O empresário Robert Shore rebateu, em um comunicado, as acusações do percussionista Chris Fehn a respeito dos negócios do Slipknot. Fehn processou a banda e Shore sob acusação de calote e, posteriormente, acabou sendo desligado da formação.
Embora Chris Fehn diga que o também percussionista M. Shawn “Clown” Crahan” e o vocalista Corey Taylor, envolvidos no processo, tenham se enriquecido de forma ilícita ao destinarem os ganhos do Slipknot para si e não para os demais integrantes, Robert Shore alega que o ex-integrante não era um sócio do grupo. Segundo o empresário, Fehn era apenas um músico contratado.
“Fehn se apresentava com o Slipknot e recebia por isso. Ele não é acionista, proprietário ou membro de qualquer entidade empresarial que ele esteja nomeando como réu nesta ação”, afirmou o empresário, que descreveu Crahan e Taylor como “membros fundadores”, por meio dos quais os negócios da banda são conduzidos.
De acordo com Robert Shore, o vínculo de Chris Fehn não caracteriza uma sociedade, já que ele não compartilha dos lucros e perdas da empresa, nem comanda o negócio com os demais ou proporciona contribuição de capital. “O recebimento de uma parte dos lucros não significa isso. Todos os elementos de uma relação de parceria precisam estar presentes para que exista. E mesmo em uma análise superficial da queixa de Fehn, nota-se a completa ausência das acusações necessárias”, afirmou o gestor.
No todo, Chris Fehn processou duas versões diferentes da chamada Slipknot Inc, sendo uma de Nova York e outra da Califórnia, nos Estados Unidos – ao que tudo indica, ainda existe uma terceira, de Iowa, mas que não faz parte do imbróglio jurídico. Além disso, foram acionadas as seguintes empresas: Knot Merch LLC, Knot Touring LLC, SK Productions LLC e Knot Touring LLC. Também foram acionados o vocalista Corey Taylor, o também percussionista M. Shawn “Clown” Crahan e o empresário do grupo, Robert Shore, bem como o seu escritório de advocacia, Rob Shore & Associates Inc.
A ação
De forma mais exata, Chris Fehn está processando todas essas pessoas físicas e jurídicas por duas acusações de “violação do dever fiduciário”, além de “violação de contrato implícito” e “enriquecimento injusto”. A ação ainda será analisada pela justiça americana, pois, até o momento, conta com apenas a visão do percussionista.
Em sua ação, Fehn diz que confiou em Taylor e Crahan para representá-lo como um parceiro comercial, envolvendo os direitos de marcas registradas pelo Slipknot. Todavia, o ex-percussionista da banda alega que não foi informado sobre as outras empresas e que não tinha participação nelas. Ele explica, por exemplo, que a Slipknot da Califórnia foi criada em 2003 e, desde então, ele nunca foi perguntado sobre sua criação e não sabia de sua existência até agora.
Fehn afirma que o escritório de Robert Shore não o representou de forma igualitária em comparação a Crahan e Taylor. Segundo o ex-percussionista do grupo, os dois músicos se enriqueceram de forma desproporcional aos demais integrantes, embora a ação não detalhe como isso ocorreu.
A ação pede uma auditoria das finanças do Slipknot, bem como uma compensação pelos danos causados com juros. Ao que tudo indica, um dos ex-integrantes da banda, de nome não revelado, estaria dando apoio a Chris Fehn pelo seu processo, mas, até agora, os músicos atuais do grupo não se manifestaram – com exceção de Corey Taylor, que negou as acusações por meio das redes sociais, e de uma nota conjunta, reproduzida no parágrafo abaixo.
“O foco do Slipknot está em fazer o 6° álbum e em nossos próximos shows ao redor do mundo. Chris sabe por que ele não faz mais parte do Slipknot. Estamos desapontados por ele ter escolhido apontar dedos e fabricar reclamações em vez de fazer o necessário para seguir como parte do Slipknot. Preferíamos que ele não tomasse esse caminho, mas a evolução em tudo é algo necessário na vida. Vida longa ao Knot”, afirmou a banda, em nota.
Vale destacar que podem, sim, haver motivos válidos, inclusive de ordem fiscal, para a existência de tantas empresas separadas da Slipknot Inc. Porém, a ação será responsável por explicar por que Fehn, supostamente, não tinha conhecimento dessas corporações associadas.