A primeira passagem do Kiss pelo Brasil, com a turnê ‘Creatures of the Night’, em 1983, mudou a vida de Andreas Kisser, então com 14 anos. O guitarrista do Sepultura falou sobre a influência da banda em entrevista ao site dos amplificadores Orange.
“Minhas duas bandas principais são Kiss e Queen. O Queen veio ao Brasil em 1981, mas minha mãe não deixou eu ir ao show porque eu era novo demais. Daí, o Kiss veio em 1983 e foi meu primeiro show”, afirmou.
O músico comenta que a experiência estabeleceu um novo padrão em sua vida. “Poder ver o Kiss ao vivo na turnê ‘Creatures of the Night’ foi insano, mudou minha vida. É por causa disso que estou aqui. Vê-los na minha cidade, no estádio do meu time de futebol (Morumbi, do São Paulo), como eu disse, mudou tudo”, disse.
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Naturalmente, outras influências apareceram na vida de Andreas. “Quando comecei a tocar, minha meta era aprender ‘Stairway to Heaven’ (Led Zeppelin). Minha professora me ensinou o básico e um bom terreno para aprender gradualmente. Comecei com música brasileira acústica antes de seguir em frente. Expandi para bandas como Iron Maiden, Judas Priest, Black Sabbath, Deep Purple, Jimi Hendrix e Cream. Também sou inspirado pela música brasileira e quando fui ficando mais velho, peguei muita coisa antiga do Brasil que influenciou o Sepultura”, afirmou.
Curiosamente, as influências iniciais de Andreas Kisser fogem um pouco da música pesada. Além de Beatles, ele gostava de ouvir Roberto Carlos e Tonico e Tinoco.
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Kiss no Brasil em 1983
A primeira turnê do Kiss pelo Brasil, certamente, influenciou muita gente a gostar de música pesada. Na época, a banda estava promovendo um de seus álbuns mais pesados, o já citado ‘Creatures of the Night’ (1982), além de ter cenografia e performance musical semelhantes às bandas de heavy metal daquele período.
O show realizado no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, quebrou o recorde de público para uma apresentação solo: aproximadamente 250 mil pessoas presenciaram a apresentação. Outras 30 mil e 60 mil assistiram às performances em Belo Horizonte e São Paulo, respectivamente.
O cenário não era o mesmo em outros locais do mundo. Em baixa, o Kiss tocou para locais vazios pela América do Norte, recusando-se a migrar para teatros e casas menores. O público girava, em média, entre 3 a 6 mil pessoas, com exceção das datas no Brasil, único país da América do Sul pelo qual a tour passou.
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