...

Como Jon Lord e Ian Paice entraram por acaso para o Whitesnake

Ex-colegas de David Coverdale no Deep Purple fizeram parte das primeiras formações da banda, entre fim da década de 1970 e início dos anos 1980

Anos antes de se tornar um dos gigantes na linha de frente do hard rock oitentista, o Whitesnake era mais do que uma mera dissidência do Deep Purple: tratava-se de quase uma continuação oficial da banda. Isso porque, além de ter o vocalista David Coverdale no comando das ações, a formação chegou a contar com o tecladista Jon Lord e o baterista Ian Paice, o que dá mais da metade do último line-up do antigo grupo até aquele momento.

Lord entrou em 1978, durante as gravações de “Trouble”, primeiro álbum completo. No ano seguinte foi a vez de Paice, que substituiu o membro original Dave Dowle logo após as gravações de “Lovehunter”.

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Porém, ao contrário do que muitos podem imaginar, Coverdale garantiu à Classic Rock Magazine, em entrevista de 2018, que a ideia não foi uma tentativa de reunir a antiga parceria sob um novo nome, o que lhe daria maior poder de decisão em relação aos antigos patrões.

“É divertido imaginar que alguém me veja como um cara tão maquiavélico, mas a verdade é que simplesmente aconteceu assim. Eles foram a cereja do bolo. Sedimentaram as bases do que aconteceu depois. Fizemos coisas muito boas naqueles três ou quatro anos.”

Da insistência à felicidade

Falando à revista Modern Keyboard em 1989, Jon revelou que David insistiu por um bom tempo para que ele se juntasse à banda.

“Ele ficou uns seis meses me ligando até que aceitei, em agosto de 1978. Passei de tocar em enormes auditórios na época do Purple para pequenos clubes com o Whitesnake. Foi um choque no sistema, mas algo muito salutar ao ego.”

Já Ian Paice lembra do período como um dos melhores de sua vida. E não necessariamente por conta da reunião com os velhos colegas.

“A banda mais divertida em que já toquei foi o Whitesnake. David não é um cara engraçado, mas Micky Moody e Bernie Marsden, os guitarristas, eram constante fonte de risadas. Não tenho qualquer lembrança ruim, mesmo sabendo que passamos por momentos difíceis.”

Sucesso não veio

O fato é que apesar de toda a qualidade técnica e obter alguns bons resultados nas paradas europeias e japonesa, o estrondoso sucesso que era imaginado para o Whitesnake não veio.

Após três discos de estúdio e um ao vivo, Ian Paice se retirou, indo para a banda de Gary Moore. Jon Lord ainda permaneceria por mais dois anos, até o Deep Purple acenar com a volta do MK II e tudo mudar de figura.

Curiosamente, foi a partir de então que o Whitesnake deu seu passo definitivo ao estrelato, com “Slide It In” abrindo as primeiras portas no mercado norte-americano. A seguir, “1987” seria um recomeço definitivo.

Embora essa fase inicial seja quase que totalmente ignorada desde então, David Coverdale ainda guarda os bons momentos. Em texto publicado no site oficial da banda, o vocalista faz questão de exaltar a contribuição dos antigos companheiros.

“Quando Ian entrou foi o verdadeiro começo do Whitesnake. Era o que faltava para nos tornarmos uma banda de nível internacional. A sessão rítmica com Neil Murray (baixista) era inacreditável, parecia que tinham nascido um para o outro. Completamente natural.”

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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Anos antes de se tornar um dos gigantes na linha de frente do hard rock oitentista, o Whitesnake era mais do que uma mera dissidência do Deep Purple: tratava-se de quase uma continuação oficial da banda. Isso porque, além de ter o vocalista David Coverdale no comando das ações, a formação chegou a contar com o tecladista Jon Lord e o baterista Ian Paice, o que dá mais da metade do último line-up do antigo grupo até aquele momento.

Lord entrou em 1978, durante as gravações de “Trouble”, primeiro álbum completo. No ano seguinte foi a vez de Paice, que substituiu o membro original Dave Dowle logo após as gravações de “Lovehunter”.

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Porém, ao contrário do que muitos podem imaginar, Coverdale garantiu à Classic Rock Magazine, em entrevista de 2018, que a ideia não foi uma tentativa de reunir a antiga parceria sob um novo nome, o que lhe daria maior poder de decisão em relação aos antigos patrões.

“É divertido imaginar que alguém me veja como um cara tão maquiavélico, mas a verdade é que simplesmente aconteceu assim. Eles foram a cereja do bolo. Sedimentaram as bases do que aconteceu depois. Fizemos coisas muito boas naqueles três ou quatro anos.”

Da insistência à felicidade

Falando à revista Modern Keyboard em 1989, Jon revelou que David insistiu por um bom tempo para que ele se juntasse à banda.

“Ele ficou uns seis meses me ligando até que aceitei, em agosto de 1978. Passei de tocar em enormes auditórios na época do Purple para pequenos clubes com o Whitesnake. Foi um choque no sistema, mas algo muito salutar ao ego.”

Já Ian Paice lembra do período como um dos melhores de sua vida. E não necessariamente por conta da reunião com os velhos colegas.

“A banda mais divertida em que já toquei foi o Whitesnake. David não é um cara engraçado, mas Micky Moody e Bernie Marsden, os guitarristas, eram constante fonte de risadas. Não tenho qualquer lembrança ruim, mesmo sabendo que passamos por momentos difíceis.”

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O fato é que apesar de toda a qualidade técnica e obter alguns bons resultados nas paradas europeias e japonesa, o estrondoso sucesso que era imaginado para o Whitesnake não veio.

Após três discos de estúdio e um ao vivo, Ian Paice se retirou, indo para a banda de Gary Moore. Jon Lord ainda permaneceria por mais dois anos, até o Deep Purple acenar com a volta do MK II e tudo mudar de figura.

Curiosamente, foi a partir de então que o Whitesnake deu seu passo definitivo ao estrelato, com “Slide It In” abrindo as primeiras portas no mercado norte-americano. A seguir, “1987” seria um recomeço definitivo.

Embora essa fase inicial seja quase que totalmente ignorada desde então, David Coverdale ainda guarda os bons momentos. Em texto publicado no site oficial da banda, o vocalista faz questão de exaltar a contribuição dos antigos companheiros.

“Quando Ian entrou foi o verdadeiro começo do Whitesnake. Era o que faltava para nos tornarmos uma banda de nível internacional. A sessão rítmica com Neil Murray (baixista) era inacreditável, parecia que tinham nascido um para o outro. Completamente natural.”

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João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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