Integrantes do Alter Bridge já havia revelado, em entrevistas, que a sonoridade synthwave da década de 1980 havia influenciado seu novo álbum, ‘Walk The Sky’, lançado em outubro pela Napalm Records com edição nacional pela Hellion Records. Porém, chamou atenção quando o vocalista Myles Kennedy e o guitarrista Mark Tremonti revelaram, em entrevista à Guitar Magazine, que até o seriado ‘Stranger Things’ inspirou a sonoridade do disco.
Produzida e exibida pela plataforma de streaming Netflix, ‘Stranger Things’ se passa na década de 1980 e, por isso, tem uma proposta bem retrô. A proposta do seriado e a sonoridade de sua vinheta de introdução guiaram ‘Walk The Sky’, que é diferente de seus antecessores por ter a inserção de sintetizadores.
– Veja o que eu achei de ‘Walk The Sky’, do Alter Bridge
“Não sou um grande fã de sintetizadores no rock, mas adorei quando os sintetizadores surgiram. Acho que foram os sons mais legais. TIpo quando você vê o filme ‘Os Selvagens da Noite’ (‘The Warriors’, no título original, de 1979). As camadas de sintetizadores são assustadoras e legais, não são polidas”, afirmou Mark Tremonti, durante a entrevista.
Myles Kennedy, em seguida, fez menção a ‘Stranger Things’. “Lembro que fiquei realmente impressionado com a introdução daquela série. Há certa nostalgia ali, mas havia algo assustador naquela abordagem dos sintetizadores. Pensava em como usar aquilo no contexto de uma banda de rock”, disse.
Tremonti destacou que houve cuidado ao introduzir os sintetizadores em ‘Walk The Sky’. “Achei que poderíamos estar exagerando com isso, mas o produtor (Michael ‘Elvis’ Baskette) chegou a me dizer que eu estava confundindo o instrumento com a parte de guitarra de Myles. Não quer dizer que eu não gostei: eu só não queria que todo o álbum fosse orientado aos sintetizadores. Muitas coisas que soam como sintetizadores ali, na verdade, são Myles tocando guitarra com o pedal Electro-Harmonix Synth 9”, afirmou.
Filme de terror?
Em entrevista anterior à ‘Kerrang!’, Mark Tremonti disse que a sonoridade de ‘Walk The Sky’ é “como um filme de John Carpenter”, cineasta famoso no mundo do terror, “em uma veia mais synthwave old-school”. “Alguém pode ouvir o disco e não ter ideia da intenção, mas em um monte de músicas, toquei uns loops antigos que eu criei – ou encontrei na internet – e trabalhei em cima deles como fundo, para me inspirar a uma direção diferente”, disse.
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Ainda durante a conversa, Mark Tremonti disse que o novo álbum não se afastará do que o Alter Bridge tem feito, mas as pessoas que ouviram as gravações feitas até agora afirmaram que soa diferente de todo o resto da discografia. “Myles (Kennedy, vocalista) disse que é como a resposta ao ‘AB III’ (2010). Liricamente, é muito obscuro. ‘AB III’ é sobre perder a fé, Myles estava em um momento obscuro na época e fez a maior parte das letras. Esse novo é como a luz encontrada, mais zen. Não é pregação, é algo mais de espírito livre”, comentou.
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