Steve Lynch, guitarrista e membro fundador do Autograph, publicou um longo relato nas redes sociais onde alega estar sendo processado pelos integrantes atuais. Conforme apontado pelo Loudwire, os músicos desejam obter direitos sobre a marca, que pertencia ao baixista Randy Rand, falecido neste ano e único original ainda presente.
Os autores da ação seriam o vocalista e guitarrista Simon Daniels (nome artístico do brasileiro Daniel Simoni) e o baterista Marc Wieland. Eles alegam ser os atuais e únicos donos do registro.
Diz Lynch em seu texto:
“Depois de 40 anos de carreira, criando a banda e a marca registrada, o absurdo dessa afirmação desafia a realidade e está além do pensamento racional, assim como da lei. Para ser claro, o legado que defenderei foi criado com meus irmãos de banda Randy Rand, Steve Plunkett, Steve Isham e Keni Richards. Como ‘réu’ do meu próprio legado neste processo, compartilho esta experiência com todos os fãs que cantaram a letra de ‘Turn up the Radio’ e todos os artistas que criaram músicas originais que perduram e transcendem o tempo. Sabemos que não importa quem cante nossas músicas, o Autograph sempre será os cinco membros originais que criaram essas canções. E aqueles que as tocam são entendidos como um tributo em nossa homenagem.”
Steve alega que quando a banda se reuniu, na década passada, a ideia era que as atividades fossem conciliadas com os trabalhos regulares de seus integrantes. À época, Daniel e Marc já faziam parte do grupo.
“Seguimos assim por 6 anos até que uma explosão do túnel do carpo (os problemas da minha técnica de tocar guitarra com 8 dedos!) me obrigou fazer uma pausa muito necessária por ordens médicas. Randy continuou nos próximos meses até que chegou a Covid e fechou tudo pelos próximos 2 anos. Com o mundo parando completamente, tirei um tempo para buscar outros hobbies, que incluíam escrever, fotografar e fazer caminhadas enquanto me reconectava com o amor da minha vida (Suzanne), sabendo que um dia voltaria à música e ao Autograph. No entanto, o universo tinha outros planos.”
Randy Rand faleceu no final de abril de 2022. Foi quando as coisas mudaram, de acordo com Lynch.
“O falecimento de nosso último membro original, Randy Rand, marcou o fim de uma era no Autograph. Ele era o coração da banda, o artista consumado com humor travesso que galvanizou nosso vínculo de 40 anos. Antes que eu pudesse começar a lamentar essa perda, o sequestro começou, que agora está no centro desta batalha legal.
Enquanto Randy estava hospitalizado, em coma, não ouvi nada de Simoni, Wieland ou Bell (Jimi, substituto de Lynch e também guitarrista do House of Lords). Em vez disso, Plunkett e eu fomos imediatamente contatados por seu agente de shows, que ligou e enviou várias correspondências com preocupações sobre shows. Ele queria confirmar se poderia manter os compromissos assumidos e afirmou que depois disso os caras sabiam que precisariam mudar o nome da banda (ele afirmou que o nome ainda não havia sido determinado).
Durante esse período difícil, recebi muitas condolências dos outros graciosos membros que tocaram e gravaram conosco ao longo dos anos. Nenhum jamais fez a afirmação ridícula de que a banda era deles. É verdade o que dizem sobre eventos da vida como este trazer à tona o verdadeiro caráter das pessoas ou a falta dele.”
O guitarrista adiantou algumas defesas que pretende usar no tribunal.
“Haverá um processo de descoberta completo, que inclui a contabilidade de Marc Wieland quanto a cada centavo ganho, gasto e devido a mim enquanto eles continuam neste esforço desesperado. Interrogatórios, intimações, depoimentos sob pena de perjúrio se tornarão registros públicos e, ironicamente, parte de seu legado. O que achei mais perturbador serão as divulgações de e-mails e mensagens de texto de Daniel Simoni e Jimi Bell, dizendo para ‘jogar sujo’, o que fez até o advogado de sua própria gravadora questionar seus atos como sendo ‘infiéis e, portanto, ilícitos’. Espero mais ações judiciais no futuro.”
Lynch conclui:
“Embora uma ação judicial nunca seja algo bem-vindo, vou me envolver totalmente nessa batalha legal e os tribunais oferecerão um registro transparente nessa ação frívola para roubar o legado e seus lucros dos proprietários originais. Compartilharei essa experiência com todos os fãs que apoiaram nosso sonho e gostaram de nossa música, além de todos os músicos que um dia criarão seu próprio legado.”
Simon Daniels se defende
Também por meio das redes sociais, Simon Daniels se manifestou sobre as alegações feitas por Steve Lynch. O vocalista disse que é parceiro igualitário no Autograph tal qual o guitarrista e disse que o colega agiu para encerrar a banda logo após a morte de Randy Rand.
“Nunca posto sobre assuntos internos nas redes sociais, mas como estamos sendo brutalmente atacados por Steve Lynch, perdoe-me por ser forçado a me rebaixar a este nível, mas não vejo outra maneira de nos defender neste momento.
Fomos feitos parceiros iguais com direitos iguais por Steve Lynch em 2014. Nos últimos nove anos, ele nos amou pelo que fizemos até que decidiu sair e nos deixar em paz em 2019, incluindo Randy. Ele esperou que Randy falecesse para encerrar nosso trabalho e tentou de todas as formas impedir que o novo álbum fosse lançado e por nenhum outro motivo a não ser nos prejudicar.
Eu não vou elaborar mais. Não está em discussão.
Não estamos procurando nenhum drama on-line e deixamos o processo legal iniciado por Steve Lynch dias após a morte de Randy seguir seu curso.”
Sobre o Autograph
Fundado em 1983 na cidade californiana de Pasadena, o Autograph obteve sucesso nos Estados Unidos, embarcando na onda do hard rock oitentista. Seu maior sucesso foi o álbum de estreia, “Sign In Please” (1984), que ganhou disco de ouro e chegou ao 29º lugar no The Billboard 200.
O lançamento mais recente foi o álbum “Beyond”. Embora disponibilizado após a morte de Randy Rand, contou com o baixista durante suas gravações.
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