Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura, falou sobre a diversidade da música brasileira em entrevista ao canal ‘Papo de Música’, da apresentadora Fabiane Pereira. O músico também abordou as barreiras por preconceito musical e linguístico, o início da construção de sua carreira-solo e até sobre a repercussão das músicas do grupo entre crianças.
“Tudo é Brasil”, afirma, antes de declarar a existência de um preconceito do grande público com o heavy metal. “Ficam presos em estereótipos, dizem que o Brasil tem uma certa imagem e ritmo. Sim, tem, mas tem muito mais. O Brasil é muito mais amplo”, diz.
As premiações musicais também não ficam de fora da problematização feita por Andreas Kisser por não incluírem grupos do estilo nas competições. “Por que não juntar Zeca Pagodinho com Sepultura?”, questiona, prestes a contar a dificuldade de entrar em premiações brasileiras por cantarem em inglês e também de entrar em eventos no exterior por serem estrangeiros em outros territórios.
Apesar de compreender o choque causado por alguns elementos da cultura headbanger, ele ressalta como muitas vezes o público musical escolhe enxergar somente o lado negativo da expressão do estilo. “As pessoas se matam no Carnaval e tá tudo bem, porque é a expressão da cultura e festa brasileira”, aponta.
Estes estereótipos parecem não ser levados em conta por crianças, o Sepultura “tem uma pegada com os kids”. A afinidade com o ritmo, segundo o guitarrista, é uma relação importante por ensinar harmonia, a se relacionar com outras pessoas por meio da música, entre outras habilidades culturais, sociais e, no futuro, até de negócios. “O Theo [filho da Sandy] realmente curte música, mas ele gosta da coisa mais pesada da guitarra. Muito bem educado (risos)”, brinca, lembrando ser ídolo do filho da cantora.
Com o disco ‘Quadra‘ lançado pelo Sepultura neste ano, o artista revela estar se sentindo no auge do conhecimento musical e, por isso, vê no trabalho a melhor obra do Sepultura. Mesmo com a banda indo “muito bem, obrigado”, ele confessa planos de dar continuidade aos experimentos sonoros solo, caminho iniciado em 2009 com o disco duplo ‘HVBRIS I & II’. “Eu tenho uma demo, que seria um segundo disco-solo. É uma coisa um pouquinho mais pra frente, vamos ver”, conclui.
Assista à entrevista na íntegra a seguir.