Yngwie Malmsteen recusou Bob Daisley e Eric Singer em sua banda, diz Joe Lynn Turner

Passagem do cantor pelo grupo do guitarrista ao fim da década de 1980 foi cheia de desentendimentos, apesar do sucesso

A passagem de Joe Lynn Turner pela banda de Yngwie Malmsteen durou um disco, uma turnê e muitos desentendimentos.

Também teve um momento de solidariedade, logo após o guitarrista ter sofrido o acidente de carro que quase o matou. Porém, não é lembrada como um grande momento pelo cantor, como o próprio confessou à revista Metal Edge.

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O vocalista recapitulou a história desde o seu início.

“Jim Lewis, da Polygram, me telefonou e disse que gostaria que eu fizesse com a carreira de Yngwie o mesmo que fiz com o Rainbow. Ou seja, criar algo com maior apelo comercial sem desvirtuar suas características. Ele sabia que eu tinha as habilidades necessárias. Fui até a Califórnia, nos conhecemos e ele era como um trem descarrilado. Dei-me conta de que precisaria domá-lo psicologicamente. Foram três dias de festas e conversas até que o convenci de que valia a pena tentarmos.”

Turner lembrou que dois músicos de alto calibre seriam escalados para participar do álbum “Odyssey”. Porém, Malmsteen os vetou, embora o baixista tenha participado como convidado.

“Em determinado momento teríamos Bob Daisley e Eric Singer na banda, mas Yngwie se rebelou contra. Queria manter os músicos suecos, que eram incríveis, mas muita coisa estava acontecendo.”

O acidente automobilístico

Porém, a passagem mais dramática ocorreu no já citado acidente automobilístico. O guitarrista passou uma semana em coma e precisou reaprender a tocar, devido a problemas nos nervos da mão direita.

Joe acompanhou todo o processo, se tornando uma espécie de cuidador do colega.

“Fui eu que cuidei dele no hospital. Eu estava recebendo transferências eletrônicas de US$ 80 mil da Polygram para mantê-lo na UTI e salvar sua vida; caso contrário, eles iriam mandá-lo para o hospital do condado. Além disso, ele tinha um empresário que falava na terceira pessoa, tinha um Rolls-Royce, carregava cocaína e uma Magnum .44.”

A colaboração se estendeu para a música.

“Peguei as faixas que Yngwie já havia feito escrevi em cima delas. ‘Odyssey’ se tornou um álbum de muito sucesso. Ele havia realizado o que precisávamos; era comercial, mas ao mesmo tempo mantinha sua identidade. Acho que ele cumpre brilhantemente seu papel, independentemente do que as pessoas possam dizer. Mas ele começou a bater de frente comigo e não havia como eu continuar na banda. Então eu segui em frente.”

Yngwie Malmsteen e Joe Lynn Turner

Quarto trabalho de estúdio de Yngwie Malmsteen, “Odyssey” obteve o melhor desempenho do músico nos Estados Unidos, chegando ao 40º lugar na parada Billboard 200.

A parceria com Joe Lynn Turner ainda rendeu o álbum e vídeo ao vivo “Trial by Fire: Live in Leningrad”, gravado em São Petesburgo, Rússia.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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