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Teoria da morte de Paul McCartney em 1966 inspira história em quadrinhos

Uma das lendas mais famosas da música como um todo é a de que Paul McCartney teria morrido em 1966. Indo além, os boatos dizem que ele foi substituído por um sósia, chamado Willian Campbell – ou Billy Shears, conforme teria sido anunciado no álbum ‘Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band’ (1967).

Agora, o popular caso conspiratório vai inspirar o lançamento de uma história em quadrinhos nos Estados Unidos. Intitulada ‘Paul Is Dead: When The Beatles Lost McCartney’, a HQ chegará a público no dia 3 de junho por meio da Image Comics.

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A criação é do escritor Paolo Baron, com arte de Ernesto Carbonetti. A sinopse adianta: “Novembro de 1966. John Lennon não consegue falar. Ele não consegue tirar os olhos de uma foto de um carro em chamas com o corpo de Paul McCartney dentro dele. O amigo dele não está mais ali e isso significa que os Beatles também não existem mais. Porém, John quer saber a verdade e, com George Harrison e Ringo Starr, ele vai reexaminar as horas finais da vida de Paul”.

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Em entrevista ao site da Forbes, Paolo Baron explica que tanto ele quanto Ernesto Carbonetti são músicos e gostam de histórias relacionadas às lendas do rock. “A lenda urbana do ‘Paul Is Dead’ sempre foi difícil de se acreditar. Sempre dei risada, mas era curioso com isso. Agora, estou lançando essa HQ com base em todas as pesquisas que fiz em jornais, livros, documentários e entrevistas a respeito dessa conspiração. É como investigar um ‘caso arquivado’ e dar sua opinião”, afirmou.

Confira um trailer da HQ:

Curiosamente, não é a primeira vez que uma produção recente busca reimaginar a trajetória dos Beatles. Em 2017, Bryce Zabel lançou o livro ‘Once There Was a Way’, que buscava responder à pergunta: e se a banda tivesse continuado junta? Já em 2019, o diretor Danny Boyle divulgou o filme ‘Yesterday’, que reflete sobre como seria o mundo se o grupo nunca tivesse sido formado e um compositor “roubasse” as músicas feitas por eles.

A suposta morte de Paul McCartney

A rebuscada história de que Paul McCartney teria morrido tem até data e horário: o músico supostamente faleceu em 9 de novembro de 1966, às 5 horas da manhã, em um acidente de carro. Dessa forma, ele teria sido substituído por um sósia, que seria o músico que está aí, tocando em estádios do mundo todo, até os dias de hoje.

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Os boatos tiveram início em 1969 e foram sustentados por um radialista americano chamado Russ Gibb. Depois de apontar as “pistas”, outros veículos republicaram e a lenda teve início. Para os conspiracionistas, as dicas estariam presentes nos próprios discos e músicas da banda.

Veja, abaixo, uma lista de pistas da suposta morte de Paul McCartney, segundo a Wikipédia – e, claro, encare tudo como uma grande brincadeira:

No álbum ‘Rubber Soul’ (1965 – bem antes da suposta morte)

  • Os Beatles na foto da capa olham para baixo como se observassem uma sepultura. A sepultura de Paul McCartney.
  • Os Beatles estão de cabelos compridos, para esconder as cicatrizes do rosto de Paul.
  • A fotografia da capa foi distorcida para que não se notasse que Paul havia sido substituído.
  • A letra de Girl diz “that a man must break his back to earn his day of leisure will she still believe it when he’s dead?”, (“um homem pode acabar com seu passado para ter seu dia de prazer ela ainda acreditará nisso quando ele estiver morto?) uma citação à morte, o que se tornaria comum a partir daqui.
  • A letra de “I’m Looking through You” diz: “You don’t look different but you have changed, I’m looking through you, you’re not the same… you don’t sound different… you were above me but not today, the only difference is you’re down there…” (“Você não parece diferente mas você mudou, eu olho através de você, você não é mais o mesmo” se refere obviamente a Paul ter sido substituído por um sósia e não ser mais a mesma pessoa. “A única diferença é você estar embaixo” se refere ao fato de o verdadeiro Paul estar em uma sepultura).
  • A letra de “In My Life” diz: “some are dead and some are living” (“Alguns estão mortos e alguns estão vivos”, uma referência aos Beatles não estarem mais juntos).

No álbum ‘Revolver’ (1966 – meses antes da suposta morte)

  • Na gravura da capa há uma mão aberta sobre a cabeça de Paul. Uma mão aberta sobre a cabeça é uma maneira de abençoar as pessoas que morrem. Isto se repetiria posteriormente, conforme veremos.
  • Ao invés de uma foto dos Beatles, pela primeira vez foi feito um desenho para evitar que o sósia fosse desmascarado pela foto.
  • A música “Taxman” seria, na realidade, sobre um Taxidermista, pessoa responsável por empalhar animais mortos e fazer parecer que eles ainda estão vivos. Na letra há referências ao acidente de Paul (“if you drive a car”, “se você dirige um carro”) e ao fato de Paul estar morto (“if you get too cold”, “se você ficar frio”). A melhor pista é “my advice to those who die taxman..”, ou seja “meu conselho para aqueles que morrem, um taxidermista” (para que o morto continue parecendo vivo).
  • Em “Eleanor Rigby”, Father McKenzie seria na realidade Father McCartney, note a semelhança entre os nomes. Na letra consta “Father McKenzie wiping the dirt from his hands as he walks from the grave” ou seja “padre McKenzie (Paul McCartney) limpando a sujeira de suas mãos após sair (voltar) do túmulo”.
  • Na letra de “She Said She Said”: “she said I know what it’s like to be dead” ou “ela disse: ‘eu sei como é estar morta’.”
  • Dr. Robert teria sido o médico responsável por tentar salvar Paul. Na letra consta: “you’re a new and better man” ou “você é um homem novo e melhor” se referindo ao novo Paul. “He does everything he can, Dr. Robert” ou “Dr Robert faz tudo o que pode fazer” se refere ao fato de Dr. Robert ter feito todo o possível para tentar salvar Paul.

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No álbum ‘Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band’ (1967)

  • A capa é, na realidade, o desenho de uma sepultura (a de Paul) com todas aquelas pessoas olhando (note os arranjos de flores típicos de um funeral).
  • Um dos arranjos de flores forma o desenho de um baixo Hofner, semelhante ao que Paul tocava, inclusive virado para a direita, visto Paul ser canhoto. Isto provaria que é Paul o cadáver que acabou de ser sepultado. O baixo tem apenas três cordas ao invés de quatro, uma referência aos Beatles sem o seu quarto companheiro.
  • Outro arranjo onde aparentemente está escrito Beatles na realidade deve ser lido como “Be At Leso” ou “Fique em Leso”. Paul teria sido enterrado na ilha de Leso.
  • Sobre a cabeça de Paul há novamente uma mão aberta.
  • Abaixo do nome “Beatles” aparece uma descrição feita com flores amarelas onde se lê: “Paul D”. “D” de “dead”, morto.
  • Uma boneca da gravura da capa segura um carro de brinquedo. O carro seria do mesmo modelo do em que Paul haveria morrido. Note que o interior do carro é vermelho em referência ao sangue decorrente do desastre.
  • Embaixo do “T” de Beatles na capa há uma pequena estatueta de Shiva, Deus Hindú da morte. A estátua aponta para Paul.
  • Na foto da contracapa, todos os beatles olham para a frente, com exceção de Paul.
  • Em uma foto do encarte Paul tem no braço uma insígnia onde está escrito OPD que seria a sigla para “Officially Pronounced Dead” ou “Oficialmente Considerado Morto”.
  • Na foto da bateria, se você colocar um espelho horizontalmente cortando a frase “Lonely Hearts” e olhar a combinação da parte de cima das letras com o reflexo surge a frase “one he die”, referindo-se à morte de um dos beatles.
  • Uma outra versão diz que a frase da bateria deve ser lida como “I One IX He ^ Die”. O significado surge de simples conexões “I One” é Onze (11), “IX” é nove (9) em romanos. Finalmente “He” e a seta que surge entre esta e “Die” aponta diretamente para McCartney em sua ponta superior e para o suposto túmulo em sua ponta inferior. Conclusão no mês 11 (novembro), dia 9, ele (Paul) morreu. Daí surgem controvérsias: na leitura americana, trata-se do mês 11 e do dia 9, mas na Inglesa entende-se Setembro (9), dia 11. Mas já que Paul teria sofrido o acidente em uma quarta, bastou verificar e atestar que 9 de novembro de 1966 era uma quarta-feira.
  • Em Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, “so let me introduce to you the one and only Billy Shears”, ou (“então deixa-me apresentar a vocês o primeiro e único Billy Shears”), o suposto sósia de McCartney.
  • Em “With A Little Help From My Friends”. Antes da canção começar só se ouve um coro apresentando Billy Shears, referindo-se a o sósia.
  • Em “Within You Without You”, “we were talking about the space between us all and the people who hide them selves behind a wall of illusion never glimpse the truth then it’s far too late when they pass away”, ou (“nós estávamos falando sobre o espaço entre todos nós e as pessoas que se escondem atrás de uma parede de ilusão nunca vislumbram a verdade quando é tarde demais quando elas morrem”) é outra citação a morte.
  • Em “Good Morning Good Morning”, “nothing to do to save his life” ou “nada pode ser feito para salvar sua vida”. “People running around it’s 5 o’clock..” ou “Pessoas andando em volta às 5 da manhã” (a hora do acidente de Paul).
  • Em “A Day In The Life”, “he blew his mind out in a car, he didn’t notice that the lights had changed”, ou (“ele estourou a cabeça em um carro, ele não percebeu que o sinal tinha mudado”), outra pista sobre a morte de Paul.
  • Este fato é extremamente interessante: na contracapa do álbum, na foto dos Beatles, além do famoso detalhe que mostra Paul virado de costas para a câmera, pode-se notar George Harrison apontando o dedo indicador direito exatamente para a frase de “She´s Leaving Home”, que diz “Wednesday morning at five o´clock as the day…”. Dia da semana e hora da suposta morte do Beatle.

No álbum ‘Magical Mystery Tour’ (1967)

  • Paul está vestido de leão marinho, um símbolo da morte em algumas culturas.
  • Se você olhar a capa do disco em um espelho, as estrelas onde está escrito “Beatles” formam um número de telefone. Quando se ligava para este número, na época em que o disco foi lançado, ouvia-se a mensagem “You’re getting closer” (“você está chegando perto”). Na realidade, tratava-se de uma menina bem humorada que havia aderido à brincadeira sobre a morte de Paul.
  • No livro que vinha junto com o disco, em sua versão original, havia uma foto dos Beatles, cada um com uma rosa na lapela. Todos tinham rosas vermelhas, a não ser Paul, que usava uma rosa preta.
  • Ainda no livro, em todas as fotos Paul está descalço (os mortos são enterrados descalços).
  • Na foto central do encarte, na pele de resposta da bateria de Ringo está escrito “Love 3 Beatles”, lembrando que os Beatles agora são apenas 3.
  • No desenho dos Beatles, presente no interior do álbum, Paul aparece com o gorro cobrindo parcialmente seu rosto, além de estar com os olhos fechados. É curioso também que a poeira de estrelas que os rodeia forma uma espécie de auréola sobre a cabeça de McCartney.
  • Em Blue Jay Way, no início da canção as vozes Psicadélicas que acompanham a de George Harrison, parecem dizer: “Paul… Dead…Is Very…Bloody”, que em português significa “O Paul está morto com muito sangue”.
  • Ouvindo “I Am The Walrus” (lembre-se que Paul é o leão marinho da capa) surge a mensagem “oh untimely death” ou “oh morte prematura”. A frase aparece sem a necessidade de inversão da música junta com muitas outras ao final da música, incluindo: “bury my body” e “what, is he dead?” Estas frases fazem parte de uma execução via rádio da peça King Lear de Shakespeare. Lennon as utilizou na edição com propósito desconhecido… talvez a razão possa ser encontrada se forem verificadas as palavras postas anteriormente em “Paperback Writer”, que dizem “…It’s based on a novel by a man named Lear…”
  • Ao final de “All You Need Is Love”, você pode ouvir John dizendo algo semelhante a “yes! he is dead!” O que Lennon realmente fala é “Yesterday”, referindo-se à tradicional canção da primeira fase dos Fab Four.
  • “Magical Mystery Tour” seria a jornada a que todos os fãs de Paul iriam percorrer para decifrar o enigma de sua morte.

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No ‘White Album’ (1968)

  • Em “Glass Onion”: “I told you about the walrus and me-man/you know that we’re as close as can be-man/well here’s another clue for you all/the walrus was Paul” ou “eu falei sobre a morsa e eu/você sabe o quanto éramos próximos/aqui vai mais uma pista pra vocês todos/a morsa era o Paul.” O final um tanto quanto sombrio, na qual a música corta repentinamente dando continuidade as mensagens subliminares, e é orquestrada por George Martin.
  • Em “I’m So Tired”, ao ouvir o trecho final da música ao inverso, surge claramente a voz de John Lennon dizendo “Paul is a dead man, miss him miss him.”
  • Em “While My Guitar Gently Weeps”,  os gemidos de George no final da música seriam lamentações pelo amigo: “Oh, Paul… Paul… Paul…”
  • No trecho da música “Don’t Pass Me By”: “sorry that I doubted you, I was so unfair, You were in a car crash and you lost your hair”, ou (“eu lamento ter duvidado de você, eu fui tão injusto, você sofreu um acidente de carro e perdeu o seu cabelo”) é outra citação.
  • A música “Revolution #9” seria sobre a morte de McCartney (o sobrenome tem 9 letras). “My fingers are broken and so is my hair” ou “meus dedos estão quebrados e meu cabelo também”. Ao ouvir o verso “number nine” ao contrário, surge a mensagem “turn me on dead man” (me transformar em homem morto). Ainda ao contrário, podem-se ouvir outras pistas, incluindo “Let me out!” (Deixe-me sair). Seria McCartney gritando para sair de seu automóvel?
  • Nas fotos colocadas em várias partes do álbum duplo algumas curiosidades. Paul em uma banheira, com a cabeça para fora da água dando uma impressão assustadora de decapitação. Paul entrando em um trem ou em um ônibus e duas mãos “fantasmagóricas” prontas para levá-lo para o “outro lado” podem ser vistas atrás dele. Nas fotos em close dos 4 integrantes a de Paul revela a cicatriz da cirurgia plástica de Willian “Billy Shears” Campbell para aperfeiçoar sua semelhança com Paul. Mas obviamente a cicatriz faz parte do pequeno acidente de moto que Paul sofrera, cicatriz responsável também pelo bigode em Sgt Pepper’s.

No álbum ‘Yellow Submarine’ (1969)

  • Na capa, aparece novamente uma mão aberta sobre a cabeça de Paul.
  • O submarino na capa se assemelha a um caixão enterrado sobre a montanha.
  • Em “Only A Northern Song”: “and it told you there’s no one there” ou (“e ele disse que não há ninguém lá”). Referência ao Paul não estar mais com os três Beatles restantes.

No álbum ‘Abbey Road’ (1969)

  • Na capa com os Beatles atravessando a rua, Paul está com o passo trocado em relação aos outros, é o único fumando e está descalço (os mortos são enterrados descalços), além de estar com os olhos fechados.
  • Lennon, de branco, representaria Deus ou Jesus Cristo; Ringo, o agente funerário; Paul, o cadáver e George, o coveiro.
  • O cigarro que Paul segura está na mão direita. o Paul verdadeiro era canhoto, estaria com o cigarro na outra mão.
  • A placa do fusca branco estacionado na rua que é chamado de “Beetle” é “LMW” referindo se as iniciais de “Linda McCartney Widow” ou “Linda McCartney Viúva” e abaixo o “281F”, supostamente referindo-se ao fato de que McCartney teria 28 anos se (if em inglês) estivesse vivo.
  • Na letra de “Come Together”, “one and one and one is three” ou “um mais um mais um são três”, referência aos três Beatles restantes, ou seja só o John, George e Ringo.
  • Na contracapa, ao lado direito da palavra Beatles, uma imagem feita de luzes e sombras aparece. Trata-se de uma caveira, claramente, com dois olhos e boca e ao lado esquerdo haveria 8 pontos formando o número 3 (sendo então “3 Beatles”).

– Leia também: Abbey Road, o verdadeiro canto do cisne dos Beatles

No álbum ‘Let It Be’ (1970)

  • Na capa do disco “Let It Be”, Paul é o único cujo fundo está em vermelho, enquanto os outros Beatles se encontram em frente à um fundo branco.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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