The Metallica Blacklist: playlist reúne melhores momentos do tributo ao “Black Album”

Com curadoria do próprio Metallica, trabalho conta com mais de 50 faixas e participações de Miley Cyrus, Ghost, Volbeat, Corey Taylor, J Balvin, entre vários outros

O Metallica reuniu mais de 50 artistas para uma homenagem a seu álbum homônimo de 1991, também conhecido como “Black Album”. Intitulado “The Metallica Blacklist”, o trabalho reúne nomes como Miley Cyrus, Ghost, Volbeat, Corey Taylor, J Balvin, Weezer, Biffy Clyro, Royal Blood, St. Vincent, IDLES, entre outros.

De acordo com material de divulgação, “The Metallica Blacklist” oferece “novas dimensões do disco cuja atração gravitacional primeiro trouxe o mainstream para o Metallica e traz novos insights sobre o apelo universal e atemporal que o mantem no topo: a influência que essas 12 músicas tiveram sobre fãs e músicos de todos os gêneros”.

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Pontos fortes e fracos

A ideia, em si, é ótima. Há participações de artistas que você nunca imaginaria ser fã de Metallica, como Sam Fender, Weezer, Chris Stapleton, St. Vincent, J Balvin, Cage the Elephant, Imelda May, entre outros. Também temos músicos que trazem a influência da banda americana na veia, tal qual Corey Taylor, Volbeat, Portugal The Man, Royal Blood e por aí vai.

O que dificulta um pouco é o formato, que é enjoativo. Não dá para ouvir nem metade do material sem cansar. E isso não é só pela quantidade de faixas: a forma como elas estão posicionadas também complica.

O álbum apresenta seis versões de “Enter Sandman”, sete releituras de “Sad But True” e doze covers de “Nothing Else Matters”, sempre seguidos uns dos outros (enquanto “Of Wolf and Man” e “The Struggle Within”, por exemplo, ganharam apenas uma adaptação cada). Não dá para não cansar.

Nota-se, ainda, que quando a música é realmente boa, dá para fazer muita coisa em cima dela. A quantidade de boas versões de “Enter Sandman”, por exemplo, é impressionante. Já faixas como “Holier Than Thou” ganharam, no geral, adaptações sonolentas e pouco criativas.

O melhor de The Metallica Blacklist

Com tudo isso em mente, preparei uma playlist que reúne apenas a “nata” de “The Metallica Blacklist”. A compilação de 13 faixas apresenta as melhores versões do álbum-tributo, em minha opinião.

Também busquei selecionar apenas um cover de cada música, seguindo a tracklist do disco original. Só fugi a essa regra com relação a “Enter Sandman”, com uma segunda versão – a repetida está ao fim da playlist.

Temos, obviamente, outros bons covers que ficaram fora da playlist. Gostei das versões de Rina Sawayama e Weezer para “Enter Sandman”, Royal Blood e St. Vincent para “Sad But True”, Portugal The Man para “Don’t Tread on Me”, Miley Cyrus e Pheobe Bridgers para “Nothing Else Matters”, entre outras.

Mas a brincadeira de montar a playlist, certamente, fica mais divertida quando se limita as opções.

A playlist – e os comentários

Ouça a playlist com o melhor de “The Metallica Blacklist”, abaixo, via Spotify (ou clique aqui para acessar diretamente). Confira, na sequência, alguns comentários sobre as faixas selecionadas.

Ghost – Enter Sandman

Confesso que estava na expectativa por essa versão – e não me decepcionaram. A introdução, no piano, ganha profundidade com a voz grave de Tobias Forge. Mas não se engane pela leveza inicial: a banda completa entra, de forma consistente e pesada, após o primeiro refrão. Ganhou um caráter dramático que só o Ghost poderia dar.

Jason Isbell and the 400 Unit – Sad But True

Em uma pegada country nada dark, Jason Isbell e sua banda surpreenderam aqui. É uma das melhores versões do álbum, justamente por subverter completamente o clima da faixa.

Corey Taylor – Holier Than Thou

A releitura do vocalista do Slipknot pouco muda a gravação original. Há mais peso e vigor nos vocais, mas a estrutura segue a mesma. Nesse caso, não havia muito o que fazer, mas o resultado é bom – e o pequeno trecho de “Hit the Lights” ao fim é um delicioso easter egg.

Ha*Ash – The Unforgiven

Fiquei decepcionado com a falta de boas releituras de “The Unforgiven”. A exceção foi a regravação de Ha*Ash, dupla de som country/pop latino. A estrutura da faixa foi modificada em muitos sentidos – tonalidade, arranjos e até em letra, com trecho em espanhol. O resultado ficou bem interessante.

Jon Pardi – Wherever I May Roam

Junto com a regravação do Ghost, essa é minha versão favorita do álbum. Jon Pardi não saiu de seu gênero, o country, mas apostou em uma adaptação melancólica repleta de conflitos. Os violinos e as slide guitars, que parecem não caber naquele cenário, parecem “brigar” (no bom sentido) com a pesada melodia original. E tudo isso é feito enquanto o pau come com a linha de bateria original. Surpreendente.

Volbeat – Don’t Tread on Me

Aqui, há poucas alterações em comparação à versão original – o que era de se esperar, pois o Volbeat tem um som natural já muito influenciado pelo Metallica. Fora peso, a faixa ganhou mais peso e um refrão ligeiramente diferente, além de detalhes de produção que se adequam mais à sonoridade típica da banda dinamarquesa. É difícil o Volbeat errar a mão.

The HU – Through the Never

Impossível se encantar com a sonoridade dessa banda, que mescla heavy metal com elementos típicos do folk da Mongólia, sua terra natal. Deu outro ar para uma música que, originalmente, não é das mais convincentes.

Chris Stapleton – Nothing Else Matters

Quase todas as versões de “Nothing Else Matters” presentes em “The Metallica Blacklist” são parecidas com a original ou tentam surpreender (e não conseguem) ao apelar para o eletrônico. Felizmente, esse cover feito por Chris Stapleton consegue fugir do óbvio. Altera-se tom, arranjos, ritmo e forma de se cantar para atingir um resultado confortável para o artista – e que envolve o ouvinte. Além disso, há uma excelente passagem estendida nos minutos finais. É quase um country progressivo.

Goodnight, Texas – Of Wolf and Man

Esse duo folk apresentou uma versão acústica ligeiramente good vibes que pouco tem a ver com a música original – o que, por si só, já me chama atenção. A missão era complicada, mas eles conseguiram cumpri-la com êxito.

Imelda May – The God That Failed

Esse é um dos casos em que a faixa original não ajuda. Por conta disso, os méritos de Imelda May em sua regravação são ainda maiores. Com sutileza ímpar em sua performance, a artista trafegou pelo rock, mas adotou alguns elementos vocais que remetem ao jazz que caíram bem. Difícil explicar, mas fácil de curtir.

Izïa – My Friend of Misery

Aqui, a artista francesa fica na corda bamba entre o rock alternativo e o pop contemporâneo. Considerando a faixa original, dá para dizer que foi feito até demais por ela. Bom resultado.

Rodrigo y Gabriela – The Struggle Within

O Metallica, certamente, sabia que não dava para errar ao convidar Rodrigo y Gabriela. A talentosa dupla de violonistas mexicanos fez um trabalho ímpar ao rearranjar a pouco lembrada canção de encerramento do “Black Album”. Fora a demonstração de técnica, há uma pitada de drama que te deixa atento do início ao fim da audição.

Alessia Cara & The Warning – Enter Sandman (bônus)

Como disse antes, “Enter Sandman” ganhou muitas boas versões. Essa aqui, em especial, me surpreendeu. Começa sem entregar muito, indicando ser apenas uma adaptação indie rock, mas logo o peso entra e a melodia permite-se adquirir variações. Alessia Cara e Daniela “Dany” Villarreal são grandes cantoras e o instrumental se coloca muito bem.

Reforçando: ouça a playlist com o melhor de “The Metallica Blacklist”, a seguir, via Spotify (ou clique aqui para acessar diretamente).

Ouça “The Metallica Blacklist” por completo, a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.

Tracklist com participações

  1. ALESSIA CARA & THE WARNING – Enter Sandman
  2. MAC DEMARCO – Enter Sandman
  3. GHOST – Enter Sandman
  4. JUANES – Enter Sandman
  5. RINA SAWAYAMA – Enter Sandman
  6. WEEZER – Enter Sandman
  7. SAM FENDER – Sad But True (Live)
  8. JASON ISBELL – Sad But True
  9. MEXICAN INSTITUTE OF SOUND FEAT. LA PERLA & GERA MX – Sad But True
  10. ROYAL BLOOD – Sad But True
  11. ST. VINCENT – Sad But True
  12. WHITE REAPER – Sad But True
  13. YB – Sad But True
  14. BIFFY CLYRO – Holier Than Thou
  15. THE CHATS – Holier Than Thou
  16. OFF! – Holier Than Thou
  17. PUP – Holier Than Thou
  18. COREY TAYLOR – Holier Than Thou
  19. CAGE THE ELEPHANT – The Unforgiven
  20. VISHAL DADLANI, DIVINE, SHOR POLICE – The Unforgiven
  21. DIET CIG – The Unforgiven
  22. FLATBUSH ZOMBIES FEAT. DJ SCRATCH – The Unforgiven
  23. HA*ASH – The Unforgiven
  24. JOSÉ MADERO – The Unforgiven
  25. MOSES SUMNEY – The Unforgiven
  26. J BALVIN – Wherever I May Roam
  27. CHASE & STATUS FEAT. BACKROAD GEE – Wherever I May Roam
  28. THE NEPTUNES – Wherever I May Roam
  29. JON PARDI – Wherever I May Roam
  30. SEBASTIAN – Don’t Tread On Else Matters
  31. PORTUGAL. THE MAN FEAT. AARON BEAM – Don’t Tread On Me
  32. VOLBEAT – Don’t Tread On Me
  33. THE HU – Through The Never
  34. TOMI OWÓ – Through The Never
  35. PHOEBE BRIDGERS – Nothing Else Matters
  36. MILEY CYRUS FEAT. WATT, ELTON JOHN, YO-YO MA, ROBERT TRUJILLO, CHAD SMITH – Nothing Else Matters
  37. DAVE GAHAN – Nothing Else Matters
  38. MICKEY GUYTON – Nothing Else Matters
  39. DERMOT KENNEDY – Nothing Else Matters
  40. MON LAFERTE – Nothing Else Matters
  41. IGOR LEVIT – Nothing Else Matters
  42. MY MORNING JACKET – Nothing Else Matters
  43. PG ROXETTE – Nothing Else Matters
  44. DARIUS RUCKER – Nothing Else Matters
  45. CHRIS STAPLETON – Nothing Else Matters
  46. TRESOR – Nothing Else Matters
  47. GOODNIGHT, TEXAS – Of Wolf And Man
  48. IDLES – The God That Failed
  49. IMELDA MAY – the god that failed
  50. CHERRY GLAZERR – My Friend Of Misery
  51. IZÏA – My Friend Of Misery
  52. KAMASI WASHINGTON – My Friend Of Misery
  53. RODRIGO Y GABRIELA – The Struggle Within
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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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