Quando o Rush voltou a se reinventar em “Roll the Bones”

Álbum marca o retorno do peso e a saída dos sintetizadores do primeiro plano no som do trio

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O Rush passou boa parte da década de 80 investindo pesado em um som mais pasteurizado, com os sintetizadores de Geddy Lee em primeiro plano. Porém, essa pegada começou a mudar no último álbum deles na década, “Presto” (1989), e o os synths perderam espaço de vez em “Roll the Bones” (1991).

O décimo-quarto disco de estúdio da banda canadense, lançado em 3 de setembro de 1991, traz a guitarra de Alex Lifeson dando o tom. O músico havia começado a tentar colocar influências de funk em seus riffs em “Presto”, mas isso ficou bem evidente em “Roll the Bones” – que, não à toa, veio na esteira do antecessor, com seus trabalhos de composição iniciando logo após a curta turnê do álbum passado.

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Mesmo sem sintetizadores, Geddy Lee, é claro, não perdeu importância no Rush. Focando mais no baixo e, principalmente, nas linhas vocais, o frontman usou melodias de canto para basear composições inteiras. O artista deu uma ideia de suas primeiras impressões sobre essa nova forma de compor em entrevista para a US Rocker, em 1991.

“No momento, estou bem feliz com isso (o álbum). O quanto isso vai durar, ninguém sabe (risos). Estou contente com a forma com que a banda tem sido capaz de otimizar o som nos últimos dois álbuns. Acho que é uma mudança positiva. Também estou feliz com a forma como estamos sendo capazes de utilizar um senso de melodia mais forte e harmonia vocal.”

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Neil Peart continuou com a competência de sempre. Dessa vez, além das linhas de bateria sempre arrojadas, o músico trouxe letras com temas relacionados a “chances” e “sorte e azar”.

Deste trabalho, “Ghost of a Chance” e a faixa-título foram promovidas como singles, com “Show Don’t Tell” (canção que inclusive saiu no “Presto”) e “Dreamline” como lados B, respectivamente, na versão britânica do formato. Os dois compactos obtiveram boa repercussão em paradas e rádios especializadas em rock nos Estados Unidos, com destaque à canção que intitula o álbum e seu riff de entrada que chega a lembrar, sutilmente, o hit “Black or White”, de Michael Jackson.

O álbum, em si, vendeu mais de um milhão de cópias nos EUA, conquistando disco de platina. A mesma certificação foi obtida no Canadá, onde o material teve mais de 80 mil cópias comercializadas.

Ao longo da década de 90, o Rush voltou a abraçar mais o hard rock e as guitarras. E foi em “Roll the Bones” que eles esqueceram em definitivo os sintetizadores dos anos 80 e deram início a uma nova fase, com mais guitarra, que agradou a maior parte dos fãs.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

3 COMENTÁRIOS

  1. Roll The Bones é um dos meus álbuns favoritos do Rush. “Dreamline” é maravilhosa e outras que eu destaco são “Face Up” e “Ghost Of A Chance”

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