Por que o Iron Maiden ainda toca as músicas no tom original

O vocalista Bruce Dickinson, do Iron Maiden, comentou em um recente evento na Áustria sobre questões relacionadas a canto. Ele também revelou por que sua banda segue tocando as músicas nos shows em seus respectivos tons originais – diferente de outros grupos veteranos do estilo, que abaixaram as afinações para dar mais conforto à performance.

Inicialmente, Dickinson revelou que, sim, segue aquecendo a voz antes de shows. “Faço isso por 5 minutos e é isso. Antes disso, se estamos começando uma turnê, faço um pouco mais. Quando já estamos em turnê e tocamos 3 ou 4 vezes por semana, sei que 5 minutos são o suficiente e já entro na primeira música, que, atualmente, é ‘Aces High'”, afirmou.

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Bruce destacou que “Aces High” e “Where Eagles Dare”, as músicas que abrem a turnê atual, “Legacy of the Beast”, são muito altas em termos de tonalidade. “Começamos com essas músicas bem altas e, depois, acalma um pouco, aí fica super difícil no fim, quando se tem ‘Hallowed Be Thy Name’, ‘Run To The Hills’ e coisas assim. É um repertório difícil”, disse.

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Apesar disso, o cantor não arreda o pé e segue apresentando as músicas na afinação original – mesmo com mais de 60 anos de idade e um câncer na língua superado há, relativamente, pouco tempo. “Tocamos todas as músicas do Maiden na afinação original. Não abaixamos o tom, diferente de outras pessoas. Não fazemos nada disso”, afirmou.

Não é uma questão totalmente de orgulho, já que ele reconhece que, caso seja preciso, a banda irá ceder. “Suponho que se um dia for necessário, teremos que faze risso. Mas não precisamos fazer isso agora. E acho que, como resultado, as músicas soam melhores. Elas foram feitas para serem tocadas na afinação original”, disse.

Em 2017, durante entrevista à NME, Bruce Dickinson revelou que o tratamento para o câncer trouxe alguns efeitos curiosos. “Você fica paranoico quando volta e era desagradável no começo dos ensaios. Não pela voz, mas pelo formato da língua, pela garganta e alguns dos músculos que provavelmente foram queimados pela radiação. Minha voz estava bem instável e fraca no começo, mas apenas em algumas regiões. Porém, ironicamente, as notas mais altas estavam mais claras do que eram antes. Estranho, né?”, afirmou, na ocasião.

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Em declaração recente ao jornal argentino Clarín, Dickinson disse que deve lançar seu próximo álbum solo entre 2020 e 2021. “Temos demos, fizemos um pequeno trabalho… sairá no ano que vem (2020) ou no seguinte, pois, no meio, tenho muitas outras ocupações. Porém, sendo honesto, queria sair em turnê com uma pequena banda junto a Roy Z”, afirmou o vocalista, declarando que “precisa terminar” o registro solo.

Em seguida, Dickinson comentou que sua carreira solo é muito bem recebida pelos fãs. “Por que não fazer isso, depois do box set ‘Soloworks 1990-2005’? Fizemos o box e vendemos 200 mil cópias físicas. Não posso nem acreditar! É uma grande demanda das pessoas. Tenho muito orgulho do meu trabalho em carreira solo”, disse.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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