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Joe Bonamassa abandona redes sociais após comentários sobre sua aparência

Guitarrista perdeu a paciência com falas abordando calvície, o que o afastou de suas mídias online após 8 anos de interações com os fãs

Joe Bonamassa não é mais o responsável pelos posts em suas redes sociais. O guitarrista abandonou os perfis após receber comentários no Instagram a respeito de sua aparência.

Chateado, ele agradeceu pelos 8 anos em que interagiu diretamente com os fãs. Contudo, parece ter desaparecido de vez da vida online, sem dar a certeza de que volta um dia. As contas seguirão atualizadas, mas por profissionais de mídias, não mais pelo próprio artista.

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Em um post no Instagram que já foi apagado, Bonamassa explicou os motivos de sua saída das redes. Ele ficou irritado após um comentário a respeito de seu cabelo, feito logo antes de uma apresentação em Tucson, no estado americano do Arizona. Naturalmente, o músico repensou sua relação com as redes, que já não parecia ser tão saudável assim.

A transcrição do post é do site Killer Guitar Rigs, segundo o Ultimate Guitar:

“Então, depois de dormir pensando nisso cheguei a uma conclusão. Na noite passada eu permiti que alguns palhaços, @rich_tones sendo um deles, me fizessem subir ao palco com raiva. Isso não é justo com vocês, os fãs.

Também, não foi isso que eu combinei há 8 anos. As redes sociais se tornaram uma distração para mim. Esse lugar parece ter a maturidade do ensino médio e eu tenho receio de que serei provocado um dia a dizer algo do qual vou me arrepender.

Então estou deixando esse lugar incrível para os influencers e pessoas bonitas. Aproveitem antes que destrua sua alma. Vejo vocês na vida real em algum lugar na estrada e em Riverside esta noite.

Qualquer post nessa página daqui em diante não será meu. Obrigado pelos 8 anos.”

O usuário citado por Bonamassa fez um comentário em outro post dizendo que o guitarrista devia raspar a cabeça por estar calvo demais.

“Está na hora de raspar a cabeça, Joe. Acabou. Seu cabelo teve uma boa carreira, mas está agora se aposentando.”

O seguidor foi respondido de forma irônica, assim como outro usuário, que acabou entrando na discussão.

“Que tal isso, Rich: você cuida de você e eu cuido de mim. Estamos entendidos?”

Joe Bonamassa e “Time Clocks”

O álbum mais recente de Joe Bonamassa é “Time Clocks”, lançado em outubro de 2021 por meio da gravadora Provogue.

Gravado no início do ano em que foi disponibilizado – ou seja, ainda em meio às restrições causadas pela pandemia –, “Time Clocks” começou a ser feito como trio. Cantor e guitarrista, Joe Bonamassa convidou apenas o baterista Anton Fig e o baixista Steve Mackey para acompanhá-lo na empreitada, além de seu produtor de longa data, Kevin Shirley.

Conforme as gravações evoluíam, o músico americano percebeu que o material era mais complexo do que o esperado. Seriam necessários mais camadas de gravação e, sobretudo, mais instrumentos. Assim, foram convidados o pianista Lachy Doley e o percussionista Bobby Summerfield como músicos fixos, além de Brunna Lawrie no didgeridoo e das backing vocals Mahalia Barnes, Juanita Tippins, e Prinnie Stevens.

Embora não seja conceitual, “Time Clocks” tem um eixo temático definido que guia não só boa parte das letras, como, também, o tom das melodias: a passagem do tempo. Em nota, o guitarrista destacou que começou a olhar para trás e a notar os feitos de sua carreira.

“Vinte anos atrás, gravei um disco de covers que acabou se chamando ‘Blues Deluxe’. Foi gravado no estúdio de Bobby Nathan em Manhattan. Capturou uma energia e um propósito que sempre me acompanharam como artista.

Eu morava em Nova York na época e os tempos eram muito difíceis. Minha rotina semanal era uma combinação de agitadas sessões em estúdio, shows e oportunidades que pareciam poucas e distantes entre si. Eu estava com fome. Literalmente e figurativamente. O negócio da música é difícil, muito difícil. Especialmente naquela época em que as grandes gravadoras puxavam todas as cordas e, no meu caso, todos os golpes.[…]

Corta para 2019 e me encontro de volta a Nova York e inspirado pela cidade novamente. Minhas condições de vida mudaram drasticamente nos 20 anos seguintes, mas a energia que torna Nova York grande ainda permaneceu.

Em fevereiro de 2021, nos encontramos no Germano Studios, criando como trio (mas não como música de trio) e tendo que inventar formas de fazer discos quando seu produtor de uma vida inteira está preso na Austrália devido a restrições de viagem. Kevin Shirley surgiu com uma forma de ligar continentes e consoles onde tínhamos literalmente zero delay. Adicione Steve Mackey e Anton Fig à mistura, algumas máscaras e palavrões e temos o ‘álbum de Nova York’, também conhecido como ‘Time Clocks’.”

O trabalho foi escolhido o melhor álbum de 2021 pelo editor do site, Igor Miranda, em lista publicada no fim do ano passado.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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