Ex-integrantes do Cidade Negra negam acusações de Toni Garrido e Bino Faria

Baterista Lazão, hoje unido ao guitarrista Da Ghama em novo projeto, nega ter agredido ex-colegas e confirma busca por direitos do nome da banda

Semana passada o vocalista Toni Garrido e o baixista Bino Farias se manifestaram ao G1 sobre o rompimento com o baterista Lazão, com quem comandavam o Cidade Negra, a mais bem-sucedida banda de reggae brasileira. Agora, o outro lado da história resolveu relatar seu lado em entrevista ao mesmo site.

Novamente, o advogado Nehemias Gueiros Jr. ressaltou que há uma busca por entendimento em relação ao nome do grupo. Os direitos pertencem ao vocalista Toni Garrido, que o registrou em 2019.

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O cantor alegou ter sido o escolhido por conta de ser o único sem pendências judiciais à época entre os músicos. Nehemias refuta a possibilidade de essa ter sido a causa.

“Isso não se sustenta, porque para registrar uma marca só são necessários CPF, RG, comprovante de residência e documento que comprove exercício de atividade. Toni se apropriou da marca sem ser fundador e violando um contrato assinado.”

Acusação de agressão

Lazão também falou sobre a acusação de ter agredido os antigos colegas, exposta tanto por Garrido quanto por Bino.

“Eu disse ao Toni: ‘Não vou brigar com você, porque você não tem condições de brigar comigo. Eu treino jiu-jitsu desde os anos 90. Eu sei me defender, tenho equilíbrio, emocional’. Quando ele chegou perto de mim, eu disse que não ia brigar. Ele me agarrou por trás, empurrei ele, que caiu em cima de uma mesa.

Vieram me segurar. Nisso que as pessoas me seguraram, o Bino não estava nem perto. Ele disse que tomou um soco no nariz e sangrou, ele não estava nem perto. Eu vi o Toni me dando um soco na costela, eu sendo segurado, vi o rosto dele cruzar pro lado esquerdo onde direcionei um soco de mão fechado para pegar no rosto. Eu vi que iria pegar e fazer um estrago. Eu sou tão confiante naquilo que eu faço, que na hora que eu vi que ia pegar, eu abri a mão e dei um tapa no rosto dele. Então, ali virou uma ira.”

Lazão alega legítima defesa na situação e diz que pretende reassumir o nome da banda.

“Eu treino jiu-jistu para me defender. Pergunta quem é Lazão no Rio de Janeiro e vão falar da minha essência. Eu tinha que parar com esses 12 anos de escravidão e boicote feitos pelo Toni Garrido e Bino Farias. Vou resgatar o nome do Cidade Negra com os verdadeiros fundadores. Eu tenho orgulho e amor pela poesia que anima os corações tristes.”

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Suposto roubo de instrumentos

O baterista ainda comentou a acusação de que teria roubado e vendido instrumentos de Toni Garrido que estavam em sua casa, onde o grupo ensaiou durante a pandemia.

“Eu nunca roubei nada, mas vendi, sim, cinco instrumentos dele que estavam podres, comidos de cupim, para pagar uma conta de luz e botar comida na mesa da minha família. Eu vendi tudo, moto, bicicleta, as coisas do estúdio. Não tinha mais nada para vender.

Foi acabando tudo na minha casa, luz cortada, eu peguei três violões dele comido de cupim, e duas guitarras sem cordas, sem captador, já tudo comido… o cara falou: ‘irmão, se eu comprar essa guitarra eu vou gastar muito mais na revisão dela, colocando captadores novos e esses violões eu vou ter que levar no luthier, mas você é meu amigo’.

Vendi por telefone, ele mandou buscar aqui e eu entreguei. E eu vou te falar que eu não recebi nem R$ 5 mil nessa venda dessas duas guitarras e desses três violões tudo podre. Eu nunca roubei nada de ninguém. Eu vendi porque tiraram o pão da minha família, meu sustento de 35 anos, desde quando eu fundei a banda com Ras Bernardo, Da Ghama e Bino, juntos. Eu sempre me mantive equilibrado, quando aconteceu essa briga, com o Toni descontrolado por algum motivo.”

Fora do Cidade Negra desde 2008, o guitarrista Da Ghama também falou sobre a briga entre os antigos colegas.

“Foi uma briga de dois homens, é uma situação que acontece no mundo da música pop. É importante deixar claro que houve uma agressão de ambas as partes e que estamos aqui no foco da marca Cidade Negra. A história começou em 1985, em Belford Roxo, onde a gente pensou juntos no nome e veio a ideia, mas mostrando que a marca se mostrou valorizada com o trabalho de todos.”

Atualmente, Lazão e Da Ghama tocam o projeto Originais Cidade com Ras Bernardo, vocalista original do Cidade Negra, que ficou na banda entre 1986 e 1994, gravando os dois primeiros álbuns.

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Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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