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A história da polêmica capa do primeiro álbum do Nashville Pussy

Lançado em 24 de fevereiro de 1998, o primeiro álbum do Nashville Pussy, ‘Let Them Eat Pussy’, gerou controvérsia com sua capa, no mínimo, “gráfica demais”. A imagem mostra duas integrantes da banda, a guitarrista Ruyter Suys e a baixista Corey Parks, recebendo sexo oral – a imagem busca retratar, ainda, o fato de elas estarem chegando ao orgasmo. Os mamilos de Parks chegam a aparecer na foto.

Veja a capa (as estrelas foram inseridas para esta publicação):

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‘Let Them Eat Pussy’ é, talvez, o único trabalho dessa banda de southern metal / psychobilly a conquistar real notoriedade. O grupo de Atlanta (Estados Unidos), formado em 1996, nunca conseguiu fazer sucesso de verdade, embora tenha sobrevivido no underground por todos esses anos e tenha uma base de fãs bem sólida por todo o mundo.

As músicas do álbum de estreia do Nashville Pussy refletem bem o que se encontra na capa. A abordagem politicamente incorreta se reflete não apenas no som pesado, como nas letras e até nos títulos das canções, a exemplo de ‘Go Motherfucker Go’ e ‘All Fucked Up’.

Por ter sido divulgado em tempos menos puristas e com projeção menor que a de grandes artistas, ‘Let Them Eat Pussy’ não chegou a enfrentar algum tipo de censura em larga escala. Ainda assim, o álbum chegou a ser vendido em saquinhos plásticos escuros para esconder a capa.

Blaine Cartwright, vocalista e guitarrista do Nashville Pussy, não pensava que as pessoas ficariam chateadas com a capa, já que, para ele, não havia machismo na imagem. “Se você olhar para a capa, as mulheres estão no comando do ato sexual. […] Algumas pessoas até se recusaram a imprimir a capa do disco. Muitos não entenderam a mensagem. Mesmo se eu chegasse dizendo que não era bem assim, já era tarde demais: a primeira impressão estaria ali”, disse, em entrevista à ‘Classic Rock’.

Aquela não seria a última vez que o Nashville Pussy enfrentaria acusações de machismo. Em 2005, a banda lançou o álbum ‘Get Some!’, com uma arte que mostra duas mulheres em trajes curtos (representando as duas mulheres na banda) e algumas referências sexuais, com as típicas metáforas americanas do beisebol para sexo (cada base representa um “avanço” na relação).

“O jornal ‘Village Voice’ fez um texto para falar que não iria escrever nenhuma resenha sobre o ‘Get Some!’. O editor disse que jogou o álbum no lixo e que o jornal não apoiava a mensagem do Nashville Pussy – o mesmo editor que colocava Paris Hilton na capa do jornal o tempo todo, dizendo que era o novo rosto do feminismo. A história revela tudo. Quero mesmo que mais mulheres toquem guitarra por causa da gente”, afirmou Cartwright.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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