Ainda que hoje seja visto como um clássico do heavy metal, o segundo álbum de Ozzy Osbourne, “Diary of a Madman” (1981), não ofereceu a mesma quantidade de músicas de sucesso que seu antecessor, “Blizzard of Ozz” (1980). Randy Rhoads parecia compartilhar desta opinião já em 1982, ano de sua morte.
O site da revista Guitar World resgatou, em 2020, uma antiga entrevista feita com Rhoads em seus meses finais de vida. O guitarrista de Ozzy Osbourne faleceu, aos 25 anos, vítima de um acidente aéreo ocorrido durante a turnê de “Diary of a Madman”.
Durante o bate-papo, Randy compartilhou uma opinião sincera sobre o então novo álbum. Ele revelou que não gostou tanto do resultado final, especialmente em comparação à estreia.
Inicialmente, ele refletiu sobre “Blizzard of Ozz”:
“No primeiro álbum, nenhum de nós havia tocado junto, então, foi tudo de uma vez. Estávamos montando a banda, fazendo as músicas e estando no estúdio ao mesmo tempo. Havia uma energia empolgante em ‘Blizzard of Ozz’. Colocávamos o volume no 10 e se parecia bom, tocávamos. Também tivemos tempo para escolher as melhores partes e gravar quando parecesse bom.”
Segundo o músico, a situação não foi a mesma no trabalho seguinte.
“Logo após fazermos ‘Blizzard’, fizemos uma turnê europeia, voltamos e gravamos ‘Diary’. Não houve intervalo. Não tive tempo para sentar e pensar: ‘o que quero fazer e o que eu quero conquistar?’. Estava carente de ideias que me interessassem.”
O foco em “Diary of a Madman”
Ainda de acordo com Randy Rhoads, “Diary of a Madman” trouxe foco maior nas composições e menor na guitarra.
“As músicas estavam rolando, mas minha forma de tocar guitarra não estava. Estávamos na pressa para ir aos Estados Unidos para fazer a turnê de ‘Blizzard’, então, ‘Diary’ foi gravado de forma apressada. Só tivemos tempo de deixar as músicas em suas formas básicas antes de gravarmos.”
Randy, inclusive, admitiu ter ficado um pouco constrangido com algumas partes de “Diary of a Madman” em termos de guitarra.
“Em ‘Little Dolls’, eu nem tive a chance de fazer um solo de verdade. O que você ouve ali é a guia. Um solo fictício que fiz no lugar onde eu deveria ter colocado um solo de verdade. Porém, nunca tive tempo de colocar. Muitas coisas minhas em ‘Diary’ não têm ‘feeling’. Soa um pouco ordinário para mim, como tocar qualquer coisa que venha à cabeça.”
As favoritas de Randy Rhoads
Apesar dos pontos destacados, Randy Rhoads destacou algumas músicas que o deixaram orgulhoso no trabalho. São elas: “Over the Mountain”, “You Can’t Kill Rock and Roll” e a faixa-título.
Despedidas na banda de Ozzy Osbourne
Vale lembrar que “Diary of a Madman” marcou não apenas a despedida de Randy Rhoads, que faleceu pouco tempo depois do lançamento, como também do baixista Bob Daisley e do baterista Lee Kerslake, que foram demitidos logo após a gravação.
Os dois músicos sequer foram creditados pelo álbum, que trouxe os nomes de Rudy Sarzo e Tommy Aldridge, respectivamente, nas funções de baixo e bateria. A dupla também assumiu a turnê de divulgação.
Já a vaga de Rhoads foi assumida de forma temporária por Bernie Tormé e Brad Gillis até ficar em definitivo com Jake E. Lee.
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