Nos anos 90, havia uma rixa nem sempre declarada entre Slayer e Sepultura que só foi terminar depois que Max Cavalera já havia deixado a banda e criado o Soulfly. Entre os vários convidados que o terceiro álbum do projeto teve, estava o frontman Tom Araya, cuja participação selou os acordos de paz entre as duas “tribos”.
O brasileiro, em conversa com o Blabbermouth, relembrou as gravações do disco “Primitive” (2000) e contou como se deu a participação de Araya em “Terrorist”. A música conta com trechos de “Criminally Insane”, do Slayer e “Inner Self”, do Sepultura.
“Uma das coisas que mais me incomodava era essa rixa que nós não criamos, mas sim a mídia. Eles entraram nessa. Era como duas tribos indo para a guerra. Tinha tanta coisa estranha sendo dita. Tive a oportunidade de trabalhar com Tom e foi ótimo. Aquela semana inteira eu toquei Slayer no meu carro, ouvi vários de seus álbuns antigos, que eu amo. Como ‘Hell Awaits’, ‘Reign in Blood’ e ‘Haunting the Chapel’, que é provavelmente meu EP favorito.”
O processo de gravação da faixa foi descrito na sequência.
“O legal é que fizemos a gravação em duas sessões, não terminamos na primeira. Eu disse: ‘Não estressa, Tom. Volte para casa, volte em uma semana e vamos terminar isso’. Ele voltou uma semana depois. Dessa vez, fizemos um pouco diferente. Criamos uma parede de Marshalls no meio da sala com uma pequena janela onde eu podia vê-lo e eu cantava, olhando diretamente para ele. Era ‘toma lá dá cá’. Então, tive que pedir a ele ‘o fim da música vai ser rápido, você poderia, por favor, cantar dois versos de ‘Criminally Insane’?’ Ele não gostou da ideia no começo. Eu disse: ‘por favor, estou pedindo como um fã, para que faça isso na música’. Ele fez. Eu acabei cantando versos de ‘Inner Self’. Foi uma coisa incrível, colocou um fim em tudo aquilo.”
Max Cavalera e Tom Araya ao vivo
Max Cavalera também lembrou uma participação ao vivo de Tom Araya em um show do Soulfly para cantar “Terrorist”. Como ele aponta, foi uma das raras ocasiões em que o frontman do Slayer foi visto sem seu baixo.
“Tom é um cara incrível e nos divertimos fazendo a música. Até tocamos uma vez na Inglaterra. Foi a primeira vez que Tom Araya esteve sem um baixo. Ele ficou com as mãos nos bolsos o tempo todo. Não sei se está no YouTube, mas foi matador.”
A apresentação citada por Max aconteceu no Ozzfest UK, em 2001 e existe no YouTube, mas só em áudio. “Terrorist” começa a partir dos 16m25seg e pode ser conferida no registro abaixo, que traz o show completo do Soulfly.
*Foto da matéria: Tim Tronckoe
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Lembro de ter lido algo numa revista Show Bizz da época, lembro!!!! Acredito que a mída na época ajudou muito a criar essa rivalidade, assim como também ajudou a criar rivalidade entre Madonna e Cyndi Lauper e Sega vs Nintendo, valeu!!!!