Atenção: o texto abaixo (veiculado com o título “Evan Rachel Wood acusa Marilyn Manson de estuprá-la durante gravação de videoclipe”) pode ativar gatilhos mentais em pessoas que tenham passado por ou testemunhado ato semelhante. Caso tenha enfrentado uma situação do tipo ou conheça algum caso próximo, não se furte de denunciar. Relatos podem ser feitos pelos telefones 100 (Disque Direitos Humanos) ou 180 (Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência). O anonimato é garantido.
Na primeira parte do documentário “Phoenix Rising”, a atriz Evan Rachel Wood falou sobre a primeira vez que foi violentada por seu ex-namorado, o cantor Marilyn Manson – nome artístico de Brian Warner. A estreia da obra biográfica ocorreu no último domingo (23), durante o Sundance Film Festival.
O crime teria ocorrido durante as gravações do videoclipe para a música “Heart-Shaped Glasses”, do álbum “Eat Me, Drink Me”, de 2007. Wood usava um par de óculos em forma de coração idêntico ao do pôster de “Lolita”, filme de Stanley Kubrick de 1962 baseado na história de Vladimir Nabokov sobre um homem que se apaixona por uma garota menor de idade. O vídeo mostra a atriz apalpando sua área genital e fazendo sexo com Manson enquanto sangue falso cai sobre os dois.
Conforme publicado pela Rolling Stone, Evan disse:
“Fui coagida a um ato sexual comercial sob falsos pretextos. Ali foi cometido o primeiro ato criminoso contra mim. Essencialmente, fui estuprada em frente às câmeras. Estávamos fazendo coisas que não eram o que me foi proposto. Tínhamos discutido uma cena de sexo simulada, mas assim que as câmeras começaram a rodar, ele começou a me penetrar de verdade.
Eu nunca tinha concordado com isso. Foi um caos completo. Eu não me senti segura. Ninguém estava cuidando de mim. Foi uma experiência realmente traumatizante. Não sabia como me defender ou dizer não porque eu tinha sido condicionada e treinada para nunca responder. Senti nojo e que tinha feito algo vergonhoso. Percebi que a equipe de filmagem também estava desconfortável e ninguém sabia o que fazer.”
Uma integrante da equipe que estava no set de filmagem corroborou com a afirmação de Wood quando contatada pela Rolling Stone. Temendo represálias, ela pediu para permanecer anônima.
“Acredito que houve alguns momentos de relações sexuais reais. Todos ficaram muito desconfortáveis. Depois de uma ou duas tomadas, a filmagem foi encerrada por causa das cenas de sexo e as discussões entre Manson e os produtores que aumentaram. Sabíamos o tipo de artista que ele era, mas não estávamos ali para gravar um filme adulto. Eu nunca encontrei nada parecido antes ou depois em minha carreira.”
Orientação sobre entrevistas
Em outro momento do documentário, Wood afirmou que Warner foi muito claro sobre como ela deveria descrever o vídeo em entrevistas na época.
“Eu deveria dizer às pessoas que tivemos esse ótimo momento romântico e nada disso era verdade. Mas eu estava com medo de fazer qualquer coisa que pudesse perturbar Brian de alguma forma. O vídeo foi apenas o começo da violência que continuaria aumentando ao longo do relacionamento.”
Evan Rachel Wood e Marilyn Manson
A primeira parte do filme de duas partes, que vai ao ar na íntegra no final deste ano na HBO, explora a vida familiar turbulenta de Evan Rachel Wood, além de seu relacionamento tumultuado com Marilyn Manson e as consequências que trouxe para a vida. A atriz conheceu Brian Warner, então com 38 anos, em 2006 no Chateau Marmont, em Los Angeles. À época, ela tinha 18 anos e o casal rapidamente começou a namorar. Em entrevista logo após o início do relacionamento, o músico falou sobre a diferença de idades.
“Acho que ajuda a igualar minha imaturidade emocional. Sendo Marilyn Manson, não deveria ser esperado que eu crescesse de uma maneira convencional.”
Atualmente, Marilyn Manson enfrenta uma série de acusações de ex-namoradas e mulheres com que se envolveu. Ele é acusado de abusos sexuais, psicológicos e até mesmo de tráfico humano. Em novembro do ano passado, a polícia de Los Angeles cumpriu mandado de busca e apreensão em sua mansão de West Hollywood.
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