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A morte de Duane Allman, que em 1971 nos deixava cedo demais

Falecimento prematuro do guitarrista causou comoção na cena e viria com uma infeliz coincidência

Duane Allman, guitarrista e um dos fundadores da Allman Brothers Band ao lado do irmão, Gregg Allman, nos deixou há cinco décadas, em 29 de outubro de 1971. O músico sofreu um acidente de moto fatal com apenas 24 anos de idade, quando estava no ponto mais alto de sua carreira.

Alguns meses antes de seu falecimento, em julho de 1971, a Allman Brothers Band havia lançado o álbum ao vivo “At Fillmore East”. O trabalho é considerado um melhores de sua carreira, além de ter sido o responsável por fazer o grupo estourar de vez.

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Não dava para esperar que o grupo formado pelos irmãos Duane e Gregg ao lado de Dickey Betts (guitarra), Berry Oakley (baixo), Jai Johanny Johanson (bateria) e Butch Trucks (bateria) ficassem populares de outra forma que não fosse pelos shows. Estamos falando de um grupo que fez 300 apresentações somente em um ano, o de 1970. O formato ao vivo para um disco veio a calhar para eles, que começaram a fazer história de verdade a partir de “At Fillmore East”.

A morte de Duane Allman

No fim de outubro daquele ano, após uma bem-sucedida turnê para promover o trabalho, o grupo havia optado por descansar em um intervalo entre shows e gravações. Duane, então, decidiu fazer uma das coisas que mais gostava: viajar em sua Harley-Davidson Sportster.

O guitarrista transitava pelas proximidades de Macon, no estado americano da Geórgia, quando foi surpreendido por um caminhão em um cruzamento. Ele precisou frear forte e acabou por derrapar.

O movimento o arremessou para fora da moto, que aterrissou em cima de seu corpo, provocando vários ferimentos internos. O artista foi socorrido e levado para o hospital, mas não resistiu às lesões.

Allman Brothers Band e Derek and the Dominos

Além da Allman Brothers Band, que teria continuidade com Gregg Allman e seus colegas, Duane Allman havia emprestado seus talentos pouco tempo antes de seu falecimento para outra banda de grande importância. Em 1970, ele tocou em “Layla and Other Assorted Love Songs”, primeiro e único álbum do Derek and the Dominos, ao lado de Eric Clapton. É desse disco que vem o hit atemporal “Layla”.

Duane, vale destacar, não fazia parte da formação inicial do Derek and the Dominos. Ele foi incorporado à banda após recomendação do produtor Tom Dowd. Deu tão certo que Clapton, à época já notório pela enorme habilidade com a guitarra, descreveu o colega como um parceiro musical que nunca havia tido até então.

O trabalho com o Derek and the Dominos foi breve, mas a atuação com a Allman Brothers Band tinha raízes bem mais profundas, já que Duane criou a banda junto de seu irmão mais novo. Em entrevista concedida em 2015, Gregg, que faleceu 2017, relembrou a felicidade dos integrantes no período inicial do grupo.

“Dias muito felizes. Nós não tínhamos muito dinheiro. Bem, Duane tinha uma quantia substancial das sessões em estúdio que fazia, mas ninguém era rico. Mas não ligávamos, porque estávamos tocando nossa música sempre e surgiríamos com uma nova canção. Quando uma música nasce em um ensaio… é por isso que eu gosto de ensaios tanto quanto de gravações e tocar ao vivo. Quando uma nova música é gerada e funciona… cara, é indescritível.”

Trágica coincidência

A morte de Duane Allman teria ainda uma infeliz coincidência um ano depois.

Em 11 de novembro de 1972, a três quadras do local onde o guitarrista faleceu, o baixista Berry Oakley, outro membro fundador da Allman Brothers Band, também sofreu um acidente de moto fatal. Ele colidiu com um ônibus e foi arremessado da moto, fraturando o crânio. O músico faleceu poucas horas depois, também com 24 anos de idade.

* Texto redigido por André Luiz Fernandes com pauta e edição de Igor Miranda.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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