A lesão no punho que aposentou Vito Bratta de vez da guitarra

Fora de ação há quase três décadas, músico segue lembrado como um dos grandes de sua geração

O guitarrista Vito Bratta teve uma curta carreira com o White Lion. A banda se desfez após ter lançado quatro discos.

O vocalista Mike Tramp chegou a lançar uma nova versão no século atual, mas se arrependeu da ideia após um disco. O principal motivo foi a ausência do colega, que está fora de ação desde 1997, quando lesionou o pulso direito.

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O acidente foi totalmente fruto do acaso. Ocorreu enquanto Vito tocava em casa, numa posição desconfortável enquanto assistia a um jogo de beisebol na televisão.

Em rara entrevista concedida à Guitar World, o músico confessou ter voltado a pegar o instrumento em anos recentes. Nada de shred e outras técnicas ligadas ao hard rock – em vez disso, faz arpejos, influência dos estudos clássicos.

“Só de vez em quando faço algo que remete ao passado. Estou reaprendendo. Algumas coisas nem lembro como eram. O solo de ‘Wait’, por exemplo, havia esquecido até pouco tempo atrás. Do nada ele voltou na minha mente.”

A reportagem aponta ainda que Bratta mora até hoje na mesma casa onde cresceu, em Staten Island, no estado americano de Nova York. Uma Lamborghini vermelha estacionada na garagem é uma rara extravagância, já que ele investiu seus ganhos dos tempos de White Lion, além de ter uma renda sólida de direitos autorais do White Lion.

“Fizemos sucesso em todo o planeta. Recebi cheques do Zimbábue, do Líbano e de todos os países que você possa imaginar.”

Vito Bratta e o violão clássico

A influência de Vito Bratta no que diz respeito ao violão clássico vem de Randy Rhoads, lendário guitarrista dos primeiros discos de Ozzy Osbourne. Ele até pensou em fazer um trabalho solo usando a referência.

“Minha esperança era, depois de lançar um álbum clássico. A diferença principal seria que eu ia compor todas as músicas e não ia ser o repertório padrão de quando se pensa no estilo.”

Isso nunca aconteceu. As unhas do músico, fator preponderante na técnica clássica, ficaram frágeis devido à idade avançada. Por outro lado, com a lesão no pulso, as cordas de náilon ficaram mais fáceis de tocar. Por isso, ele sempre teve um violão por perto, mesmo em seus anos de reclusão.

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Sumiço

Outro ponto abordado por Vito Bratta durante a entrevista foi como ele já esperava que o White Lion perderia espaço com a virada para a década de 1990.

“Eu sabia o que décadas significavam para as pessoas. Os anos 1960 terminaram e os 70 vieram. A seguir, aconteceu toda a onda dos anos 80. Uma hora iria acabar.

Um dos caras da gravadora disse para mim: ‘Sabe qual é o seu problema? Você toca bem demais. Precisa começar a ser mais desleixado, porque é isso que os garotos gostam hoje em dia’. Entendi que era a hora de sair de cena. Você quer que eu toque mal?”

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Sobre o White Lion

O White Lion despontou na onda do hard rock oitentista e emplacou alguns sucessos, especialmente com o álbum “Pride”. Lançado em 1987, o segundo disco do grupo vendeu mais de 2 milhões de cópias, impulsionado pelo sucesso da balada “When the Children Cry”.

Hoje, o vocalista Mike Tramp segue em carreira solo. O baixista James LoMenzo toca no Megadeth e o baterista Greg D’Angelo administra um estúdio em Los Angeles.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

1 COMENTÁRIO

  1. banda das mais subestimadas da história do rock com esse genio da guitarra tão pouco valorizado e lembrado, quanta saudade dessa banda e da arte desse cara, um antídoto perfeito em tempos de musica biodegradável dos streamings da vida

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