Elvis Presley morreu no dia 16 de agosto de 1977. O rei do rock foi encontrado pela namorada e seguranças no banheiro de sua suíte em Graceland, casa oficial até hoje alvo de peregrinações. O ocorrido mudou a vida de muitas pessoas, incluindo um fã brasileiro: o médico Raul Lamin, então com 29 anos.
Então com 29 anos, ele estava em Memphis, no estado americano do Tennessee, fazendo seu mestrado. Planejava assistir a um show do cantor nas semanas seguintes. As apresentações estavam marcadas para 27 e 28 do mesmo mês, no Mid-South Coliseum, arena com capacidade para 10 mil pessoas.
Porém, tudo mudaria a seguir. Em entrevista à BBC em 2017, o médico lembrou do momento em que foi avisado que o corpo do cantor estava aguardando necropsia. A chegada repentina alterou seus planos.
“Quando disseram que o corpo era o do Elvis, achei que estivessem de brincadeira. Mas, quando vi carros da polícia e caminhões de TV estacionando do lado de fora, não tive dúvidas: havia acontecido algo de errado.”
Sofrimento respiratório
Ao entrar na sala do Baptist Memorial Hospital onde se realizava o procedimento, Raul Lamin viu o corpo deitado sobre a maca. De cara, duas coisas chamavam a atenção: a boca entreaberta com a língua parcialmente para fora e a tonalidade azulada da pele e das mucosas – fenômeno também conhecido como cianose.
“São sinais de grande sofrimento respiratório.”
Elvis caiu no banheiro em frente ao vaso sanitário. Para Raul, a posição teria impedido a respiração e provocado asfixia.
“O que mais chama a minha atenção, anos depois, é a precocidade da morte do Elvis. Ele só tinha 42 anos. Era muito novo.”
Elvis Presley morreu?
Com a autoridade de quem esteve lá e presenciou tudo, o patologista de Juiz de Fora, Minas Gerais, pode afirmar: sim, Elvis morreu. E não, ele não foi assassinado.
“O exame toxicológico não encontrou vestígios de veneno ou de drogas ilícitas, como maconha, cocaína e heroína, no organismo do cantor. De acordo com seus registros médicos, Elvis não fazia uso de cigarro, bebida ou drogas. Porém, dormia e acordava à base de remédios.”
De acordo com a BBC:
“O exame de sangue de Elvis acusou 14 substâncias diferentes, entre analgésicos (codeína e morfina), ansiolíticos (diazepam) e, principalmente, sedativos (ethinamate, etclorvinol, pentobarbital, butabarbital e fenobarbital), todos em doses aceitáveis pelos médicos. O único medicamento que teria sido tomado acima do recomendado foi o antidepressivo metaqualona.”
A vida é breve
Décadas após o ocorrido, Raul Lamin refletiu sobre o que mais lhe marcou em toda a situação: a efemeridade da vida, que atinge a todos nós.
“Quando eu poderia imaginar que aquilo fosse acontecer? Nunca imaginei que, um dia, encontraria meu ídolo da juventude em uma mesa de necrotério. Uma pessoa tão idolatrada e, ao mesmo tempo, como outra qualquer.”
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