O baterista Taylor Hawkins se tornou conhecido pelo grande público ao integrar o Foo Fighters a partir de 1997. O fato de ter conseguido uma vaga na banda já significava algo grande: a aprovação do vocalista e guitarrista Dave Grohl, que ficou famoso, justamente, pela sua performance com as baquetas do Nirvana.
Poucos parecem saber, porém, que Taylor Hawkins fez parte das bandas das cantoras Alanis Morissette e Sass Jordan antes de se juntar ao Foo Fighters. Ele também integrou o grupo Sylvia, de som experimental. E menos pessoas ainda têm conhecimento de que ele foi convidado para se juntar ao Guns N’ Roses.
O convite para a banda de Axl Rose veio quando ele já integrava o Foo Fighters. O período não foi especificado, mas tudo indica que se tratava do fim da década de 1990, quando o Guns N’ Roses estava construindo uma nova formação após as saídas de Slash, Duff McKagan e Matt Sorum.
“Axl estava tentando formar uma nova versão do Guns N’ Roses e acho que ele estava procurando por integrantes. Eles queriam saber se eu queria tentar ou algo do tipo. Foi algo meio sobrenatural”, relembrou o baterista, em entrevista à Classic Rock.
Curiosamente, Hawkins recebeu um conselho de um de seus grandes ídolos – Roger Taylor, baterista do Queen – para saber como lidar. O veterano contou que, na década de 1970, foi convidado para se juntar a uma banda que seria formada por Ian Hunter e Mick Ronson após o fim do Mott The Hoople. A ideia, inclusive, era chamar o projeto de “Hunter Ronson Taylor”.
O convite veio logo nos primeiros anos do Queen, quando eles ainda abriam shows para o Mott The Hoople. Seria uma oportunidade para Roger tocar com nomes já consolidados do rock. Porém, ele recusou, pois acreditava na magia de sua banda.
“Ele (Roger Taylor) me disse que me via no palco com Dave Grohl e que havia algo ali que não poderia ser comprado, que existia algo entre nós que talvez não tenha com Axl Rose. E ele estava certo”, revelou Taylor Hawkins, que definiu Grohl como um “irmão”, apesar das “turbulências”.
Quase-morte e volta do Foo Fighters
Parte desses problemas mencionados tomou forma em 2001, quando o baterista sofreu uma overdose de heroína e quase morreu. Enquanto Hawkins se recuperava, Grohl começou a tocar com o Queens of the Stone Age.
Antes disso, Taylor Hawkins relata que não se sentia parte, de fato, do Foo Fighters, pois Dave Grohl chegou a gravar a bateria de várias músicas do álbum “The Colour And The Shape” (1999). A situação só começou a melhorar em “One By One” (2003).
“Fizemos esse disco que levou 5 meses e custou US$ 1 milhão e simplesmente não estava rolando. Dave estava amando o Queens of the Stone Age, não estávamos conseguindo ser uma banda. Parecia que iria acabar. Falei para Dave que iria sair da banda, vender minha casa, voltar a tocar com Alanis, entregar pizza ou vender maconha”, relembrou.
Em “One By One”, o Foo Fighters começou a se portar, de fato, como banda. E tudo começou quando os integrantes descartaram tudo que havia sido feito até então e refizeram o trabalho em uma semana. “Dizem que ‘One By One’ é um dos nossos piores álbuns. E é um álbum meio defeituoso, com um som estranho. Mas tem alguns de nossos maiores hits: ‘Times Like These’ e ‘All My Life’. Foi quando senti que havia uma banda”, disse.