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Barão Vermelho lança Viva, 1° álbum em 15 anos; ouça e confira opinião

O Barão Vermelho lançou novo álbum de músicas inéditas, o 13° da carreira, nesta sexta-feira (16). O disco, intitulado ‘Viva’, sucede o trabalho autointitulado de 2004 – ou seja, é o primeiro em 15 anos.

‘Viva’ marca, também, a estreia do vocalista Rodrigo Suricato em discos de inéditas. O cantor e guitarrista entrou para a banda, em 2017, na vaga de Roberto Frejat. Ele já fez o EP ‘#BarãoPraSempre’ (2018), de regravações, com o grupo.

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Além de Suricato, o Barão Vermelho conta com Guto Goffi na bateria, Maurício Barros nos teclados e Fernando Magalhães na guitarra. O baixista Márcio Alencar, que ocupa a vaga de Rodrigo Santos, é citado como músico de apoio.

– Leia: No início dos anos 90, a fase mais roqueira do Barão Vermelho

Ouça ‘Viva’ a seguir, via Spotify:

‘Viva’: um Barão Vermelho sem vida

O Barão Vermelho é a minha banda preferida de rock brasileiro. Todas as fases dela, seja com Cazuza ou com Frejat no vocal, me chamam a atenção por alguns elementos, como letras bem sacadas (em ambas as fases), melodias fortes (mais na “era Cazuza”) e guitarras na linha de frente (na “era Frejat”), além do bom groove, que era um oferecimento especial do saudoso Peninha.

Infelizmente, dá para dizer que o novo álbum não tem nenhum – sim, nenhum – desses elementos. ‘Viva’ tenta resgatar um nome clássico da música brasileira que foi mantido por tanto tempo na geladeira graças aos caprichos de Frejat, com sua prioridade à carreira solo, mas soa como uma banda qualquer. Todos os elementos que transformaram o Barão Vermelho em algo único, tão diferenciado no rock brasileiro, sumiram nesse disco.

Para se ter ideia do material apresentado, há músicas com trechos do tipo “Vou viver tudo que posso; os amigos que eu gosto, vou levar comigo em qualquer lugar por onde eu for”, “A gente é o que é, não tem jeito; a gente é como é, cada um de um jeito” e “A vida é agora e não depois, oh oh oh oh oh”. Rogério Flausino ficaria orgulhoso, mas estamos falando de uma banda que criou composições como “Todo Amor que Houver Nessa Vida”, “Largado no Mundo”, “Pro Dia Nascer Feliz”, “Política Voz” e “O Poeta Está Vivo”, entre tantas outras.

Na parte melódica, a decepção principal está na falta de encaixe. Rodrigo Suricato, claramente, tem influências diferentes dos outros integrantes. Sua pegada folk passa longe do rock ganchudo, tipicamente Stones, que consagrou o Barão, em especial, na “era Frejat”. Mudanças são bem-vindas, mas precisam ser planejadas. No geral, o disco soa como se os demais integrantes tivessem jogado toda a responsabilidade de Suricato em compor o material.

Alguns lampejos de criatividade até aparecem em músicas como “Vai Ser Melhor Assim”, que evoca um pouco da “era Frejat”, e “Eu Nunca Estou Só”, uma música que, embora não tenha funcionado bem como abertura de álbum, seria, certamente, aprovada por Cazuza se ele ainda estivesse entre nós. Dependendo do humor, algum outro momento do disco pode prender a atenção. E para por aí.

Embora pareça fácil eleger Rodrigo Suricato como o principal responsável pelo resultado esquecível, devo destacar que ele parece ter dado o melhor de si. Nos vocais, faz o possível para emular os vocais característicos de Frejat. Na guitarra, falta criatividade e entrosamento com Fernando Magalhães, mas ele apresentou alguns recursos interessantes, já percebidos na sua banda solo: bons dedilhados, uso de violões no momento certo.

Na verdade, os responsáveis pelo resultado ruim em ‘Viva’ foram os veteranos da banda, que escolheram Rodrigo Suricato para essa vaga e parecem não ter colaborado muito com o processo autoral. Estava na cara que não daria certo na hora de criar material novo. Suricato é um bom músico, mas soa como um peixe fora d’água durante o disco. Ele até tenta trazer algo de Barão, já que os próprios integrantes não colocaram suas “assinaturas” nas músicas, mas soa como… Suricato. Não é ruim. Só é esquecível. E, definitivamente, não é Barão Vermelho.

É uma pena, porque os vídeos de shows mostram que o Barão de Suricato soa bem ao vivo, mas com um álbum tão fraco e mal planejado – aparentemente, feito às pressas para mostrar que a banda segue viva após baixas importantes -, o sinal de alerta começa a piscar.

Confira, abaixo, a capa e a tracklist de ‘Viva’:

1. Eu Nunca Estou Só (com BK)
2. Por Onde Eu For
3. Jeito
4. Tudo por Nós 2
5. Um Dia Igual ao Outro
6. Vai Ser Melhor Assim
7. Castelos
8. A Solidão te Engole Vivo
9. Pra Nâo te Perder (com Letrux)

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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‘Viva’ marca, também, a estreia do vocalista Rodrigo Suricato em discos de inéditas. O cantor e guitarrista entrou para a banda, em 2017, na vaga de Roberto Frejat. Ele já fez o EP ‘#BarãoPraSempre’ (2018), de regravações, com o grupo.

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Além de Suricato, o Barão Vermelho conta com Guto Goffi na bateria, Maurício Barros nos teclados e Fernando Magalhães na guitarra. O baixista Márcio Alencar, que ocupa a vaga de Rodrigo Santos, é citado como músico de apoio.

– Leia: No início dos anos 90, a fase mais roqueira do Barão Vermelho

Ouça ‘Viva’ a seguir, via Spotify:

‘Viva’: um Barão Vermelho sem vida

O Barão Vermelho é a minha banda preferida de rock brasileiro. Todas as fases dela, seja com Cazuza ou com Frejat no vocal, me chamam a atenção por alguns elementos, como letras bem sacadas (em ambas as fases), melodias fortes (mais na “era Cazuza”) e guitarras na linha de frente (na “era Frejat”), além do bom groove, que era um oferecimento especial do saudoso Peninha.

Infelizmente, dá para dizer que o novo álbum não tem nenhum – sim, nenhum – desses elementos. ‘Viva’ tenta resgatar um nome clássico da música brasileira que foi mantido por tanto tempo na geladeira graças aos caprichos de Frejat, com sua prioridade à carreira solo, mas soa como uma banda qualquer. Todos os elementos que transformaram o Barão Vermelho em algo único, tão diferenciado no rock brasileiro, sumiram nesse disco.

Para se ter ideia do material apresentado, há músicas com trechos do tipo “Vou viver tudo que posso; os amigos que eu gosto, vou levar comigo em qualquer lugar por onde eu for”, “A gente é o que é, não tem jeito; a gente é como é, cada um de um jeito” e “A vida é agora e não depois, oh oh oh oh oh”. Rogério Flausino ficaria orgulhoso, mas estamos falando de uma banda que criou composições como “Todo Amor que Houver Nessa Vida”, “Largado no Mundo”, “Pro Dia Nascer Feliz”, “Política Voz” e “O Poeta Está Vivo”, entre tantas outras.

Na parte melódica, a decepção principal está na falta de encaixe. Rodrigo Suricato, claramente, tem influências diferentes dos outros integrantes. Sua pegada folk passa longe do rock ganchudo, tipicamente Stones, que consagrou o Barão, em especial, na “era Frejat”. Mudanças são bem-vindas, mas precisam ser planejadas. No geral, o disco soa como se os demais integrantes tivessem jogado toda a responsabilidade de Suricato em compor o material.

Alguns lampejos de criatividade até aparecem em músicas como “Vai Ser Melhor Assim”, que evoca um pouco da “era Frejat”, e “Eu Nunca Estou Só”, uma música que, embora não tenha funcionado bem como abertura de álbum, seria, certamente, aprovada por Cazuza se ele ainda estivesse entre nós. Dependendo do humor, algum outro momento do disco pode prender a atenção. E para por aí.

Embora pareça fácil eleger Rodrigo Suricato como o principal responsável pelo resultado esquecível, devo destacar que ele parece ter dado o melhor de si. Nos vocais, faz o possível para emular os vocais característicos de Frejat. Na guitarra, falta criatividade e entrosamento com Fernando Magalhães, mas ele apresentou alguns recursos interessantes, já percebidos na sua banda solo: bons dedilhados, uso de violões no momento certo.

Na verdade, os responsáveis pelo resultado ruim em ‘Viva’ foram os veteranos da banda, que escolheram Rodrigo Suricato para essa vaga e parecem não ter colaborado muito com o processo autoral. Estava na cara que não daria certo na hora de criar material novo. Suricato é um bom músico, mas soa como um peixe fora d’água durante o disco. Ele até tenta trazer algo de Barão, já que os próprios integrantes não colocaram suas “assinaturas” nas músicas, mas soa como… Suricato. Não é ruim. Só é esquecível. E, definitivamente, não é Barão Vermelho.

É uma pena, porque os vídeos de shows mostram que o Barão de Suricato soa bem ao vivo, mas com um álbum tão fraco e mal planejado – aparentemente, feito às pressas para mostrar que a banda segue viva após baixas importantes -, o sinal de alerta começa a piscar.

Confira, abaixo, a capa e a tracklist de ‘Viva’:

1. Eu Nunca Estou Só (com BK)
2. Por Onde Eu For
3. Jeito
4. Tudo por Nós 2
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Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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