Um estudo conduzido por Bill Sullivan, professor na Indiana University School of Medicine, confirma aquilo que os fãs de rock já sabiam: Ozzy Osbourne é um mutante. Essa é a única explicação para o vocalista ter sobrevivido a tantos anos abusando de álcool e drogas.
O resultado da pesquisa foi divulgado no livro “Pleased to Meet Me: Genes, Germs and the Curious Forces that Make Us Who We Are“, que foi lançado pela National Geographic. Ainda não há previsão para a publicação chegar ao Brasil.
A análise científica buscou descobrir quais genes mantinham Ozzy Osbourne vivo mesmo após tantos abusos. Como resultado, os estudiosos encontraram uma mutação nunca vista anteriormente que pode explicar a capacidade de Ozzy Osbourne em consumir grandes quantidades de álcool. Há, ainda, diversas variações genéticas que o deixaram predisposto à dependência química.
A mutação não foi revelada à imprensa, mas é descrita com mais detalhes no livro. Sharon Osbourne, esposa e empresária do Madman, foi procurada para comentar a notícia ao Daily Mail e reagiu com bom humor. “Sempre soube que, no fim, restariam apenas baratas, Ozzy e Keith Richards”, em menção ao guitarrista dos Rolling Stones que, assim como o cantor, também resistiu bravamente aos abusos.
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A grande importância do estudo, em um contexto geral, é apontar que os seres humanos não são agentes livres. “A maior parte do nosso comportamento, se não ele inteiro, não parte de nossa vontade própria”, diz um trecho do livro. Sullivan chega a dizer com todas as letras, diante das descobertas, que: “Ozzy Osbourne é, de fato, um mutante genético”.
Os estudos revelaram, por exemplo, que pessoas de posição política liberal têm maior chance de contar com uma variação de certo gene e um córtex cingulado anterior (área responsável por analisar pensamentos instintivos) maior, enquanto os conservadores. Já os conservadores tendem a ter uma amígdala cerebral (região ativada em situações de medo) avantajada.
A pesquisa também aponta que os escandinavos estão entre os povos mais felizes do mundo porque, geneticamente, contam com um receptor de serotonina, ligado à depressão. Outra descoberta tem a ver com a homossexualidade, que pode ter um componente genético que foi descoberto em mais de 400 espécies, de girafas a baleias. E mais uma novidade: experiências traumáticas podem alterar a forma que nossos genes se expressam por toda a vida.
Com tanta importância da genética em nossas vidas, Bill Sullivan pede mais compreensão àqueles que lutam contra os vícios e a obesidade. A dependência química da qual Ozzy Osbourne sofreu por tanto tempo “tem mais a ver com o DNA do que com a fibra moral”. Isso pode acontecer, até mesmo, com aqueles que cometem crimes violentos – um atirador nos Estados Unidos que matou o amigo da ex-esposa e cortou os dedos dela na frente dos filhos foi absolvido da pena de morte, em 2006, devido a uma mutação genética que está associada à maldade dos homens (e, curiosamente, felicidade nas mulheres).