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Por que John Norum deixou o Europe no auge com “The Final Countdown”

Guitarrista estava insatisfeito com orientação musical da banda e desentendeu-se com empresário

** Texto sobre a saída do guitarrista John Norum da banda Europe, em 1986, na época do álbum “The Final Countdown”, produzido por Giovana Miranda, graduanda em Jornalismo pela Universidade Nove de Julho, sob orientação de Igor Miranda.

O álbum “The Final Countdown”, do Europe, foi um dos mais marcantes do rock na década de 1980. Trata-se do terceiro disco da banda sueca, que foi formada em 1979, mas levou algum tempo para estabelecer sua formação definitiva e chegar ao estrelato.

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O quinteto composto por Joey Tempest no vocal, John Norum na guitarra, John Levén no baixo, Mic Michaeli nos teclados e Ian Haugland na bateria só se firmou, mesmo, 5 anos depois do grupo ter sido criado. Tempest e Norum são membros fundadores, mas Levén chegou apenas em 1981 e os dois últimos, em 1984.

Depois de conseguir sucesso moderado na Europa com seus dois primeiros álbuns, a banda conquistou o mundo com “The Final Countdown”. Lançado em 26 de maio de 1986, o disco chegou ao oitavo lugar das paradas americanas, além do primeiro na terra natal dos músicos, a Suécia. A faixa-título foi seu maior hit, atingindo o topo dos charts de oito países, incluindo Reino Unido, Alemanha e Itália.

Enquanto chegava ao topo do mundo em termos de popularidade, o Europe estava rachado internamente. O guitarrista John Norum deixou a banda no meio da turnê de divulgação, sendo substituído por Kee Marcello, que veio do Easy Action.

As causas da saída de John Norum

Por que, exatamente, Norum optou por sair do Europe após finalmente conquistar tanta fama?

O “preço pago” por esse sucesso foi um dos motivos. O guitarrista estava descontente com o rumo que a banda estava tomando, musicalmente falando, com o destaque dado aos teclados de Mic Michaeli.

Em declaração publicada pelo site Wings of Tomorrow, John comentou:

“Não gostava da direção que a banda estava seguindo. Viramos essa banda chiclete, para adolescentes, e eu odiava toda a imagem, as calças de lycra, os cabelos de poodle. Eu curtia mais as coisas pesadas, orientadas por guitarra, e os teclados estavam ocupando cada vez mais espaço, e estávamos ficando mais comerciais. Então, decidi sair. Não me importava se o álbum estava no topo das paradas de 30 países na época. Não era importante. Apenas quis seguir em frente e fazer algo diferente.”

Essa insatisfação colocou Norum em conflito com o empresário da banda na época, Thomas Erdtman. No fim das contas, o guitarrista topou cumprir parte dos compromissos agendados para o Europe naquela etapa inicial de divulgação de “The Final Countdown”, mas acabou saindo da banda, em definitivo, no fim de 1986.

Vida que segue

Na sequência de suas atividades, John Norum apostou em uma carreira solo. O primeiro álbum, “Total Control”, fez sucesso na Suécia, chegando ao quarto lugar das paradas locais. Além de produzir outros trabalhos solo, como “Face the Truth” (1992), em parceria com Glenn Hughes (e com participação de Joey Tempest em uma faixa), o artista integrou a banda de apoio de Don Dokken no disco solo do cantor, “Up from the Ashes” (1990).

Enquanto isso, o Europe seguiu adiante com Kee Marcello. O primeiro álbum com o novo guitarrista foi “Out of This World” (1988), que chegou ao primeiro lugar das paradas da Suécia e Noruega, além de uma 9ª posição nos Estados Unidos e 12ª colocação no Reino Unido. O disco foi promovido no embalo do single “Superstitious”, que também atingiu o topo na terra natal do grupo.

O quinteto manteve a mesma linha sonora no álbum seguinte, “Prisoners in Paradise” (1991), que é um dos trabalhos favoritos de muitos fãs. Todavia, já era tarde para muitas bandas de hard rock, pois a popularidade do grunge afetou muitas bandas do gênero. Então, as vendas não foram boas e o grupo encerrou atividades em 1992.

“Não haveria Europe sem John Norum”

Em 2003, o Europe acabou retomando suas atividades, depois de um show realizado ainda em 1999 – o único em que John Norum e Kee Marcello tocaram juntos. O retorno definitivo trouxe apenas Norum na guitarra e, desde então, foram produzidos seis álbuns de estúdio: “Start from the Dark” (2004), “Secret Society” (2006), “Last Look at Eden” (2009), “Bag of Bones” (2012), “War of Kings” (2015) e “Walk the Earth” (2017).

Hoje, Joey Tempest reconhece que não existiria Europa sem John Norum. Em entrevista ao site Rush On Rock, o vocalista pontuou:

“Não haveria Europe sem John. Quando ele saiu da banda, foi muito difícil pra mim. Apesar de termos muita sorte em ter encontrado Kee Marcello – um cara muito talentoso e engraçado –, tive dificuldades sem John! Somos uma parceria de muitas maneiras, ele fez de mim quem sou hoje.”

** Texto produzido por Giovana Miranda, graduanda em Jornalismo pela Universidade Nove de Julho, sob orientação de Igor Miranda.

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Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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