobriram a forte carga política na obra de Waters. O comunicado diz:
“Se você é uma daquelas pessoas, que diz: ‘eu amo Pink Floyd, mas não suporto as mensagens políticas’, seria bom cair fora agora e ir para o bar.”
O set começa então já com uma surpresa: “Comfortably Numb”, clássico do Pink Floyd que geralmente surgia mais para o fim das apresentações, agora está na abertura em uma versão repaginada, sem o famoso solo de guitarra.
Ao todo, são 17 músicas da antiga banda de Waters em um total de 23. As demais vêm de seu material solo: “The Bravery of Being Out of Range” (do álbum “Amused to Death” – 1992), “The Powers That Be” (de “Radio K.A.O.S.” – 1987), “Déjà Vu”, “Is This the Life We Really Want?” (as duas últimas do disco “Is This the Life We Really Want?” – 2017) e a inédita “The Bar”, que ganha uma reprise.
O setlist é dividido em duas partes, e a lista completa é a seguinte:
- Comfortably Numb (música do Pink Floyd)
- The Happiest Days of Our Lives (música do Pink Floyd)
- Another Brick in the Wall, Part 2 (música do Pink Floyd)
- Another Brick in the Wall, Part 3 (música do Pink Floyd)
- The Powers That Be
- The Bravery of Being Out of Range
- The Bar
- Have a Cigar (música do Pink Floyd)
- Wish You Were Here (música do Pink Floyd)
- Shine On You Crazy Diamond (Parts VI-IX) (música do Pink Floyd)
- Sheep (música do Pink Floyd)
Intervalo
- In the Flesh (música do Pink Floyd)
- Run Like Hell (música do Pink Floyd)
- Déjà Vu
- Is This the Life We Really Want?
- Money (música do Pink Floyd)
- Us and Them (música do Pink Floyd)
- Any Colour You Like (música do Pink Floyd)
- Brain Damage (música do Pink Floyd)
- Eclipse (música do Pink Floyd)
- Two Suns in the Sunset (música do Pink Floyd)
- The Bar (Reprise)
- Outside the Wall (música do Pink Floyd)
Confira alguns vídeos abaixo.
Roteiro e mensagem
Como é comum em shows de Roger Waters, as músicas são usadas para contar uma história que traz começo, meio e fim. Em entrevista ao Ultimate Classic Rock, o guitarrista Jonathan Wilson, integrante da banda de Waters, confirmou que o baixista e vocalista baseia a performance em um roteiro, que é estudado e discutido com a banda antes da turnê.
O palco em formato de cruz é posicionado no centro do estádio ou arena em que o show acontece, com telões circundando toda a estrutura. Na entrevista, Wilson falou sobre a imponência do equipamento, um dos maiores já colocados na estrada por Waters, que segue a tradição do Pink Floyd de fazer apresentações grandiosas.
“É incrível. Quer dizer, eu nem sei o tamanho em metros daqueles LEDs, mas é enorme. Disseram que é a coisa mais pesada que já penduraram até aquele grande monólito lá em cima. Acho que são uns 900 kg ou algo assim, o que é incrível.”
O telão impressiona não só pelo tamanho, mas também pela importância dentro da narrativa do espetáculo. Protestos, imagens do passado e complementos à apresentação são exibidos em momentos chave, tornando única a experiência do público. Jonathan Wilson também comentou sobre isso.
“Isso é uma coisa sobre essa turnê que eu definitivamente ouço das pessoas. Elas dizem que de alguma forma, nessa coisa toda de espetáculo gigante, parece algo intimista. Isso é um fato. Você vai poder vê-lo (Roger Waters) tocando piano. Ele fala e compartilha coisas assim. Isso é insano, esse grau de intimidade é definitivamente uma coisa especial.”
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