O coronel Tom Parker é uma figura infame na história do rock por seu tratamento a Elvis Presley enquanto seu empresário, e Baz Luhrmann quis aproveitar a percepção do público dos dois na hora de fazer seu filme sobre o cantor.
Conversando com o G1 sobre “Elvis”, o diretor foi perguntado sobre a apresentação do rei do rock no longa como uma figura quase divina, enquanto Parker, personagem mais humano e teoricamente vilão, ocupa o espaço de narrador. Luhrmann respondeu:
“Essa é uma ótima observação que você faz, porque eu acho que é aqui que a dramatização brinca com o público. A verdade é que todo o argumento do coronel é: ‘Eu não o matei. Vocês o mataram porque o tornaram divino’. Sabe, você está certo nesse sentido. O cara está apenas falando: ‘ei, eu estava apenas fazendo o meu trabalho’.”
Historiadores especializados na vida de Elvis Presley sempre apontam a influência excessiva do coronel Tom Parker em tudo relacionado ao cantor, incluindo impedi-lo de fazer turnês mundiais, marcar uma residência ao vivo em Las Vegas para cobrir suas dívidas de jogatina e um acordo entre os dois garantindo a Parker metade de todos os ganhos gerados por Presley.
Ao posicionar o coronel como o ponto de vista pelo qual o público vê a história de Elvis, Luhrmann quis apontar a humanidade não só do empresário, mas do rei do rock também, como ele falou ao G1:
“É muito shakespeariano, sabe. Em um sentido: ‘Ei, eu não sangro? Não sou humano? Claro, eu sou falho. Mas o Elvis era falho e vocês o tornaram em um deus. E vocês queriam que ele fosse um deus. E porque vocês queriam que ele fosse mais que um humano é o que o matou’.”
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