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Como nasceu a música “American Pie”, o grande hit da carreira de Don McLean

Composição de 1971 resume o sentimento de toda a geração dos primórdios do rock em relação ao "sonho americano"

Em 1971, muito antes da franquia de filmes de comédia adolescente, Don McLean lançava uma obra chamada “American Pie”. Nada cinematográfico: apesar do storytelling na letra, trata-se de um disco e de uma música com o mesmo nome.

A faixa tornou-se o maior sucesso da carreira de McLean e um grande hit – por mais improvável que seja para uma música de 8m42s, a canção chegou ao primeiro lugar das paradas americanas, a Billboard Hot 100. Foi, por décadas, a composição mais longa a ter conquistado tal feito por lá – recorde superado apenas em 2021 por Taylor Swift.

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Ao citar várias perdas e eventos das décadas anteriores na letra de “American Pie”, McLean conseguiu criar uma longa obra de arte – tão longa que em seu primeiro lançamento como single foi dividida em duas partes, preenchendo o lado A e o lado B do compacto.

O dia em que a música morreu

Para entender a música de 1971, precisamos voltar até 1959, no dia 3 de fevereiro, quando um acidente aéreo matou os músicos Buddy Holly, Ritchie Valens e J. P. “The Big Bopper” Richardson. Don McLean tinha apenas 13 anos no que ficou conhecido como “o dia em que a música morreu” e foi bastante impactado, pois era fã de Holly.

Em entrevista para a Classic Rock, o músico contou como tempos depois, aos 25 anos, iniciou a composição da música. Todo o início da letra é baseado no momento em que McLean recebeu a notícia da morte do ídolo – processo relembrado por ele ao longo do processo criativo.

“A parte que abre a música nasceu em um trecho só. Eu a escrevi relembrando como foi o dia em que eu vi o jornal e o artigo que dizia que meu artista favorito estava morto. Isso me fez começar.”

A torta de Don McLean

O início carregado de emoções criou uma catarse de sentimentos, resumidos na frustração de uma geração que havia perdido alguns de seus maiores ídolos de forma trágica. Não só isso: o período representava também o fim da fase inicial do rock and roll, mais inocente, dando lugar a um clima mais sério vivido durante a década de 60.

O amadurecimento foi resumido por Don McLean em uma torta de maçã – uma receita tipicamente americana.

“Um pouco depois, escrevi o refrão e surgiu o título. É como torta de maçã, partes da torta. Estamos sempre falando sobre a torta econômica – e tem um significado sexual também. Então, um dia, em uma chama de glória, eu criei todo o resto da música e juntei imagens musicais de significado não especificado com essa história sobre os Estados Unidos.”

O significado da letra realmente foi deixado em aberto por McLean, que até hoje evita comentar muito sobre ela. Ele parece se divertir com os palpites dados por fãs ao longo dos anos, mas insiste que é tudo sobre o sonho americano e a realidade despedaçando esse sonho em vários sentidos.

“Existem muitas interpretações da minha letra, mas nenhuma minha. Era realmente divertido para mim: depois que a música ficou famosa, as pessoas começaram a ficar tão interessadas na letra.

Eu estava tentando falar sobre a América, não sobre Elvis ou os Beatles. Elas estavam perdendo o ponto, de fato, ao tentar dizer quem era esse ou quem era aquele na música.”

Gravações de “American Pie”

Com sua obra já concluída, Don McLean mostrou a música ao produtor Ed Freeman. Imediatamente, o profissional de estúdio gostou do que ouviu.

A única diferença é que o músico queria gravar a faixa apenas com voz e violão, enquanto Freeman insistia para que houvesse uma banda de apoio. O obstáculo foi a timidez de McLean, que nunca foi um artista muito técnico, em relação a músicos que ele não conhecia. Contudo, o problema acabou superado, como explica o produtor.

“Para mim, essa foi a coisa mais crucial que eu fiz em todo esse álbum. Don não tinha realmente nenhuma experiência em tocar com outras pessoas, e ele estava muito desconfiado sobre isso.

Em vez de pegar um monte de músicos de estúdio experientes que iriam resolver em 5 minutos, eu deliberadamente peguei músicos que eram bons, mas não eram rodados, superastros calejados. Eles seriam capazes de se aproximar de Don no mesmo nível.”

Para as gravações, Don, nos vocais e violão, foi acompanhado pelo baixista Bob Rothstein e pelo baterista Roy Markowitz, que gravaram a base da música. Freeman traria depois o guitarrista David Spinozza e o pianista Paul Griffin para dar os toques finais. O resto, é história.

“Quando todo mundo entrou na cabine para ouvir a faixa, foi mágico. Nós sabíamos que tínhamos algo em nossas mãos que era muito especial.”

Resultado

“American Pie” acabou se tornando o hino de uma geração e uma das músicas mais importantes de sua época, indo até além dela. Em 2000, a faixa voltou a ser popular quando Madonna fez um improvável cover, mais curto do que a versão original.

A letra permanece como o grande momento da carreira de Don McLean e deve ser debatida ainda por muito tempo. Ironicamente, a história se repete em ciclos – e não é raro que a letra de “American Pie” passe a soar atual de tempos em tempos.

A letra de “American Pie”, de Don McLean

Tradução via Letras.mus.br.

Há muito, muito tempo
Eu ainda consigo me lembrar
Como aquela música costumava me fazer sorrir
E sabia que se tivesse minha chance
Eu poderia fazer aquelas pessoas dançarem
E, talvez, elas seriam felizes por um tempo

Mas fevereiro me fez tremer
Com cada jornal que eu entreguei
Más notícias na porta de entrada
Eu não podia dar mais nenhum passo

Eu não consigo lembrar se chorei
Quando eu li sobre a noiva viúva dele
Mas algo me comoveu profundamente
No dia em que a música morreu

Então, tchau tchau, Senhorita American Pie
Dirigi meu Chevy até a barragem, mas a barragem estava seca
E aqueles bons garotos estavam bebendo uísque de centeio
Cantando: Este será o dia em que eu morrerei
Este será o dia em que eu morrerei

Você escreveu o livro do amor
E você tem fé em Deus
Se a Bíblia te disser que é assim?
Agora, você acredita no rock’n roll?
A música pode salvar sua alma mortal?
E você pode me ensinar como dançar bem devagar?

Bem, eu sei que você está apaixonada por ele
Porque eu vi vocês dançando no ginásio
Vocês dois tiraram os sapatos
Cara, eu entendo esse rhythm and blues

Eu era um solitário adolescente selvagem e charmoso
Com um cravo rosa e uma caminhonete
Mas eu sabia que estava sem sorte
No dia em que a música morreu

Comecei a cantar: Tchau tchau, Senhorita American Pie
Dirigi meu Chevy até a barragem, mas a barragem estava seca
E aqueles bons garotos estavam bebendo uísque de centeio
E cantando: Este será o dia em que eu morrerei
Este será o dia em que eu morrerei

Agora, por 10 anos, nós estivemos por conta própria
E o musgo cresce numa pedra rolante
Mas não era assim que costumava ser
Quando o bobo da corte cantou para o rei e a rainha
Em um casaco que ele pegou emprestado do James Dean
E uma voz que veio de você e de mim

Oh, e enquanto o rei estava olhando para baixo
O bobo da corte roubou sua coroa de espinhos
A corte judicial foi adiada
Nenhum veredito foi devolvido

E enquanto Lennon lia um livro de Marx
O quarteto praticava no parque
E nós cantamos lamentações no escuro
No dia em que a música morreu

Nós estávamos cantando: Tchau tchau, Senhorita American Pie
Dirigi meu Chevy até a barragem, mas a barragem estava seca
E aqueles bons garotos estavam bebendo uísque de centeio
E cantando: Este será o dia em que eu morrerei
Este será o dia em que eu morrerei

Helter Skelter num verão abafado
As aves voaram com um abrigo nuclear
Oito milhas de altura e caindo rápido
Aterrissou na grama
Os jogadores tentaram um passe para frente
Com o bobo da corte à margem, em um elenco

Agora, o ar do intervalo era um doce perfume
Enquanto os sargentos tocavam uma marcha
Todos nós levantamos para dançar
Oh, mas nós nunca tivemos a chance
Porque os jogadores tentaram tomar o campo
A banda marcial se recusou a ceder
Você se lembra do que foi revelado
No dia em que a música morreu?

Nós começamos a cantar: Tchau tchau, Senhorita American Pie
Dirigi meu Chevy até a barragem, mas a barragem estava seca
E aqueles bons garotos estavam bebendo uísque de centeio
E cantando: Este será o dia em que eu morrerei
Este será o dia em que eu morrerei

Oh, e lá estávamos nós, todos num único lugar
Uma geração perdida no espaço
Sem tempo para recomeçar
Então, vamos, Jack, seja ágil, Jack, seja rápido
Jack Flash sentou num castiçal
Porque o fogo é o único amigo do diabo

Oh, e enquanto eu assistia ele no palco
Minhas mão estavam fechadas em punhos de raiva
Nenhum anjo nascido no inferno
Poderia quebrar aquele feitiço do Satanás
E enquanto as chamas subiam pela noite
Para iluminar o ritual de sacrifício
Eu vi Satanás rir com prazer
No dia em que a música morreu

Nós estávamos cantando: Tchau tchau, Senhorita American Pie
Dirigi meu Chevy até a barragem, mas a barragem estava seca
E aqueles bons garotos estavam bebendo uísque de centeio
E cantando: Este será o dia em que eu morrerei
Este será o dia em que eu morrerei

Eu conheci uma garota que cantava blues
E eu pedi a ela por algumas boas notícias
Mas ela só deu um sorriso e foi embora
Eu fui à loja sagrada
Onde eu tinha escutado a música anos atrás
Mas o homem lá disse que a música não tocaria
E nas ruas, as crianças gritavam
Os amantes choravam e os poetas sonhavam
Mas nenhuma palavra foi dita
Os sinos da igreja estavam todos quebrados
E os três homens que eu mais admirava
O Pai, o Filho e o Espírito Santo
Pegaram o último trem para o litoral
No dia em que a música morreu

E eles estavam cantando: Tchau tchau, Senhorita American Pie
Dirigi meu Chevy até a barragem, mas a barragem estava seca
E aqueles bons garotos estavam bebendo uísque de centeio
E cantando: Este será o dia em que eu morrerei
Este será o dia em que eu morrerei

Eles estavam cantando: Tchau tchau, Senhorita American Pie
Dirigi meu Chevy até a barragem, mas a barragem estava seca
E aqueles bons garotos estavam bebendo uísque de centeio
Cantando: Este será o dia em que eu morrerei

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* Texto desenvolvido em parceria por André Luiz Fernandes e Igor Miranda. Pauta e edição geral por Igor Miranda; redação e apuração adicional por André Luiz Fernandes.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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Composição de 1971 resume o sentimento de toda a geração dos primórdios do rock em relação ao "sonho americano"

Em 1971, muito antes da franquia de filmes de comédia adolescente, Don McLean lançava uma obra chamada “American Pie”. Nada cinematográfico: apesar do storytelling na letra, trata-se de um disco e de uma música com o mesmo nome.

A faixa tornou-se o maior sucesso da carreira de McLean e um grande hit – por mais improvável que seja para uma música de 8m42s, a canção chegou ao primeiro lugar das paradas americanas, a Billboard Hot 100. Foi, por décadas, a composição mais longa a ter conquistado tal feito por lá – recorde superado apenas em 2021 por Taylor Swift.

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Ao citar várias perdas e eventos das décadas anteriores na letra de “American Pie”, McLean conseguiu criar uma longa obra de arte – tão longa que em seu primeiro lançamento como single foi dividida em duas partes, preenchendo o lado A e o lado B do compacto.

O dia em que a música morreu

Para entender a música de 1971, precisamos voltar até 1959, no dia 3 de fevereiro, quando um acidente aéreo matou os músicos Buddy Holly, Ritchie Valens e J. P. “The Big Bopper” Richardson. Don McLean tinha apenas 13 anos no que ficou conhecido como “o dia em que a música morreu” e foi bastante impactado, pois era fã de Holly.

Em entrevista para a Classic Rock, o músico contou como tempos depois, aos 25 anos, iniciou a composição da música. Todo o início da letra é baseado no momento em que McLean recebeu a notícia da morte do ídolo – processo relembrado por ele ao longo do processo criativo.

“A parte que abre a música nasceu em um trecho só. Eu a escrevi relembrando como foi o dia em que eu vi o jornal e o artigo que dizia que meu artista favorito estava morto. Isso me fez começar.”

A torta de Don McLean

O início carregado de emoções criou uma catarse de sentimentos, resumidos na frustração de uma geração que havia perdido alguns de seus maiores ídolos de forma trágica. Não só isso: o período representava também o fim da fase inicial do rock and roll, mais inocente, dando lugar a um clima mais sério vivido durante a década de 60.

O amadurecimento foi resumido por Don McLean em uma torta de maçã – uma receita tipicamente americana.

“Um pouco depois, escrevi o refrão e surgiu o título. É como torta de maçã, partes da torta. Estamos sempre falando sobre a torta econômica – e tem um significado sexual também. Então, um dia, em uma chama de glória, eu criei todo o resto da música e juntei imagens musicais de significado não especificado com essa história sobre os Estados Unidos.”

O significado da letra realmente foi deixado em aberto por McLean, que até hoje evita comentar muito sobre ela. Ele parece se divertir com os palpites dados por fãs ao longo dos anos, mas insiste que é tudo sobre o sonho americano e a realidade despedaçando esse sonho em vários sentidos.

“Existem muitas interpretações da minha letra, mas nenhuma minha. Era realmente divertido para mim: depois que a música ficou famosa, as pessoas começaram a ficar tão interessadas na letra.

Eu estava tentando falar sobre a América, não sobre Elvis ou os Beatles. Elas estavam perdendo o ponto, de fato, ao tentar dizer quem era esse ou quem era aquele na música.”

Gravações de “American Pie”

Com sua obra já concluída, Don McLean mostrou a música ao produtor Ed Freeman. Imediatamente, o profissional de estúdio gostou do que ouviu.

A única diferença é que o músico queria gravar a faixa apenas com voz e violão, enquanto Freeman insistia para que houvesse uma banda de apoio. O obstáculo foi a timidez de McLean, que nunca foi um artista muito técnico, em relação a músicos que ele não conhecia. Contudo, o problema acabou superado, como explica o produtor.

“Para mim, essa foi a coisa mais crucial que eu fiz em todo esse álbum. Don não tinha realmente nenhuma experiência em tocar com outras pessoas, e ele estava muito desconfiado sobre isso.

Em vez de pegar um monte de músicos de estúdio experientes que iriam resolver em 5 minutos, eu deliberadamente peguei músicos que eram bons, mas não eram rodados, superastros calejados. Eles seriam capazes de se aproximar de Don no mesmo nível.”

Para as gravações, Don, nos vocais e violão, foi acompanhado pelo baixista Bob Rothstein e pelo baterista Roy Markowitz, que gravaram a base da música. Freeman traria depois o guitarrista David Spinozza e o pianista Paul Griffin para dar os toques finais. O resto, é história.

“Quando todo mundo entrou na cabine para ouvir a faixa, foi mágico. Nós sabíamos que tínhamos algo em nossas mãos que era muito especial.”

Resultado

“American Pie” acabou se tornando o hino de uma geração e uma das músicas mais importantes de sua época, indo até além dela. Em 2000, a faixa voltou a ser popular quando Madonna fez um improvável cover, mais curto do que a versão original.

A letra permanece como o grande momento da carreira de Don McLean e deve ser debatida ainda por muito tempo. Ironicamente, a história se repete em ciclos – e não é raro que a letra de “American Pie” passe a soar atual de tempos em tempos.

A letra de “American Pie”, de Don McLean

Tradução via Letras.mus.br.

Há muito, muito tempo
Eu ainda consigo me lembrar
Como aquela música costumava me fazer sorrir
E sabia que se tivesse minha chance
Eu poderia fazer aquelas pessoas dançarem
E, talvez, elas seriam felizes por um tempo

Mas fevereiro me fez tremer
Com cada jornal que eu entreguei
Más notícias na porta de entrada
Eu não podia dar mais nenhum passo

Eu não consigo lembrar se chorei
Quando eu li sobre a noiva viúva dele
Mas algo me comoveu profundamente
No dia em que a música morreu

Então, tchau tchau, Senhorita American Pie
Dirigi meu Chevy até a barragem, mas a barragem estava seca
E aqueles bons garotos estavam bebendo uísque de centeio
Cantando: Este será o dia em que eu morrerei
Este será o dia em que eu morrerei

Você escreveu o livro do amor
E você tem fé em Deus
Se a Bíblia te disser que é assim?
Agora, você acredita no rock’n roll?
A música pode salvar sua alma mortal?
E você pode me ensinar como dançar bem devagar?

Bem, eu sei que você está apaixonada por ele
Porque eu vi vocês dançando no ginásio
Vocês dois tiraram os sapatos
Cara, eu entendo esse rhythm and blues

Eu era um solitário adolescente selvagem e charmoso
Com um cravo rosa e uma caminhonete
Mas eu sabia que estava sem sorte
No dia em que a música morreu

Comecei a cantar: Tchau tchau, Senhorita American Pie
Dirigi meu Chevy até a barragem, mas a barragem estava seca
E aqueles bons garotos estavam bebendo uísque de centeio
E cantando: Este será o dia em que eu morrerei
Este será o dia em que eu morrerei

Agora, por 10 anos, nós estivemos por conta própria
E o musgo cresce numa pedra rolante
Mas não era assim que costumava ser
Quando o bobo da corte cantou para o rei e a rainha
Em um casaco que ele pegou emprestado do James Dean
E uma voz que veio de você e de mim

Oh, e enquanto o rei estava olhando para baixo
O bobo da corte roubou sua coroa de espinhos
A corte judicial foi adiada
Nenhum veredito foi devolvido

E enquanto Lennon lia um livro de Marx
O quarteto praticava no parque
E nós cantamos lamentações no escuro
No dia em que a música morreu

Nós estávamos cantando: Tchau tchau, Senhorita American Pie
Dirigi meu Chevy até a barragem, mas a barragem estava seca
E aqueles bons garotos estavam bebendo uísque de centeio
E cantando: Este será o dia em que eu morrerei
Este será o dia em que eu morrerei

Helter Skelter num verão abafado
As aves voaram com um abrigo nuclear
Oito milhas de altura e caindo rápido
Aterrissou na grama
Os jogadores tentaram um passe para frente
Com o bobo da corte à margem, em um elenco

Agora, o ar do intervalo era um doce perfume
Enquanto os sargentos tocavam uma marcha
Todos nós levantamos para dançar
Oh, mas nós nunca tivemos a chance
Porque os jogadores tentaram tomar o campo
A banda marcial se recusou a ceder
Você se lembra do que foi revelado
No dia em que a música morreu?

Nós começamos a cantar: Tchau tchau, Senhorita American Pie
Dirigi meu Chevy até a barragem, mas a barragem estava seca
E aqueles bons garotos estavam bebendo uísque de centeio
E cantando: Este será o dia em que eu morrerei
Este será o dia em que eu morrerei

Oh, e lá estávamos nós, todos num único lugar
Uma geração perdida no espaço
Sem tempo para recomeçar
Então, vamos, Jack, seja ágil, Jack, seja rápido
Jack Flash sentou num castiçal
Porque o fogo é o único amigo do diabo

Oh, e enquanto eu assistia ele no palco
Minhas mão estavam fechadas em punhos de raiva
Nenhum anjo nascido no inferno
Poderia quebrar aquele feitiço do Satanás
E enquanto as chamas subiam pela noite
Para iluminar o ritual de sacrifício
Eu vi Satanás rir com prazer
No dia em que a música morreu

Nós estávamos cantando: Tchau tchau, Senhorita American Pie
Dirigi meu Chevy até a barragem, mas a barragem estava seca
E aqueles bons garotos estavam bebendo uísque de centeio
E cantando: Este será o dia em que eu morrerei
Este será o dia em que eu morrerei

Eu conheci uma garota que cantava blues
E eu pedi a ela por algumas boas notícias
Mas ela só deu um sorriso e foi embora
Eu fui à loja sagrada
Onde eu tinha escutado a música anos atrás
Mas o homem lá disse que a música não tocaria
E nas ruas, as crianças gritavam
Os amantes choravam e os poetas sonhavam
Mas nenhuma palavra foi dita
Os sinos da igreja estavam todos quebrados
E os três homens que eu mais admirava
O Pai, o Filho e o Espírito Santo
Pegaram o último trem para o litoral
No dia em que a música morreu

E eles estavam cantando: Tchau tchau, Senhorita American Pie
Dirigi meu Chevy até a barragem, mas a barragem estava seca
E aqueles bons garotos estavam bebendo uísque de centeio
E cantando: Este será o dia em que eu morrerei
Este será o dia em que eu morrerei

Eles estavam cantando: Tchau tchau, Senhorita American Pie
Dirigi meu Chevy até a barragem, mas a barragem estava seca
E aqueles bons garotos estavam bebendo uísque de centeio
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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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