Décimo álbum de estúdio do Kiss, “Creatures of the Night” é um exemplo daquela máxima que diz que coisas boas na vida demoram e são difíceis.
Envolta em uma crise de identidade desde os últimos momentos antes da dissolução da formação original, a banda havia flertado com o pop, a disco music e o rock progressivo em seus trabalhos anteriores. Era a vez de surfar a onda do heavy metal, que se erguia com força na América do Norte e Europa.
Curiosamente, o disco não foi um grande sucesso logo de cara. De fato, a turnê pelos Estados Unidos foi um fracasso, com audiências diminutas e shows cancelados por baixas vendas.
O único sopro de grande popularidade aconteceu quando o quarteto – à época já tendo Vinnie Vincent e Eric Carr nos lugares de Ace Frehley e Peter Criss, respectivamente – desembarcou no Brasil. Por ser uma novidade em um país onde quase ninguém passava até então, o grupo arrastou multidões, tocando para o maior público de sua carreira no estádio do Marcanã, Rio de Janeiro.
Kiss e “Creatures of the Night”
O tempo passou e, atualmente, “Creatures of the Night” é considerado um dos maiores trabalho da carreira dos mascarados – que abandonariam as maquiagens logo a seguir, retomando em 1996. Em entrevista à Guitar World, Gene Simmons falou sobre como vê o trabalho hoje. E deu créditos a um antigo membro por ter incentivado o Kiss a seguir tal caminho.
“Quando olho para trás, apesar dos demônios que enfrentava, Ace estava certo. Precisávamos fazer um álbum de rock. E ele disse isso o tempo todo. Falou que ‘The Elder’ não era o que o Kiss deveria fazer. E tinha razão. Mas o fato é que tínhamos pessoas ao nosso redor dizendo ser uma boa ideia e as coisas não saíram conforme o planejado. Nós saímos dos trilhos. Isso acontece em bandas e o Kiss não é exceção. O erro de Ace foi não ter ficado com a banda.”
Dito isso…
“Quando olho para trás, mesmo que ‘Creatures’ não tenha sido bem-sucedido inicialmente, vejo-o como nós encontrando nosso equilíbrio novamente. E quando você olha para ‘Animalize’, ‘Asylum’ e ‘Crazy Nights’, todos são discos de ouro e platina. Voltamos a lotar arenas e encabeçar festivais ao ar livre em todo o mundo. Não acho que muitas bandas poderiam ter passado pelas mudanças que sofremos e ainda se dar bem.
Desafiamos o que os gerentes recomendariam várias vezes. ‘Creatures’ foi o início dessa segunda era de sucesso para o Kiss. Éramos nós bradando: ‘Estamos mantendo nossas armas e pisaremos na água enquanto o aterramento está tremendo, sabendo que sairemos do outro lado.’”
Relançamento especial
Recentemente, “Creatures of the Night” completou 40 anos e ganhou um box-set comemorativo lotado de material raro e/ou inédito. O conteúdo reúne mais de 7 horas de músicas.
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